sábado, 2 de janeiro de 2010

782 - Os Heck - do Vale do Caí para o mundo

Texto de Felipe Kuhn Braun


Os Heck vieram para o Brasil no ano de 1827, chegando no Rio Grande do Sul em 16 de dezembro de 1827, e se estabeleceram em São José do Hortêncio.

Em uma terra farta como o sul do Brasil, eles se dedicaram à agricultura, e o casal de imigrantes com seus sete filhos sobreviventes (um deles, Wilhelm, faleceu no navio e teve que ser jogado no mar) teve uma grande descendência.

No início do século XX, já eram mais de 1.500 descendentes. Os sete filhos de Johann Nikolaus Heck e Anna Maria Wolf deram ao casal 56 netos, 330 bisnetos e 1.100 trinetos. Apenas um desses 1.100 trinetos (meu bisavô Jacob Aloísio Heck de Bom Princípio) teve 12 filhos e teria hoje mais de 200 descendentes. O avô do padre Alfonso, João Heck Sobrinho que emigrou para a Argentina casou se duas vezes, teve 22 filhos, 96 netos e mais de 600 descendentes, diretos e indiretos.

Essa é a realidade de centenas de outras famílias alemãs que vieram para o sul do Brasil.

Localidades como São José do Hortêncio, já no começo do século passado, não tinham capacidade de abrigar tantas famílias. Aí começou a migração para outras regiões e vários dos netos do imigrante já não moravam em Hortêncio. Ele tinha netos morando em Bom Principio, Tupandi, Salvador do Sul, Harmonia, Feliz, São Sebastião do Caí, Montenegro, Estrela e Lajeado. Seus bisnetos, naturalmente em número muito maior, migraram para a região da fronteira: Cerro Largo, Santo Cristo, Santa Rosa, para a Argentina (Puerto Rico, na região das Missões Argentinas), Santa Catarina (sobretudo Itapiranga) e Paraná.

Seus trinetos, acompanhando a leva de migrações mais ao norte, transferiram residência para São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Hoje conseguimos encontrar e manter contatos com parentes em dez Estados brasileiros. Começando onde estão às raízes da família, o Rio Grande do Sul, os encontramos também em Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Maranhão e Amazonas.

Em oito anos, consegui contabilizar cerca de 9 mil nomes de parentes, descendentes de Johann Nikolaus Heck e Anna Maria Wolf.

Outra curiosidade são os sobrenomes e a diversidade cultural nas famílias de descendentes Heck. O que é natural em um país como o nosso, nesse caldeirão étnico e cultural que formou esse belo país, chamado Brasil e abençoado por Deus. Embora de predominância católica, alguns descendentes pertencem a outras religiões devido a seus casamentos ou locais onde residem. Muitos também emigraram para outros países, temos descendentes dos Heck brasileiros morando na Argentina, Paraguai, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Inglaterra e Portugal.

Entre outras nacionalidades e etnias que entraram na família, estão judeus, húngaros, turcos, suecos, italianos, portugueses, espanhóis, índios e africanos.

Também chama atenção o número de religiosos na família que, entre irmãos, padres e freiras, ultrapassam 50 pessoas. E também o número de políticos. Os Heck já tiveram parentes administrando as cidades de Itapiranga, Tupandi, Três Passos, Ijuí, Cerro Largo, entre outras. Entre os tantos políticos, destacam se o ex-deputado e ex-prefeito de Ijuí por três mandatos, Valdir Heck; a ex-prefeita de Três Passos, deputada estadual e presidente do PSDB no Rio Grande do Sul, Zilá Hartmann Breitenbach, que integra o governo de Yeda Crusius no Estado e Selvino Heck, assessor especial do gabinete do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva.


Johann Nikolaus Heck veio com sua esposa e seus oito filhos para um país na época desconhecido. Para um lugar no meio do mato onde ganhou algumas terras. Através da fé, da honestidade, do trabalho e da perseverança, educou a todos e fixou as raízes da família no sul do Brasil. Ele foi o patriarca de centenas de famílias e milhares de brasileiros espalhados pelos quatro cantos de nosso país e do mundo.

Em oito anos de pesquisas sobre essa família, visitando o Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Argentina e Alemanha, em busca de nossas raízes, fui recebido por muitas dessas famílias. Encontros muitas vezes únicos, onde conheci a pluralidade cultural, econômica, étnica e profissional dessa família.

Johann Nikolaus Heck e Anna Maria Wolf talvez não imaginassem que teriam milhares de descendentes de tamanha importância para esse país, assim como muitos de seus conterrâneos que em busca de um futuro melhor para suas famílias, enfrentaram o oceano, as dificuldades, os medos, as tristezas e as angústias e que estejam onde estiver foram verdadeiros heróis e os melhores exemplos para todos nós.

Seguramente Heck e sua esposa estariam muito orgulhosos se pudessem ver seus descendentes hoje e saber que todos os seus esforços em busca de um futuro melhor para sua família, não foram em vão.

4 comentários:

  1. ola!
    também sou um Heck e com muito orgulho... achei essa página ao iniciar uma pesquisa para tentar a nacionalidade alemã... queria ajuda pois não sei aonde começar... e nem sei se terei exito... espero que sim... estudar na europa que é meu objetivo... e se eu conseguir... muitos após mim também poderão tentar...
    meu email é clovesheck@msn.com, sou de Itapiranga - SC mas meus avós vieram de Santa Cruz do Sul...
    aguardo resposta

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  2. Oi, basicamente tenho a mesma dúvida que o Cloves ai em cima, meu e-mail é: kinhuh92@hotmail.com
    Também sou Heck :D

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  3. Minha mãe mudou o sobrenome quando casou com meu pai, mas também sou da linhagem e adorei saber minhas origens!

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  4. Meu avô materno tem o sobrenome Heck e minha mãe não lembra a naturalidade dele, ela nasceu em Volta Grande SC, e tem no sobrenome Poletto e Heck. Eu gostaria de saber mais sobre a minha descendência. Conheci meu avô quando criança, eles moravam em Caçador SC.

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