Do lado germânico, contribuiu para que houvesse a discriminação o fato da Alemanha viver (no fim do século XIX e início do século XX) uma fase de apogeu. Ela brilhava e iluminava o mundo com suas conquistas nos campos das artes e ciências, bem como causava inveja e temores pela força da sua economia e exército. O imigrante alemão no Brasil sentia grande afinidade com a sua terra de origem e compartilhava do imenso orgulho de ser alemão. Uma raça que muitos colonos acreditavam ser superior a qualquer outra.
Ao contrário do luso-brasileiro, que sabia existir no seu sangue a herança de negros e índios, o alemão, recém vindo da Europa, tinha confiança de ser puramente branco. E sentia orgulho disso, considerando que este era um privilégio a ser conservado.
Conta-se que, por meados do século XIX, um alemão imigrante, chegando a São Leopoldo, logo que veio da Alemanha, encontrou no porto um negro sorridente que o saudou em alemão:
- Guten morgen, Landsmann (Bom dia, compatriota).
O recém chegado estranhou muito encontrar um negro que falasse o seu idioma e manifestou a ele este sentimento. Diante disso, o negro comentou:
- Warte mal bis du so lange zeit in Brasilien bist wie ich, dann wirst du auch so schwartz sein.
Ou seja:
- Espera até você ficar no Brasil tanto tempo como eu. Daí você também vai ficar assim preto.
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