domingo, 22 de novembro de 2009

705 - Padre Amstad, por caminhos difíceis

O padre Theodor Amstad era suíço. Nasceu em 9 de novembro de 1851, na cidade de Beckenried, junto ao Lago dos Quatro Cantões. Ordenou-se padre jesuíta na Inglaterra, em 1883. Depois de breve permanência em Porto Alegre, onde dedicou-se com afinco ao estudo do idioma português, foi encaminhado depois a São Leopoldo. Jovem ainda, Amstad era destinado, pelos padres mais idosos, para o atendimento às capelas do interior e, especialmente, à assistência a pessoas doentes, que precisavam ser visitadas em casa. Uma tarefa difícil, pois era feita a cavalo através de caminhos muito precários e perigosos. Sua primeira missão foi ir a Dois Irmãos (Baumschneis) onde proferiu sermão em honra ao padroeiro da igreja local: São Miguel. Lá ele permaneceu vários dias, visitando doentes e até oficiando um casamento.
No outro final de semana, Theodor foi mandado para Hamburgerberg (atual Hamburgo Velho, um bairro da cidade de Novo Hamburgo, que pertencia à paróquia de São Leopoldo) para rezar a missa.
Em linha reta, a distância da casa dos jesuítas em São Leopoldo até a igreja de Hamburgo Velho, é de apenas 10 quilômetros. Mas, em 1885, fazer este percurso representava uma longa e difícil jornada. Vejamos como Amstad descreve este episódio, nas suas anotações biográficas.
"Para essa cavalgada, que tive de fazer curiosamente sozinho, ou seja, sem companheiro nem sócio, deram-me uma velha mula, portadora do significativo nome de Diana."
Na ida, até que foi bem.
"É que meu orelha comprida, saindo de casa, costumava avançar num trotezinho vagaroso; mas reter a Diana, ao tratar-se da volta, era coisa difícil e teve as consequências que passo a relatar:
- Primeiro perdi o estribo, depois comecei a cambalear e, por fim ocorreu aquele estrondo de queda na areia! Minha Diana admirou-se não pouco à vista disso... Ficou parada e passou a contemplar-me, provavelmente com pena. Eu, porém, tornei a trepar no lombo de minha cavalgadura; mas foi para renovar, depois de certo trecho de caminho, experiência anterior, que ainda se repetiu por bem quatro vezes num trecho não superior a meia-hora. Minha sorte foi a de que aquilo fosse um caminho arenoso, e assim o cavaleiro inseguro apenas colheu insignificantes danos em todas as suas quedas."
Amstad, que depois veio a tornar-se um extraordinário cavaleiro, naquela ocasião ainda sofria os problemas provenientes da inexperiência. Vê-se, por este relato, como era perigoso cavalgar naquela época. Principalmente nas travessias de rios e nos caminhos por terreno pedregoso.
Nesta mesma época, Amstad enfrentou - certa vez - grande dificuldade para fazer a "viagem" entre Ivoti e Novo Hamburgo. Locais que distam apenas 8,5 quilômetros, em linha reta. Seu relato:
"Voltando a São Leopoldo, nova experiência me surpreendeu. É que, por breve que se apresentasse o trecho de caminho de Bom Jardim até a estação ferroviária de "Neu-Hamburg" ou Novo Hamburgo, devido às chuvas fiquei preso numa casa por dois dias.
"Volt
"

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