terça-feira, 8 de dezembro de 2009

748 - A decisão de partir

A difícil jornada vivida pelos imigrantes Jakob e Magdalena Weissheimer é contada pelo seu descendente Egídio Weissheimer, no brilhante livro" Weissheimer História de uma família renana de Westhofen a São Leopoldo:

Mas era difícil ganhar a vida e fazer progressos na Alemanha daquela época e a idéia de imigrar para a América, onde as terras eram abundantes e férteis, estava na mente de todas as pessoas, especialmente os jovens.
No ano de 1824 o governo brasileiro contratou o major Johann Anton von Schaeffer para atrair colonos da Alemanha para virem se estabelecer no Brasil. O objetivo era colonizar as terras ainda muito pouco povoadas da província de São Pedro (o atual Rio Grande do Sul), para evitar que elas caíssem nas mãos dos castelhanos (argentinos e uruguaios) que constantemente lutavam pela sua posse. Entre os colonos que von Schaeffer convidava para virem ao Brasil ele tentava atrair, também, alguns jovens que pudessem ser usados como soldados nas constantes guerras contra os castelhanos.
O governo brasileiro de Dom Pedro I oferecia muitas vantagens para quem se dispusesse a vir para o Brasil. Dava um lote de terras férteis com aproximadamente 75 hectares, auxílio em dinheiro no primeiro e segundo ano, além de bois, cavalos, outros animais e ferramentas e a isenção de impostos por 10 anos. Mas os colonos tinham de arcar com o preço da passagem de navio até o Brasil, a não ser aqueles que se dispusessem a servir como soldados no exército brasileiro.
Tantas vantagens fizeram com que Jakob se decidisse a emigrar para o Brasil. Ainda mais que um vizinho seu, George Berg, também estava disposto a ir. E Jakob tinha também uma prima sua já morando no Brasil que mandou boas notícias de lá.
Jakob e George se inscreveram como emigrantes e, logo em seguida, Jakob teve uma notícia preocupante. Sua esposa estava novamente grávida, o que poderia representar um transtorno se o nascimento do bebê ocorresse durante a longa e difícil viagem em navio a vela até o Brasil.
Mas ele não desistiu do seu propósito. Ao saber que fora aprovado para a emigração, Jakob tratou de vender a sua propriedade, além de outros bens que não poderia levar consigo na viagem. Cada família poderia levar, no máximo, 60 quilos de bagagens.

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