Conta Max Oderich: "Um belo dia, meu mano Carlos encontrou nos arquivos um exemplar do Correio da época anterior ao início da guerra. O jornal, bem guardado, tinha ainda a aparência de novo. Como Carlos e seu pai já estavam cansados de enfrentar as discussões com seu Antônio"(simpatizante da causa aliad), "que sempre se munia, como argumento, das notícias do Correio, fornecidas pela agência Havas e Reuter's, invariavelmente favoráveis aos aliados, eles urdiram um plano: quando o vizinho chegasse, aquela tarde, lhe entregariam aquele exemplar. Dito e feito.
Na hora habitual surgiu o visitante cotidiano. Encontrou o seu jornal no local de costume e leu-o da primeira à última página, enquanto pai e filho esperavam pacientemente pelo início da discussão.
Neste dia, seu Antônio não se interessou, na sua prosa, pelos assuntos internacionais. Os donos da casa tiveram de tomar a iniciativa. O visitante respondeu e argumentou do jeito que pode, mas acabou reconhecendo que os impérios centrais deviam estar levando alguma vantagem, embora circunstancial e passageira, já que a Havas e a Reuter´s não transmitiam notícia alguma oriunda do front.
Só então os Oderich lhe mandaram verificar a daa do jornal. Davam eles boas gargalhadas, enquanto seu Antônio verificava que o jornal era de 1912. Dois anos antes, portanto, do início da Primeira Grande Guerra."
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