domingo, 15 de novembro de 2009

609 - Reatando laços antigos

Quando a atual cidade de São Vendelino era apenas uma povoação dentro da antiga colônia de Santa Maria da Soledade, alguns dos imigrantes alemães que ali haviam se fixados eram originários da cidade alemã de Sankt Wendel. Por isto, quando foi construída a primeira igreja católica da localidade, em 1864, foi escolhido para ela o nome de Sankt Wendel, ou seja, São Vendelino. E assim, partindo do nome da igreja, surgiu o da povoação e depois da vila, conservando-se até hoje como sendo o nome da atual cidade e do município.
Mas, com o passar do tempo, os laços entre os descendentes daqueles imigrantes e a sua terra de origem foram rompidos. A distância e também as duas guerras mundiais que colocaram Brasil e Alemanha em lados opostos contribuíram para este distanciamento. E ele chegou a tal ponto que os vendelinenses nem sabiam da existência na Alemanha de uma cidade com o mesmo nome da sua e dos laços históricos que, no passado, uniram as duas cidades.
Os vínculos entre Sankt Wendel e São Vendelino começaram a ser refeitos graças à iniciativa de Klaus Lauck, que é natural de Sankt Wendel e ficou encantado ao descobrir no Brasil uma cidade com o mesmo nome da sua e povoada por descendentes de alemães que ainda sabem falar o idioma dos seus antepassados.
Ele mesmo conta como isto aconteceu:
“Quando visitei o Brasil pela primeira vez, em 1991, estive em Novo Hamburgo para fazer contato com a brasileira Christina Holz, uma prima minha em quarto grau que eu havia conhecido por acaso, um ano antes, na Alemanha. Em Porto Alegre, visitei outros parentes e acabei contraindo o “vírus brasileiro”, uma doença da qual até hoje estou infectado.
Neste mesmo ano de 1991, visitei São Vendelino e conheci o prefeito da época, Jair Baumgratz, bem como seus assessores Régis Fritzen e Valter Fritzen.. E esse foi o começo de uma relação de grande amizade que até hoje perdura.
Já em 1992 eu voltei a visitar São Vendelino ficando, desta vez, por um período mais longo. Fui hospedado pela família de Neli e Atalíbio Fritzen, com a qual até hoje gosto de permanecer quando chego a São Vendelino. Junto deles me sinto como se estivesse com a minha segunda família.
Graças a este meu relacionamento com São Vendelino, uma série de projetos puderam ser concretizados nestes últimos 12 anos: a criação do Grupo de Amigos Alemães-Brasileiros do Saarland e do Rio Grande do Sul ( Deutsch-Brasilianische Freundeskreis Saarland - Rio Grande do Sul), ocorrida em 28 de agosto de 1992; dois anos de intercâmbio de nove jovens de São Vendelino que foram viver na Alemanha nos anos de 1993 e 1994; inclusão da disciplina de Alemão nas escolas municipais de São Vendelino; criação do curso de Línguas de Português/brasileiro, em Sankt Wendel; a ida de inúmeros grupos de brasileiros para Sankt Wendel e de pessoas de Sankt Wendel que viajam para São Vendelino.
Um grande número de alemães tem ido visitar São Vendelino ao longo destes 12 anos. Alguns deles fizeram isto apenas uma vez. Outros, infectados pelo “vírus brasileiro”, tornaram-se amigos fiéis do povo vendelinense, como é o caso de Bodo Bost, Bodo L’Hoste, Michael Klos, Dietbald Krächan, Herbert M. Ludwig, Hermann Scheid e Jürgen Zimmer.
Sempre foi meu objetivo pessoal construir pontes entre o Brasil e a Alemanha e, especialmente, entre Sankt Wendel e São Vendelino. Certamente é necessário que exista uma ponte entre as pessoas que usufruem da mesma cultura e que comungam a mesma causa, têm as mesmas raízes e que podem contribuir entre si para progredirem juntos.”

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