segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

1139 - Cemitérios alemães registrados na internet

Cemitério de Travessão (Schwabenschneiss, a antiga Picada dos Suábios) no interior do município de Dois Irmãos (Baumschneiss, a antiga Picada dos Baum)
Incansável no seu trabalho de registrar a memória da colonização alemã no Rio Grande do Sul, Felipe Kuhn Braun criou um novo blog no qual apresenta fotos de cemitérios das localidades povoadas por alemães e seus descendentes. 
Ele está postando ali, pouco a pouco, todas as fotografias que fiz dos cemitérios alemães aqui do sul do Brasil. Ali, nas lápides de imigrantes e seus descendentes, encontra-se muita história sobre a sociedade de outrora; sobre as condições de vida das famílias, nomes e datas, pistas para montar esse quebra-cabeça histórico que é o estudo dos imigrantes, de suas famílias e das localidades fundadas por eles.
No blog foram postadas, até o momento, imagens dos cemitérios de Walachai, Morro Reuter, Presidente Lucena, Feliz, Dois Irmãos, Novo Hamburgo, Nova Petrópolis e Sapiranga.
 Há lápides de integrantes das seguintes famílias: Blume, Bohn, Dexheimer, Diefenthäler, Engel, Schneider, Lehn, Seewald, Führ, Simon, Kilpp, Kaefer, Noll, Weissheimer, Mentz, Maldaner, Mombach, Ledur, Hartmann, Rohr, Wedig, Schwantes, Michaelsen, Roloff, Link, Wittmann, Schabarum, Korndörfer, Ebling, von Hohendorff, Schütz, Schmitt, Jost, Schönardie, Knorst, Volkweis, Backes, Knapp, Selbach, Bartzen, Heck, Hartz, Heldt, Wolf, Zirbes e Kampff.

O link é: http://cemiteriosalemaes.blogspot.com/

A publicação dessas fotos, mesmo que num blog, é uma forma de preservar um pouco a história de nossos ancestrais. Algumas imagens Felipe Kuhn Brau já havia publicado no seu segundo livro, em capítulo com o título "A simbologia oculta nos cemitérios". Onde explicou um pouco sobre os símbolos de outrora, encontrados nas esculturas antigas feitas nos túmulos dos pioneiros.
A foto acima é do cemitério de Travessão (Schwabenschneiss, a antiga Picada dos Suábios) no interior do município de Dois Irmãos (Baumschneiss, a antiga Picada dos Baum).

sábado, 26 de fevereiro de 2011

1138 - Essencis: grande empresa se instala na Capela

Empresa pertence à Camargo Correa e vai tratar os resíduos industriais das maiores cidades do estado
Dedicada ao tratamento de resíduos industriais, a Essencis foi criada numa parceria da grande construtora Camargo Correa com a empresa francesa Solvi, especializada neste ramo de atividade.
A Essencis é uma empresa de engenharia dedicada a criar soluções práticas e viáveis para os problemas ecológicos. Por exemplo, a destinação adequada dos resíduos de indústrias, evitando danos ao meio ambiente. Única no estado a dominar as avançadas tecnologias desenvolvidas por seus engenheiros, a Essencis deverá receber e resíduos das regiões metropolitanas de Porto Alegre, Caxias do Sul e outros centros industriais situados num raio de 100 quilômetros ao seu redor.
Com larga experiência na atividade, a Essencis já opera com grandes unidades em São Paulo e Santa Catarina e agora escolheu Capela de Santana para sediar uma nova unidade no Rio Grande do Sul.
Numa área 60 hectares situada junto à RS-122, a Essencis já está em fase adiantada de implantação da sua nova unidade. E a previsão é de que, apesar das chuvas incessantes, a unidade comece a operar no próximo mês de abril.
Será um empreendimento grandioso que, certamente, resultará em desenvolvimento para a região e, de forma alguma, terá impactos negativos sobre o meio ambiente. Afinal de contas, encontrar soluções para os problemas ambientais é a razão de ser da empresa e seria uma enorme contradição que ela mesma causasse estes problemas.
Com suas instalações modelares, a Essencis deverá se tornar um verdadeiro cartão de visitas para Capela, atraindo novos empreendimentos e valorizando as áreas vizinhas.
A área a ser utilizada pela empresa no seu trabalho de reaproveitamento de resíduos industriais será de apenas um hectare e os restantes 59 hectares da propriedade adquirida já estão sendo trabalhados para a formação de um verdadeiro parque ecológico.
O impacto deste empreendimento modelar para o progresso de Capela de Santana deverá ser muito grande. Mas deverá ser maior ainda o impacto positivo para o progresso social no município. Isso porque, já nos seus três primeiros anos de funcionamento, a empresa deverá gerar R$ 850 mil por ano em impostos para a prefeitura, permitindo que ela faça investimentos significativos nas áreas de educação e saúde. Nos anos seguintes, o retorno deverá passar de um milhão de reais ao ano. Na obra foram empregadas 80 pessoas e o funcionamento normal da empresa vai absorver 50 funcionários. A preferência é por pessoas da Capela e região.
O prefeito Vilson Capaverde, falando numa solenidade promovida pela Essencis para mostrar o estado atual das suas obras, disse que não tem sido fácil para ele suportar as críticas de pessoas que se preocupam com a instalação de um "lixão" no município. No entanto, o prefeito, depois de se informar bem a respeito do projeto, decidiu apostar no projeto. Ele acredita que, com a vinda da Essencis, em alguns anos Capela deixará de ser o município mais pobre do Vale do Caí.
Quem acompanha mais de perto o trabalho da Essencis percebe logo que se trata de uma empresa extremamente capacitada e responsável. Os vereadores capelenses foram até Santa Catarina para conhecer uma instalação da empresa com os mesmos moldes da que está sendo implantada na Capela. Ficaram tão bem impressionados que aprovaram o projeto por unanimidade.
Naturalmente, o projeto passou também pelo crivo do IBAMA e outros órgãos públicos encarregados de zelar pela preservação do meio ambiente e pelo bem estar da população.

1137 - Túnel de Linha Bonita




O túnel e a estação de Linha Nova ainda se encontram em bom estado de conservação

Situado no município de Salvador do Sul, o Túnel de Linha Bonita foi onstruído em 1906 e faz parte da linha ferroviária que ligava Montenegro a Caxias do Sul. 
Tem 93 metros de comprimento, 5,70 metros de altura e 4,10 de largura. Foi o primeiro túnel curvilíneo na America Latina. Fica há oito quilômetros da sede municipal e é hoje uma importante atração turística. Com a retirada dos trilhos, que ocorreu com a desativação da ferrovia, o túnel continua sendo utilizado, agora para o trânsito de veículos, fazendo parte de uma estrada municipal não pavimentada.
Próximo ao túnel existe a localidade de Linha Bonita, que faz juz ao nome devido à belíssima paisagem do Vale do Caí que dali se observa. E, na localidade, ainda se encontra a estação da estrada de ferro que hoje serve de moradia para uma família.

O leitor Genuino Perondi contesta a afirmação de que o túnel de Linha Bonita é o único da 

1136 - Ortobras: uma fábrica de mobilidade para os cadeirantes



1982 – 
Foi no dia 25 de agosto de 1982, data de abertura da 6° edição da Exposição Internacional de Animais – EXPOINTER no Rio Grande do Sul, que foi apresentado o primeiro produto desenvolvido por Ricardo Hummel - fundador e diretor, o qual deu início a Ortobras Indústria e Comércio de Ortopedia Ltda.
Tratava-se do primeiro sistema de adaptação para automóveis com câmbio mecânico fabricado no Brasil, despertando enorme interesse e expectativa para o mercado, visto que estes eram muito mais acessíveis do que os veículos com câmbio automático.
1984 – A Ortobras em mídia nacional
Impulsionado pela rápida aceitação do sistema de adaptação, logo surgiu uma outra necessidade. Como a grande maioria dos carros mecânicos eram de duas portas, os cadeirantes passaram a encontrar dificuldades em colocar suas cadeiras para dentro do veículo sem o auxílio de outra pessoa.
Em busca de uma solução simples e criativa, a Ortobras desenvolveu o primeiro Top Car. Um sistema elevável que podia ser facilmente adaptado, no qual a cadeira de rodas era colocada manualmente para dentro de um compartimento fixado no teto do automóvel, o que na época foi motivo para matéria no Fantástico.
Como prova da importância que este produto teve na vida das pessoas, embora patenteado no Brasil, foi copiado e hoje é comercializado em diversos países no mundo todo.
1986 – Marco da evolução tecnológica das cadeiras de rodas
Acreditando no grande potencial do mercado e analisando as dificuldades que os deficientes físicos apresentavam, em 1986 a Ortobras ampliou sua linha de produção, dando início a fabricação de cadeiras de rodas projetadas com foco na praticidade e durabilidade, inovando novamente o mercado.
Com o lançamento da famosa cadeira de rodas GAZELA ULTRALITE, fabricada em liga de alumínio aeronáutico, deu-se uma nova era das cadeiras de rodas no Brasil. Somada ao exclusivo sistema de desmontagem rápida, o chamado “QUICK RELEASE”, nas quatro rodas, estas cadeiras mudaram a vida de muitas pessoas. Estes sistemas de fabricação são hoje amplamente utilizados pela maioria dos fabricantes de cadeiras de rodas em todo país.
1987 – Um grande avanço na vida de milhares de PPDs
Aceitando um novo desafio, e sabendo da importância que isso teria na vida de milhões de usuários de cadeiras de rodas, a Ortobras, em parceria com a Marcopolo e a pedido da prefeitura do Rio de Janeiro, desenvolveu os primeiros 14 elevadores para adaptação de ônibus urbanos da América Latina, dando início a um processo irreversível.
Hoje produzimos mais de 10 mil elevadores por ano, os quais são comercializados para todas as montadoras de ônibus do Brasil, e para algumas das mais importantes do exterior.
1998 – É fabricado o primeiro elevador vertical
Com uma equipe de engenharia e produção bem estruturada, aliada ao conhecimento em sistemas hidráulicos de elevação, em 1998 a Ortobras passou a fabricar e comercializar seus primeiros modelos de elevadores verticais. Agora, oferecendo também, os primeiros e melhores sistemas e serviços para acessibilidade em edificações.
2000 – Uma nova estrutura
O ano de 2000 foi marcado pela criação do primeiro sistema de marcas de linhas de produtos da empresa. A Chair para as cadeiras de rodas, Transit para os sistemas de acessibilidade em veículos e a Up Down que abrangia os sistemas de acessibilidade predial.
Nesta mesma época a Ortorbas consolidou a parceria com duas empresas canadenses, a Federal Elevator, fabricante de elevadores e plataformas verticais de alta tecnologia, e a Garaventa Lift, fabricante de sistemas inclinados de acessibilidade. A partir de então, todos os elevadores desenvolvidos, produzidos e comercializados pela Ortobras passaram a ter a garantia de qualidade e tecnologia de empresas líderes na america do norte e que estão presentes com seus produtos em diversos países do mundo.
2002 – Um novo membro na família
Procurando atender cada vez melhor às necessidades específicas de cada cliente, em 2002 foi criado o primeiro canal de varejo para comercialização das cadeiras de rodas e carrinhos, a Rea Team. Com sua primeira unidade montada em Caxias do Sul, a Rea Team surgiu com um conceito de loja de cadeiras e acessórios, e centro de assistência técnica e atendimento personalizado ao cliente. Sua estratégia de negócio permite oferecer ao cliente cadeiras de rodas customizadas, desenvolvidas sob medida.
Além de comercializar os produtos Ortobras, em parceria com Engenharia Hummel - Buenos Aires, a Rea Team é responsável pelo desenvolvimento do Sistema Postural Hummel, de referência mundial, e também pela linha de cadeiras motorizadas Hummel, as quais, desde seu lançamento, têm sido sucesso de venda.
2004 – A Ortobras entrega o primeiro elevador para ônibus rodoviário
Novamente em parceria com a Marcopolo, foi desenvolvido o primeiro elevador para adaptação em ônibus rodoviário, sendo exportado para América Central. Apesar do pouco tempo, hoje, todas as montadoras brasileiras já utilizam esse sistema, o qual é exportado principalmente para países onde a exigência de acessibilidade no transporte rodoviário é minuciosa.
2007 – Nasce o Grupo Ortobras
Através de um empreendedorismo responsável e contínuos investimentos em tecnologia e qualificação humana, ao completar 25 anos de atividades, e atuando em três segmentos de mercado (cadeiras de rodas, elevadores prediais e elevadores veiculares) nasce o Grupo Ortobras. O único no mundo voltado a desenvolver, produzir e comercializar uma linha completa de equipamentos para mobilidade e acessibilidade de pessoas com deficiência.
2008 – Recorde de vendas em elevadores veiculares
Com a evolução da indústria automobilística, somada a conscientização das pessoas com relação a melhorias em acessibilidade e a implementação da lei federal 10.098, a Ortobras, sempre garantindo total qualidade e segurança em seus produtos, atinge em 2008 recorde de vendas em elevadores veiculares, posicionando-se como líder no mercado nacional.
2009 – Um novo conceito em cadeiras de rodas
O ano de 2009 foi marcado por investimento e grandes evoluções no segmento de cadeiras de rodas. Buscando atualizar a imagem de design e arrojo em seus produtos, a Ortobras lança em 2009 a M3. A cadeira de rodas mais leve e versátil já fabricada no brasil. Com o lançamento da M3 a Ortobras coloca-se mais uma vez como líder absoluta no segmento de cadeiras de rodas de alto padrão.
Além do lançamento deste novo produto, o segmento de cadeiras de rodas também foi marcado em 2009 pela concretização de uma parceria comercial com o Grupo Sunrise Medical, fabricante das conhecidas marcas Quickie e Jay, bem como pelo início do projeto de expansão e franquias da rede de lojas Rea Team, começando pela abertura de duas novas lojas em São Paulo e Rio de Janeiro.
2010 – Ampliação do parque fabril
Devido à crescente demanda pelos produtos Ortobras, a empresa resolveu dar início à expansão de suas instalações em Barão/RS. O atual parque fabril passa por uma reestruturação com o objetivo de acomodar as linhas de produção que não param de crescer.
Além disso, há um projeto já encaminhado para iniciar a construção de uma nova fábrica, totalmente sustentável, que contará com mais de 20.000 m², seguirá rígidos padrões técnicos e terá inclusive uma área de preservação ambiental, carregando o selo de sustentabilidade LEED® (Leadership in Energy and Environmental Desing®). Isso tudo porque o Grupo Ortobras se preocupa com o meio ambiente e leva em consideração a inclusão social dos seus clientes, criando e produzindo produtos com a mais moderna tecnologia.
Com suas novas instalações, a Ortobom passará a ser a primeira empresa do estado com ertificação do US Green Building Council, que é dado apenas a obras que agridem menos a natureza. O prédio foi planejado para consumir menos energia, usando ventilação e iluminação naturais e reaproveitamento da água das chuvas e de telhados verdes.
Com a nova fábrica, a Ortobon poedrá aumentar sua produção em 300 %, melhorando muito a sua situação, que já é de liderança no mercado brasileiro.

1135 - Ortobras: uma empresa com missão de ajudar

Ricardo Hummel, fundador da Ortobras, foi homenageado pela Assembléia Legislativa e por dois deputados cadeirantes
No dia 10 de agosto de 2010, o Grupo Ortobras, da cidade de Barão e destaque internacional como fabricante de equipamentos para locomoção de pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, foi homenageado pelos deputados gaúchos. O proponente da solenidade, Deputado Paulo Brum (PSDB), resgatou em seu discurso a história e as conquistas do Grupo. “São quase três décadas de trabalho, do primeiro produto desenvolvido pela empresa – um sistema de adaptação para automóveis com câmbio mecânico, inovador no Brasil – até a criação da Rea Team, rede de varejo que oferece ao cliente cadeiras de rodas customizadas sob medida”, destacou.
O parlamentar, paraplégico desde os 19 anos após sofrer um acidente de carro, também enfatizou a importância da atuação dos produtos desenvolvidos pelo Grupo Ortobras no cotidiano de quem convive com a mobilidade reduzida. “Se hoje eu estou aqui, nesta tribuna, podendo falar de igual para igual com todos os meus nobres colegas deputados, é graças aos produtos da Ortobras”. E acrescentou: “Todo esse sucesso teve início graças à capacidade e ao esforço de Ricardo Hummel, fundador da empresa. É por isso que hoje ele recebe a Medalha do Mérito Farroupilha, a mais alta honraria que esta Casa concede a alguém”, proferiu.
 MEDALHA DO MÉRITO FARROUPILHA
Após a manifestação dos parlamentares em plenário, o fundador e diretor da empresa, Ricardo Hummel, recebeu a Medalha do Mérito Farroupilha das mãos do proponente da homenagem, deputado Paulo Brum, e do 1º vice-presidente da Casa, deputado Marquinho Lang  (DEM), que presidia a sessão e que também é cadeirante.
A Medalha do Mérito Farroupilha é a mais alta condecoração outorgada pela Assembleia Legislativa. “Esta homenagem é o reconhecimento pelo trabalho da Ortobras e também um símbolo da satisfação que compartilhamos em ver uma empresa gaúcha ir tão longe”, disse Paulo Brum. “Ainda mais uma empresa que tem como missão tornar mais fácil a vida de pessoas com deficiência”, acrescentou.
                PRESENÇAS
Acompanharam a cerimônia: o secretário-adjunto da Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais do Rio Grande do Sul, Robson Medeiros; o representante do Tribunal de Contas do Estado, Edelberto Mendonça Neto; o prefeito e o vice-prefeito de Barão, Cláudio Ferrari e Tercílio Anselmini; o presidente da Câmara de Vereadores de Barão, José Flach; o superintendente administrativo da Kinder - Centro de Integração da Criança Especial, Solimar Amaro, além de colaboradores do Grupo Ortobras, familiares e amigos do homenageado, Ricardo Hummel.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

1134 - História oficial de Barão 1: Luiz Henrique Von Holleben

O barão Von Holleben e sua esposa
O site da prefeitura de Barão contém interessante material sobre a história desse município, que reproduzimos nesta e nas próximas postagens:
Barão teve a origem de sua denominação, segundo pesquisas do Pe. Rubem Neis, no Barão de Holleben, Luiz Henrique Von Holleben que nasceu em Saxe Mainer, na Alemanha.
Tendo ele se formado em engenharia na Inglaterra, veio ao Brasil, casando-se com Maria da Luz dos Santos na cidade de Curitiba no Paraná. Em setembro de 1880, o Barão Von Holleben acompanhou o engenheiro Carvalho Borges à colônia de Conde D’Eu, hoje cidade de Garibaldi, e a Bento Gonçalves a fim de, como engenheiro responsável pela construção da estrada Buarque de Macedo, dirigir as obras entre Montenegro e Bento Gonçalves e, então, estabeleceu residência no ponto mais avançado da colonização alemã entre Salvador do Sul e Carlos Barbosa.
Na época, o local era pouco habitado e, devido à referência das pessoas ao mesmo que, para identificá-lo, diziam: “vou lá no Barão” por ser ele pessoa destaque ali residente, emprestou seu nome à localidade, posteriormente distrito de Montenegro e de Salvador do Sul e, pelo Decreto – Lei nº 8365 emancipado politica-administrativamente  em 12 de maio de 1988.
Existe, porém, uma outra versão que, segundo o historiador Campos Neto, no seu livro “Montenegro” (página 451), diz que o nome Barão é originário de Francisco Pedro de Abreu, conhecido também como Chico Pedro, o Barão do Jacuí.O Barão Luiz Henrique Von Holleben ficou residindo por 2 anos no atual município, transferindo-se depois para a capital Porto Alegre onde, entre 1882 e 1894, dedicou seu trabalho na linha de bondes Ferro Carril.

1133 - História oficial de Barão 2: as famílias que chegaram aqui

A estrada Buarque de Macedo foi rota de chegada dos imigrantes italianos a Garibladi e Bento Gonçalves

A formação do povo baronense iniciou-se com vinda dos imigrantes alemães e italianos que, criando raízes profundas, muito contribuíram e contribuem na Cultura desta terra e, posteriormente, em menor número, vieram os suíços, franceses e holandeses. Hoje, juntam-se a eles bolivianos e portugueses entre outros, formando uma população com diversidade de raças, línguas e credos mas almejando um único objetivo e, juntando esforços, lutam pelo engrandecimento e o progresso do município.

As primeiras famílias de imigrantes alemães foram: Mayer, Bäckenbach, Neuhaus, Stein, Schmitz, Koch, Ebeling, Blei, Schäfer, Neukamp e Selbach, entre outros. As de imigrantes italianos: De Marchi, Biasetti. Dai Prá, Grando, Basso, Cerutti, Maragnon, Bedini, Cestari, Bassegio, Grespan e Costa, entre outros. Esses imigrantes alemães e italianos deixaram profundas raízes, influenciando a cultura do povo de Barão com seus hábitos e costumes, sua culinária, suas crenças e fizeram, da agricultura, sua fonte de renda para manter-se e sobreviver na terra desconhecida. Sem dúvida, enfrentaram grandes problemas mas, lutando conseguiram vencer e legaram ao povo seus valores.

1132 - História oficial de Barão: primeiros estabelecimentos

Antigos prédios comerciais são marco do passado de Barão

Em 1889, Valentim Diemer, que era Juiz de Paz, fundou o 1º Cartório de Barão. No começo do século XX, Carlos Selbach e Luiz Calliari exerceram influência marcante na comunidade sendo este último, Mestre da Capela. Até 1916, as celebrações religiosas eram feitas na residência de João Schmitz, músico, regente de coral, doador do primeiro harmônio para a comunidade católica baronense.

Barão desenvolveu-se a partir da construção e ao lado dos trilhos da via férrea, que ligava Porto Alegre a Caxias do Sul, entre 1906 e 1911 sendo, em 1º de dezembro de 1909, inaugurada estação de Barão. Para os trabalhos de construção e, posterior, conservação da ferrovia, abriu-se uma pedreira nas terras de João Baseggio e Vvª Itália Dai Prá fazendo a ligação à pedreira.
Na área mais central, perto da Estação, funcionava uma Cantina e, também, o Armazém de Secos e Molhados Hartmann com grande sortimento de produtos coloniais, utensílios domésticos, ferramentas, tecidos e gêneros alimentícios entre outros. As uvas produzidas na região eram transportadas em carroças puxadas por juntas de bois trazidas pelos próprios produtores em tonéis e cestas.

1131 - História oficial de Barão 4: a ferrovia é desativada

O trem Minuano foi utilizado nos últimos anos de sobrevivência da linha férrea

Com o decorrer dos anos, as condições da ferrovia foram se tornando precárias pelo relevo bastante acidentado que dificultava sua manutenção o que levou à sua desativação em 10 de junho de 1979. Com o desaparecimento do trem de cargas e de passageiros, surgiu a necessidade de ampliação e de melhoria nos meios de transporte rodoviário.

Apareceram, então, mais linhas de ônibus que até aí somente possuía um horário a Porto Alegre e um a Garibaldi, caminhões e carros particulares em substituição ao trem e, também, os carros de bois e cavalos, muito ousados antigamente, foram desaparecendo.

1130 - História oficial de Barão 5: a emancipação

Cláudio Ferrari (à esquerda) é o atual prefeito de Barão

No início de sua formação, Barão pertencia ao município de São João de Montenegro o qual, em 1º de dezembro de 1914, transferiu a sede do 4º distrito de Badensberg para Barão elevando-o à categoria de Vila pelo Ato Municipal nº34. Em 1963, Barão foi elevado a segundo distrito, foram surgindo idéias emancipacionistas e a primeira tentativa ocorreu em 1982 quando a consulta popular deu vitória ao “Não” com uma diferença de 700 votos no plebiscito realizado.

Cabe salientar que as Prefeituras envolvidas realizaram campanhas contrárias à emancipação. Todavia, o movimento reiniciou em 1986 e obteve autorização para a realização do plebiscito em 1987. Finalmente, em 24 de abril de 1988, realizou-se mais um plebiscito que deu vitória ao “Sim” com 2900 dos 3925 votos. Sua emancipação política administrativa ocorreu em 12 de maio de 1988 pelo Decreto Lei nº 8365.
No mesmo ano realizaram-se as eleições para a 1ª administração do município e o primeiro prefeito foi Valério José Calliari e Bernardino Scottá o primeiro vice-prefeito, 1989/1992 seguidos de Francisco Mário Simon, prefeito e José Inácio Heinzmann, vice-prefeito (1993/1996), Valério José Calliari prefeito e vice, João Paulo Debacker em 1997/2000. Na gestão de 2000/2004 prefeito João Paulo Debacker e vice, Pínio Schneider. Durante a gestão 2005/2008, esteve a frente do Executivo Municipal, Cláudio Ferrari como prefeito e Francisco Mário Simon vice. Cláudio Ferrari foi reeleito como prefeito para a Gestão 2009/2012 tendo como vice Tercílio Anselmini.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

1129 - Die Deutsche - Warum nach Brasilien kommen

Das Haus in Feitoria, São Leopoldo. Wo wurden bekommen, die ersten Deutschen in Südbrasilien


            Brasilien musste die Südgegend besetzen, sie war zu wenig ausgenutz bis XIX Jahrhundert wegen dem schwirigen Zugang, hauptssächlig langst das Künsten-gebiet. Die Gegend in der Nähe den Spanischen Kolonien, die im Gefahr waren von den Kastalianer, besitz zu werden. Der Monarck D. Pedro I konnte doch nicht die spanische Einwanderung für diese Gegend erregen, und noch weniger, die französische  und die holländische, beide hatten schon andere brasilianische Gegenden überfallen und als ihr Eigentum gennant. Die Holänder hatten schon Recife und die Umgegend regiert während 22 Jahren. Die Portuguiesischen konnten nicht kommen, weil Brasilien, kürtzlich vorher, sich von Portugal, unabhängig gemacht hatte. Da haben sie sich endschlossen die Deutsche zu rufen, weil die Kaiserin Leopoldina von Habsburg abstämmig deutsch war. Diese Völkische Gruppe war mehr zum Militärstand gewendet, schon in der Zeit den Kreuzzüg wurden sie gesehen als die besten Soldaten und Ritter, wegen ihrer Tichtigkeit und Entschlossenheit währen Jahrzehnte in Konflikten, Revolutionen und Kriegen in Europa glübt. Sie waren die Geeigneten für die Brasilianischen Grenzen zu schützen.
            Den Einwanderer hat die brasilianische Regierung gebotet: kostenlose Reise, Bürgerrechten, kostenfreie Landstücker, Hilfe na den ersten Nötigkeiten, Arbeitswerkzeug und Vieh, mehrere Jahren Steuerfrei, Religiosfreiheit. D. Pedro hat den Major Anton von Schaefer als aufträger der Propaganda von Brasilien, in Deutschland zu machen und die Auswanderer nach Südbrasilien zu bringen. Aam Anfang hat Schaefer, Militärsleute gebracht, Er vom Kaiserreich Geld bekommen für jeder Kopf der Er brachte. Alle hatten ihr Vorteil mit der Auswanderung. Schaefer hatte persönliche Vorteile, Brasilien wurde bevölkert, Deutschland hat seine Überbevölkerung, die nicht ihre Familien unterhalten konnten verloren, und sie sind Eigentümer von viel Land in Brasilien geworden, und da durch eine bessere Zukunft für sich, und ihre Nachkommenschaft bekommen.
Text von Felipe Kuhn Braun

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

1128- Jacob Aloísio Heck: o grande construtor

Jacob Heck, de Bom Princípio, com esposa e filhos, 
no casamento do filho mais velho

Jacob Aloísio Heck nasceu a 4 de setembro de 1891 em Arroio das Pedras, interior de Bom Princípio, sendo o último de 10 irmãos, filhos de Jacob Heck e Catharina Noll. Seu pai era agricultor e possuía moinho onde fazia farinha de mandioca. Desde cedo Aloísio ajudava o pai e irmãos mais velhos no trabalho, nas horas vagas tocava música com seus irmãos mais velhos em uma bandinha da família. Aloísio tocava gaita.
Em 17 de novembro de 1914 casou com Emília Catarina Roehe (filha do advogado e primeiro escrivão de Bom Princípio, Henrique Roehe), na época o município pertencia a Montenegro, onde Emília morava com seu irmão mais velho, Oscar Guilherme, após o falecimento do pai Henrique. No começo da década de 1920 quase todos os irmãos de Jacob Aloísio emigraram para as novas colônias, apenas uma irmã permaneceu em Bom Princípio. Todos os irmãos de Emília Catarina também emigraram.
Como as condições econômicas e culturais nas colônias velhas eram difíceis, Jacob Aloísio vendeu os poucos bens que possuía e emigrou com a esposa e os três filhos menores, Danilo, Alicito e Artêmio para Foz do Iguaçu, no Paraná. Na época havia muita mata virgem em boa parte do Estado do Paraná e os poucos alemães instalados por lá eram os “Wolgadeutsche” (descendentes de alemães nascidos no sul da Rússia).
Jacob Aloísio construiu uma pousada para viajantes na localidade. Desde o início a adaptação foi complicada, Jacob e a esposa eram muito religiosos, naquela região ainda não havia igrejas. Havia muita mata virgem e animais selvagens, também havia muitos índios nas proximidades. Depois de três anos Jacob Aloísio e a esposa deixaram para traz, tudo que tinham em Foz do Iguaçu. A viagem de volta foi complicada, boa parte por rio, passando pelo rio Uruguai e outra parte do transporte feio por carroça.
O casal optou em voltar para a colônia velha, só que nesse momento sem bens e com poucos pertences. Jacob Aloísio procurou um amigo chamado Felipe Ritter, que fez para os Heck uma pequena casa perto do potreiro dos Ritter, onde eles poderiam ficar até Aloísio construir uma nova casa, oito dias depois de voltar a Bom Princípio, nasceu a primeira filha do casal, Maria Isméria Heck.
Aloísio não podia mais trabalhar como colono, pois não tinha terras. Seu cunhado Dionísio Chassot, o ensinou a profissão de pedreiro. Os anos iniciais de Aloísio nessa área, era sempre ao lado de seu cunhado Dionísio construindo casas na região. Com o tempo os dois iniciaram a construção de escolas, hospitais e igrejas. Eles eram requisitados para trabalharem nas novas colônias que estavam em crescimento e começavam a precisar de áreas maiores para o ensino, saúde ou religião.
Na década de 1930 o cunhado Dionísio faleceu e Jacob Aloísio levou seu filho mais velho, Danilo, para trabalhar com ele nas construções. Os Heck, pai e filho, trabalharam mais de vinte anos juntos na construção e também foram os responsáveis pelas obras do hospital de Bom Princípio. Heck chegava a ficar quase um ano fora de casa, pois as construções demoravam muito tempo.
Jacob Aloísio teve 12 filhos, todos nascidos em Bom Princípio, 56 netos e mais de 200 descendentes. Faleceu em 1975 no município de Bom Princípio, com 85 anos e 4 dias. Foi agricultor, pedreiro, construtor de igrejas e patriarca de uma enorme família espalhada no Vale do Caí, no Vale dos Sinos, na região Metropolitana de nosso Estado e no Estado do Mato Grosso.
Na foto da década de 1940 está Jacob Aloísio Heck com a esposa Emília Catarina Roehe e seus 12 filhos no dia do casamento do mais velho, Danilo Heck. Da esquerda para direita: Luzia Vale Heck, Artêmio (Lourdes na frente), Isméria, Alicito, os noivos Danilo e Alvina, Hildegard e Therezinha (na frente) e Almedo Heck. Na frente Jacob Aloísio com Inácio, Emília Catarina com o mais novo, Olavo, e no meio o pequeno Helmuth Heck.
Texto de Felipe Kuhn Braun


Notas do editor: 
(1) Repare-se na elegância, principalmente dos homens que aparecem na foto. Na época era obrigatório, também, o uso do chapéu de feltro. Mas não, pelo visto, na hora de bater uma foto desse tipo. As mulheres também usavam chapéus. Um hábito que merecia ser reestabelecido num país tropical como o nosso.
(2) Observe-se, quanto ao respeito pelos mais velhos, que os pais do noivo ocupam o espaço central na foto, em detrimento dos noivos.

1127 - Luto

No filme Coração de Luto, lançado em 1967, Mary Terezinha, de luto, encontra o cantor vive romance com o cantor Teixeirinha


Noutra cena do filme, o personagem Teixeirinha, quando menino, enfrenta o mundo com a mãe viúva (de luto)

Antigamente, a população cultivava o costume do luto com muito mais rigor. Quando alguém morria, seus parentes mais próximos, principalmente as esposas, irmãs e filhas, usavam roupa preta por um bom período. No caso da viúva, este hábito representava uma mensagem aos possíveis pretendentes: enquanto ela usasse as roupas de luto, não estaria disponível para um novo relacionamento. E a sociedade cobrava isso dela.Os homens manifestavam o luto usando uma faixa preta numa das mangas da roupa que vestiam (camisa ou paletó). Faixa parecida com a braçadeira de capitão usada atualmente nos jogos de futebol.Além de influir sobre as roupas dos parentes, o luto interferia de outras formas na vida social da época (até, aproximadamente, a metade do século XIX). Um casamento programado era suspenso caso ocorresse o falecimento de algum parente dos noivos em data próxima. O que ainda pode ocorrer hoje, mas não com o mesmo rigor.
O seguinte relato do pesquisador Felipe Kuhn Braun dá algumas informações a mais sobre o respeito ao luto em tempos passados:
"Já tenho feito pesquisas nas colônias novas, algumas vezes. E vi muito material a pesquisar.Um exemplo: 
Quando fui a Cerro Largo, visitei uma família que havia abandonado a casa antiga da de seus pais com todos os pertences. Deixaram tudo lá. E a casa ficava aberta, sem ninguém mexer. Algo quase inacreditável.


Quando chegamos lá, a senhora que havia se mudado para o centro deixando a casa e os pertences antigos, de seus pais e avós, abriu um grande baú e me deu de tudo que havia nele: cartas, santinhos, fotos antigas, quadros. Fiquei particularmente realizado, por encontrar entre os achados uma carta com a faixa preta ao redor, que simbolizava o luto.
Quando alguém recebia uma carta com a faixa preta, sabia que um parente ou amigo havia falecido e que a notícia estava chegando pelo correio. Depois desta encontrei apenas mais duas, em nove anos de pesquisas. Mas a primeira achei lá."

sábado, 19 de fevereiro de 2011

1126 - 55 anos da Certel

Egon Hoerlle, à direita, recebeu homenagem  da Câmara Junior Internacional

A Certel foi fundada em 19 de fevereiro de 1956. Ela foi a primeira cooperativa de eletrificação do país e começou modestamente, mas progrediu muito e hoje é a maior cooperativa do gênero existente no Brasil.
Sediada em Teutônia, a Certel atende principalmente o Vale do Taquari, mas distribui energia em 57 municípios gaúchos, inclusive Salvador do Sul, São Pedro da Serra, Barão e parte do município de Tupandi. Ela se destaca pela qualidade e confiabilidade na prestação dos serviços, sendo muito raros os casos de interrupção no fornecimento.
O atual presidente da Certel é Egon Édio Hoerlle, que é natural do Pareci Novo. Mais exatamente, do Matiel que é praticamente um bairro caiense. Egon conduz a cooperativa numa faze de grande desenvolvimento na qual, inclusive, foram construídas usinas hidroelétricas. De modo que hoje a Certel não é apenas distribuidora, mas também geradora de energia elétrica. O número de sócios chegou a 53 mil.
E a diversificação das atividades não ficou por aí. Foi criada a rede de lojas Certel, que conta com 67 lojas espalhadas pelo estado, inclusive uma em Camaquã, que foi inaugurada no último dia 10. A cooperativa atua ainda como provedor de internet, indústria  de artefatos de cimento,  viveiros e lojas de plantas.
Segundo o presidente Egon Hoerlle, o êxito alcançado deve-se primordialmente à implantação do Planejamento Estratégico na administração dos negócios, ao espírito empreendedor, ao comprometimento com os associados e à qualificação profissional de toda a equipe de gestores que foram decisivos para que, no futuro, tenhamos assegurado também um desenvolvimento sustentável.
Egon, que já preside a Certel há muitos anos, enaltece a figura do fundador Reinoldo Aschebrock que, certamente, ficaria muito orgulhoso ao ver a grandeza atual da cooperativa que ele ajudou a criar e geriu nos seus primeiros passos.
No dia 6 de dezembro de 2010, a Câmara Júnior Internacional, de Lajeado,  concedeu o Prêmio Carlos Jacob Kielling de Liderança a Egon Édio Hoerlle.

O Prêmio foi instituído  para homenagear lideranças que, ao longo de suas vidas profissionais, destacam-se na gestão dos negócios de suas empresas e contribuem decisivamente para o desenvolvimento socioeconômico da região.
“Nada mais justo que homenagear Egon Hoerlle, um empresário que, há décadas, se engaja para desenvolver a região”, salienta Tony Ademo, presidente da JCI. Ademo disse também, que a "a cooperativa cujas premissas se igualam às da JCI, o que envolve a humanística de tratar bem as pessoas, fazendo-as se sentirem bem onde estiverem. Hoerlle também foi premiado por ser um ativista do cooperativismo, do humanismo e de todas as coisas boas que interessam para a comunidade”, acrescenta Ademo.

No discurso de agradecimento, Hoerlle disse que o “O espírito de equipe é a principal mola propulsora do desenvolvimento de uma empresa, comunidade ou nação." 

1125 - Os três grandes

Ao lado de Arno Carrard e Hilário Junges, Heitor Müller foi um dos principais líderes do processo de desenvolvimento que levou a região do Vale do Caí a uma situação de destaque nacional, com indicadores sociais, econômicos, políticos e cuturais que a destinguem do restante do país
Em meados do século XX, a região do Vale do Caí encontrava-se numa situação de atraso e estagnação. Algumas boas iniciativas foram tomadas e deram bons resultados. Economicamente, por exemplo, surgiram grandes empresas, como a Azaléia no Caí e a Reichert na Feliz. Mas assim como vieram, também se foram. Estes empreendimentos, embora importantes, não tinham raízes bem fixadas na região. Caso semelhante ocorreu com as fábricas Antarctica, na Feliz e em Montenegro, e várias empresas calçadistas que não resisistiram à concorrência chinesa e fecharam suas portas. Mesmo contribuindo para o progresso da região nas décadas de 1970 a 1990, elas não foram fundamentais. O progresso que proporcionaram não era sólido e duradouro.
Mesmo assim, a região do Vale do Caí se transformou e hoje é considerada uma das mais desenvolvidas do país. Tanto que ela foi apontada pela revista Veja, em grande reportagem, como sendo O Vale da Felicidade. Aqui temos os melhores índices de alfabetização, o melhor atendimento de saúde púbica e as melhores administrações municipais brasileiras.
Como pode uma região que, em 1950 havia ficado para trás e perdido importância relativa, conseguir avançar tanto? Muitos fatores contribuiram para isso. Inclusive o boom industrial proporcionado por empresas como a Reichert, Azaléia e Antarctica. Mas, certamente, ocorreram outras transformações, mais profundas e mais sólidas, que resultaram em mecanismos mais autônomos e duradouros de estruturação e desenvolvimento para a região, nos mais diversos aspectos: econômico, político, social e cultural.
O conhecimento acumulado da história da região nos levou à conclusão de que a iniciativa de alguns homens, talentosos e abnegados, teve fundamental importância para tornar a região desenvolvida e diferenciada do restante do país. E consideramos importante destacar essas pessoas, para que o seu exemplo seja estudado e sirva de modelo para que outros o sigam, semeando mais progresso para a região (e fora dela).
Muitos homens e mulheres deram contribuição importante para esse sucesso. mas são três os nomes que, na nossa avaliação, tiveram participação fundamental na recuperação e desenvolvimento do Vale do Caí:
Arno Carrrard, Hilário Junges e Heitor Müller.
Arno Carrard, nos anos de 1981 e 1982 empreendeu, com grande esforço particular, ousadia e capacidade, a emancipação de Bom Princípio. Uma tarefa difícil, pois as leis vigentes praticamente impediam novas emancipações. Vencida essa etapa, Carrard se empenhou numa cruzada, apoiando centenas de movimentos emancipacionistas no estado e, com especial empenho, no Vale do Caí. Surgiram daí as emancipações de Capela de Santana, Brochier, Maratá, Pareci Novo, São José do Sul, Harmonia, São José do Hortêncio, Tupandi, São Pedro da Serra, Barão, São Vendelino, Alto Feliz, Vale Real e Linha Nova. As emancipações deram mais eficiência à administração de nível municipal, contribuindo enormemente para o desenvolvimento dos ex-distritos emancipados. E esse desenvolvimento foi benéfico para a região toda, incluindo os antigos municípios sede: Montenegro, Caí, Feliz e Salvador do Sul.
Hílário Junges - Primeiro prefeito de Bom Princípio, Hilário implantou ali um modelo de administração municipal extraordinariamente bem sucedido. Em seis anos, a administração de Hilário transformou o antes pobre e esquecido distrito caiense num município plenamente estruturado e forte. O modelo foi baseado numa rígida contensão de gastos e combate ao empreguismo, que fez o gasto com pessoal ficar abaixo de 30 % no orçamento municipal. Com isso sobrava muito dinheiro para investimento e foi possível revolucionar a infraestrutura de estradas, eletrificação, telefonia; melhorar o atendimento à saúde e educação, além de dar incentivo à implantação de empresas e ao desenvolvimento do setor rural. Hilário compreendeu bem, e adotou na prática, a idéia de que é preciso primeiro fazer o bolo para depois distribuir as fatias. Ou seja: primeiro é necessário fortalecer a economia, fazê-la crescer e gerar mais renda, melhorando as condições de vida do povo e aumentando a receita de impostos para a prefeitura. Para a sorte de Bom Princípio, o governo de Hilário durou seis anos (1983 a 1988) e ele teve tempo de não só fazer o bolo crescer, como também de distribuir as fatias. O sucesso de Bom Princípio estimulou a emancipação de outros distritos na região e o seu modelo de administração foi copiado por outros prefeitos do Vale de Caí.
Depois, como prefeito de Tupandi, Hilário desenvolveu lá um plano estratégico de desenvolvimento baseado na implantação de aviários e pocilgas. O projeto foi tão bem conduzido e teve resultados tão espetaculares que, em apenas quinze anos, transformou o município, que passou de ser o mais pobre para ser o mais rico da região. Um desempenho que o credencia ao título de melhor prefeito do mundo. As lições de administração dadas por Hilário Junges foram aproveitadas por prefeitos da maioria dos novos muicípios da região. O que contribuiu muito para que esses municípios, antes pobres distritos, se tornassem prósperos municípios e a região seja vista hoje como a mais desenvolvida do país.
Heitor Müller - Ao contrário de Carrard e Hilário, cujas trajetórias são amplamente conhecidas e sobre os quais muita informação pode ser encontrada nesse blog, o papel desempenhado por Heitor Müller no desenvolvimento da região precisa ser melhor estudado. Como líder no processo de criação e desenvolvimento da Frangosul, ele teve papel fundamental na criação da maior riqueza da região, que é a produção de aves e suínos em regime de integração. A integração é um sistema de produção no qual uma empresa fornece os pintos ou leitões, e também a ração, para os produtores rurais, que constroem aviários e pocilgas e cuidam da criação dos animais. A empresa, que recebe a denominação de integradora, proporciona também a assistência técnica aos produtores rurais (denominados como integrados).  Heitor Müller, juntamente com seu sócio Flávio Wallauer, começaram a Frangosul do zero e, quando a empresa foi vendida à Doux, em 1989, ela contava com 5.300 funcionários e 2.600 produtores integrados. Era uma empresa poderosa que, inclusive, patrocinava o time de vôlei que, com o nome da empresa, tornou-se campeão brasileiro. Depois de vender a Frangosul, Heitor desenvolveu a Agrogen, que produz pintos com recursos de genética altamente sofisticados e atua também como integradora e possui frigoríficos no Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Continua sendo destacado dirigente de entidades ligadas à avicultura e à indústria. É vice-presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul, Fiergs, e candidato a presidente.
Mais informações sobre Heitor Müller nas postagens 343 e 344 desse blog.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

1124 - Como vivem os descendentes de colonos que emigraram para a Argentina

Puerto Rico, hoje, é uma bela cidade, muito arborizada, que lembra cidades da Europa

Visitei recentemente a província de Misiones e, na minha opinião, os colonos que permaneceram nas colônias velhas (vales do Caí e Sinos - veja, sobre o assunto, a postagem 1121), sem dúvida ficaram em melhores condições financeiras do que os que emigraram para aquela província argentina. Isso porque aquela região não teve o mesmo desenvolvimento que se observa na por aqui.
No caminho até Puerto Rico não havia uma estrada asfaltada, a não ser a principal onde transitávamos. Vi apenas chalés e esses chalés ainda eram muito simples. Tudo era muito velho no caminho, inclusive os carros.
A cidade de Puerto Rico em si, é bonita, arborizada, com casas de alvenaria, uma igreja grande e bonita. Um lugarejo que se assemelha a alguns lugares europeus por ser muito bonito, diferente da realidade da região.
Não visitei outros lugares. Estive só em Puerto Rico e Mbopicuá, que já era um lugar mais simples. Lugarejo típico do interior, com as casas afastadas umas das outras. Um lugar pequeno onde todos se conhecem.
O povo é muito simples, religioso e hospitaleiro, Quase todos falam o alemão e muitos, inclusive, o português.
Misiones é a segunda menor província da Argentina, com 0,8% dos habitantes do país morando ali. Quase todos são de origens alemã ou índígena. Pude constatar, também, que houveram muitos casamentos entre essas duas etnias.


Texto de Felipe Kuhn Braun

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

1123 - Grêmio Esportivo Renner


Time do Renner num jogo de 1953: Em pé: Valdir. Enio Rodrigues. Oby. Valdo. Ivo e Orlando. Agachados: Carlito. Breno. Pedrinho. Enio Andrade e Orcely.
O Grêmio Esportivo Renner foi um dos clubes de maior destaque no futebol gaúcho entreis as décadas de 1930 e 1950. Sua história tem muito a ver com o Vale do Caí, já que ele foi criado com o apoio das empresas do altofelizense e caiense A J Renner. Vejamos como é contada a história do clube na Wikipédia:
"O Renner foi fundado no dia 27 de julho de 1931, por Victor Gottschold, Avelino Amaral e Apolinário Corrêa, entre outros, todos funcionários da A.J. Renner & Cia. O clube realizou seus primeiros jogos na rua Frederico Mentz (1).

No dia 15 de novembro de 1935, o Renner inaugurou seu estádio na rua Sertório (esquina com a avenida Eduardo), vencendo o Taquarense por 5 a 4. O estádio foi construído em um terreno doado por Antônio Jacob Renner (2). Em 1936, o clube participou da fundação da Liga Atlética Porto Alegrense (LAPA), ao lado do Portuário, Rio Guahyba, Gloriense e Arrozeira Brasileira (3). Em 1937, com a divisão da principal liga portoalegrense, o Renner abandonou a LAPA e ingressou na facção da Associação Metropolitana Gaúcha de Esportes Atléticos que manteve-se fiel à CBD (AMGEA cebedense).
Em 1938, o clube venceu o Torneio Início e o Campeonato Municipal, disputando o campeonato gaúcho. Com a unificação do futebol portoalegrense, realizou-se, no primeiro semestre de 1939, o Torneio Relâmpago, com onze equipes e que classificaria os cinco primeiros para a Primeira Divisão do Futebol, ficando os restantes na Segunda Divisão. Renner, Cruzeiro e Americano terminaram o torneio empatados em 4º lugar. No "Torneio Desempate", o Renner ficou em último, perdendo a vaga na elite gaúcha.
Em 1940, o Renner analisou a possibilidade de alterar seu nome para Industrial ou Navegantes, para adequar-se aos estatutos da AMGEA. Nesta temporada, com uma grande campanha na Segunda Divisão gaúcha, o clube teve seu atacante Caburé (artilheiro da competição) convocado para a Seleção Brasileira que disputaria o Campeonato Sul-Americano, na Bolívia (os clubes gaúchos recusaram-se a ceder seus atletas e Caburé jamais jogou pela Seleção). Precisando apenas de um empate para ganhar o campeonato da Segunda Divisão, o clube perdeu para o Porto Alegre, desperdiçando a chance de subir à Primeira Divisão. No ano seguinte, o Renner resolveu não inscrever-se para disputar o campeonato da Segunda Divisão.
Em 1942, o Renner venceu o campeonato da Segunda Divisão gaúcha, mas não conseguiu o acesso. Em 1944, novamente consegue o título, conquistando o direito de ascender à série principal. Em 1951, o Renner foi vice-campeão juvenil, repetindo o feito em 1953 e 1957. Mas o grande momento do Renner foi na temporada de 1954. O clube sagrou-se campeão citadino com três rodadas de antecipação, ao vencer o Juventude por 9x2, no dia 8 de janeiro de 1955. Em seguida, conquistou o Campeonato Gaúcho de 1954, em um quadrangular com Brasil de Pelotas, Ferro Carril de Uruguaiana e Gabrielense de São Gabriel. O título foi conquistado no dia 3 de abril de 1955, com a vitória do Renner sobre o Brasil de Pelotas por 3 a 0, no Estádio Tiradentes, gols de Breno (2) e Pedrinho. O time campeão entrou em campo com a seguinte escalação: Valdir de Moraes, Bonzo, Ênio Rodrigues, Orlando (Olavo) e Paulistinha; Leo e Ênio Andrade; Pedrinho, Breno Melo (4), Juarez e Joelcy. A campanha desse ano foi tão arrasadora que o time recebeu o apelido de Papão de 54.
Em 1957, disputou o Torneio Quadrangular do Rio de Janeiro, contra BanguVasco e Fluminense. O final da década de 1950 marcou um período de crise do clube. Como no final de cada temporada a empresa A.J. Renner tinha de cobrir o rombo financeiro, após o campeonato de 1957, decidiu-se extinguir o clube (5)."
1 - Frederico Mentz, que era caiense, foi um dos maiores empresários gaúchos na primeira metade do século XX.
2 - Nascido no Alto Feliz, A J Renner viveu parte da sua juventude em Montenegro e tornou-se empresário no Caí, onde começou a edificar o seu império empresarial. Foi o maior empresário gaúcho da primeira metade do século XX.
3 - A Arrozeira Brasileira foi a empresa que implantou, em Capela de Santana, uma grande fábrica de cordas e de sacos feitos de fibra vegetal.


4 - Breno Mello, quando jogava no Rio de Janeiro (depois de haver se revelado no Renner), foi convidado a estrelar o filme Orfeu no Carnaval, que venceu o Festival de Cannes. No filme, além de atuar como protagonista, ele cantava duas obras primas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes que se tornaram clássicos da bossa nova. O sucesso do filme, ao redor do mundo, contribuiu muito para divulgar a bossa nova no exterior.


5 - Note-se o poderio das empresas de A J Renner, que lhes permitia sustentar um time capaz de enfrentar o Grêmio e  o Inter na disputa do campeonato gaúcho.


A saudade do grande clube de futebol permanece, como se pode ver nesse vídeo, apresentado no programa RBS Esporte, da RBS TV, em 15 de julho de 2012.
http://globoesporte.globo.com/rs/videos/t/rbs-esporte/v/serie-fantasmas-da-bola-relembra-o-campeao-gaucho-de-1954-o-renner/2039975/