domingo, 23 de outubro de 2011

1247 - Paulo Silveira, novo escritor caiense

Paulo
Paulo Silveira lança seu primeiro livro
O caiense Paulo Silveira escreve há muito tempo e chegou a publicar um conto seu no jornal Fato Novo. Foi, por muitos anos, funcionário da Caixa Econômica Federal, no Caí. Aposentado, continua residindo na cidade. Não confundir com o médico caiense Paulo Silveira.
Lança agora seu primeiro livro, que foi assim apresentado pela editora Alcance em seu blog na internet:


Sobre o autor:
Paulo Roberto Machado da Silveira é natural da agitada capital porto-alegrense, mas há muito mora na tranquila e bela São Sebastião do Caí, região metropolitana.
É aposentado da Caixa Econômica Federal. Cursou até o sexto semestre de Ciências Econômicas na UNISINOS e vários outros cursos na Universidade SEBRAE de Negócios. Por muito tempo foi colunista do jornal Vale dos Sinos e da revista Rua Grande, ambos de São Leopoldo, também tendo colaborado para o jornal Fato Novo, de São Sebastião do Caí.
Publicou vários contos, tendo sido um dos vencedores do concurso de contos de âmbito nacional “O Folclore da Caixa”, participando do livro que levou o mesmo título. Também tem alguns contos publicados no jornal “João de Barro”, da CEF.
HEUSÔ – Demônios cotidianos é sua primeira obra individual. Muito bem-vinda.
Livro:
HEUSÔ – Demônios cotidianos
Trecho do livro:
Não recordo o dia em que cheguei à cidade, apenas que era novembro, uma segunda-feira, e que estava chovendo. Nem lembro se eu tinha um guarda-chuva, apenas que chovia e que a natureza derramava gotas incolores, silenciosas, simétricas. A sensação, isso não se esquece, era de que o passado e o futuro passeavam relaxadamente de mãos dadas em pleno presente. E eu ali, talvez figurante, mas perfeitamente integrado ao momento, perfeitamente sabedor da minha missão, como acontecido tantas vezes.
Eufórica sensação do novo é invadir pela primeira vez a tranquilidade de uma cidadezinha de interior! Trazer consigo o sol ou a chuva, tanto faz. Ambos possuem magnitude, mistérios que só o recém-chegado forasteiro sente. E se delicia. As imagens que só ele vê beiram o poético e adquirem o contorno da vida. Dessa forma despertam muitas vidas. O perfeito “sunrise” sem etiqueta.
Naquela manhã, as diversas formas de vida passeavam acolhedoramente leves, respaldando, em plena cumplicidade, a minha aparentemente burocrática posição. Eu me deliciava com as aparências, pois tudo se apresentava deliberadamente saudável. Parecia um teste elaborado especificamente para mim. Todas as vontades e sensações chegavam naturalmente aplicáveis. O presente parecia uma celebração, assemelhando-se ao início de uma temporada de liberdade onde o Eu se atrelava instintivamente aos apelos da vida. Segundo Shora Atahualpa, entretanto, esse tipo de sensação somente nos será apresentado e plenamente sentido a partir do ano de 2013, quando o planeta Terra purificar-se-á, dando início a uma nova civilização. Entretanto, naquele exato momento, o futuro perfeito parecia ter-se infiltrado furtivamente no inusitado presente. Até a consciência mais sensível se sentia mais aliviada. Eu a ouvia gritar expondo seus poros e neurônios: “Quem abriu meu coração?”.
É natural que tenha ficado sem resposta. Ela chegaria naturalmente como uma arma branca deixando a bainha.

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