Até os anos 50, nas áreas situadas entre a avenida Egydio Michaelsen e o Morro do Hospital, haviam poucas construções (clique sobre a foto para ver melhor) |
Nos seus primeiros anos, o Caí vivia voltado para o seu porto. Lá era o centro da cidade e lá se desenvolviam as principais atividades.
Foi só aos poucos, na medida que o transporte naval foi substituído pelo rodoviário, que lugares então considerados distantes do rio (como a rua Marechal Deodoro e a avenida Egydio Michaelsen), foram sendo povoados.
Aconteceu também que, graças à navegação, o nível das enchentes baixou. O trânsito intenso dos barcos fazia com que a calha do rio ficasse mais limpa e livre, facilitando o fluxo da água. O rio era como um valo mantido limpo, onde a água corria livre e dificilmente acontecia um transbordamento.
Nesta época, muitas casas boas foram construídas em locais que, mais tarde, com o fim da navegação, voltaram a ser atingidas pelas cheias. Isto foi observado, pela primeira vez, na enchente de 1982.
De então para cá, o nível das enchentes vem aumentando constantemente. Assim, em 2007, ocorreu uma enchente cujo nível se aproximou muito da maior enchente da história: a de 1878. Uma na época em que a navegação no rio Caí ainda era muito pouco intensa.
Este fato fez com que, agora se evite e até proíba a construção de casas ou abertura de loteamentos em locais sujeitos a enchente.
Esta nova realidade faz com que a cidade, hoje, se desenvolva em áreas mais altas e distantes do rio. Depois dela haver se estendido até a encosta do Morro do Hospital, agora ela começa a contornar o morro. São muitas as construções no já antigo Loteamento Laux e no novo Loteamento Angico. E vários novos loteamentos deverão surgir brevemente nesta área.
O Loteamento Laux, criado há cerca de 30 anos, demorou a ser ocupado, pois parecia ser distante do Centro. Hoje está entre as melhores opções para a construção residencial. O Loteamento Angico, criado recentemente, teve rápido desenvolvimento.
No Caí, como no país inteiro, a construção está se desenvolvendo muito devido à facilidade que se tem, atualmente, para conseguir financiamento.
Mas os bancos não emprestam para quem quiser construir em áreas atingidas por enchente. E isto, no caso do Caí, se tornou um forte estímulo para o desenvolvimento dos bairros que estão livres deste problema.
Por isso já se pode prever que não está longe o dia em que o Morro do Hospital se tornará uma espécie de ilha, cercada de cidade por todos os lados. E o mesmo, já dá para prever, acontecerá no morro do Loteamento São Rafael.
RETORNO
A história caiense mostra que as construções, ultimamente, fogem das proximidades do rio. Mas isto pode mudar. Se a navegação, no período situado entre os anos 1910 e 1950, fez com que o nível das enchentes baixasse, isso pode (e deve) voltar a acontecer.
Não se justifica o fato do rio Caí não ser navegável. Em países desenvolvidos, um rio como o Cai seria intensamente navegável. O transporte de cargas por via fluvial é extremamente econômico e, por isso mesmo, benéfico do ponto de vista ecológico.
A navegação deverá voltar a acontecer no rio Caí. E, quando isso acontecer, provavelmente, as construções em áreas alagáveis, como os bairros Navegantes e Vila Rica, deverão ganhar novo impulso.
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