Os jesuítas espanhóis que formaram povoações indígenas no Rio Grande do Sul e no Paraná, nos séculos XVI e XVIII, foram contra a escravidão dos índios, pois a melhor forma de fazer a conversão dos selvagens à religião católica era viver com eles nestas povoações e os escravagistas brasileiros atacavam estas povoações para escravisar os índios.
Quanto à escravidão negra, eles eram até favoráveis, pois trazendo os negros da África para o Brasil se tornava mais fácil o trabalho de convertê-los à fé católica. O mais importante, para eles, era mostrar para os pagãos o caminho da fé que consideravam verdadeira.
Logo no ano da sua chegada ao Brasil, quando ainda atuava em São Leopoldo, Amstad teve a oportunidade de oficiar o matrimônio de um casal negro muito idosos. É interessante observar como ele escreveu isso nas suas memórias. Ele escrevia em alemão, mas a tradução, competentíssima, do padre Artur Rabuske é merecedora da nossa confiança:
"Numa dessas visitas a comunidades filiais, cheguei a unir em matrimônio um casal de gente de cor, sendo que o "noivo" e a "noiva" juntos perfaziam a bela soma de 140 anos de idade..."
Se o padre Amstad escrevesse assim hoje em dia, pareceria preconceituoso chamar negros de gente de cor (como se chamá-las de negras fosse ofensa) ou por entre aspas a palavra noivo e a palavra noiva, por serem os nubentes pessoas idosas.
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