![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhRmZUTi8kpgp1-xkvC5lW0SvH28RLFTqgUm5yuI80uZKkEGkRzFllrASoGrSRJjB6p3HubBHFcmgcsDTzh5XEd21jrj2GJQj4D0gEOjF1Wz8Tfol2Kn8iEi1SuNYyW_BTpwSpF0r4wrXc/s400/Ponte+de+Ferro+do+Cadeia+1.jpg)
O arroio Cadeia serviu intesamente à navegação até a metade do século XX. Havia um importante atracadouro na localidade de Campestre da Conceição e vários outros ao longo do seu curso. Principalmente em São José do Hortêncio, localidade que, nas primeiras décadas da sua existência (a partir de 1827 até o final do século XIX) dependeu fundamentalmente da navegação no arroio Cadeia para o escoamento da sua produção. O maior obstáculo à navegação no Cadeia era uma cachoeira existente acima da localidade de Campestre (Campestre da Conceição na margem esquerda do arroio e Campestre de Santa Terezinha na margem direita). Por isto mesmo, essa localidade tinha um papel importante como porto, numa situação semelhante à que ocorria como São Sebastião do Caí em relação ao rio Caí.
No trecho final do arroio Cadeia, quilômetros antes da sua barra (local onde o arroio desemboca no rio Caí) existiam atracadouros. Um deles, conhecido pelo nome de Porto Padilha, ficava próximo à atual Olaria Hallmann, na localidade de Barra do Cadeia. Existia também o Porto da Barra, já no rio Caí, situado um pouco abaixo da barra do Cadeia. Centenas de carretas transportavam frutas e lenha para estes atracadouros, onde as cargas eram transladadas para barcos que as levavam para Porto Alegre.
Segundo depoimento prestado por Reinaldo Silvestre Klein, alguns moradores da localidade de Barra do Cadeia possuíam barcos que faziam o transporte de mercadorias até a capital do estado. Era o caso de Alberto Schons, que possuía dois barcos a motor (que eram conhecidos como gasolinas). Outros, como Osvino Klein, possuíam lanchas. Ou seja, embarcações não motorizadas que navegavam pelo arroio Cadeia impulsionadas por varas manuseadas por embarcadiços (os condutores das lanchas). Estes marinheiros de arroio impulsionavam e dirigiam seus barcos arroio acima (e mesmo arroio abaixo) com varas que seguravam numa extremidade enquanto a outra tocava no leito do arroio ou nas suas margens.
No rio Caí, havia um portinho acima das cachoeira da Ana Maria. Pequenos barcos que vinham das localidades de Bela Vista, Bom Princípio, Passo Selbach, Caí Velho e Rio Branco atracavam ali para que as mercadorias que transportavam fossem transladadas para carroças. Nestas as mercadorias eram levadas até a cidade ou ao porto do Caí. Evitava-se - assim - passar de barco pelo trecho encachoeirado.
No local em que existia este porto desenvolveu-se uma pequena localidade e funcionava uma escolinha. No tempo em que Bernardo trabalhava para a família Erich (no final da década de 1940) uma das suas tarefas diárias era a de encilhar o cavalo que era usado por Ivone Erich, a filha dos patrões, que dava aulas na escolinha daquela localidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário