Em entrevista ao jornal Correio do Povo, Marcos Oderich falou das circunstâncias que fizeram dele um grande líder empresarial:
"Como foi a infância de Marcos Oderich?
Iniciei desde pequeno a trabalhar nos períodos de férias escolares, aprendendo a fazer o tropeamento, colhendo e descascando milho verde manualmente, carregando e descarregando caminhões, pesando e classificando mercadorias para venda no varejo, acompanhando meu pai na compra de carnes de boi e de porco nos abatedouros do Interior, comprando legumes de madrugada na Ceasa de Porto Alegre e ajudando nas podas de pomares de figo verde. Na escola, fui líder estudantil e, por duas gestões, fui presidente do Grêmio Estudantil do Colégio Sinodal de São Leopoldo. Graduei-me em Administração de Empresas pela Feevale em 1982.
A Conservas Oderich completou 100 anos. Qual é o segredo da longevidade?
Considero de vital importância a formação profissional, a educação austera recebida dos meus pais, o espírito de luta incutido de forma obsessiva nos campeonatos esportivos, a disciplina, a ordem e a obediência exigida em casa e no internato, a valorização de pequenas conquistas estudantis e a vida simples e humilde que os meus pais me ensinaram.
Marcos Oderich não está sozinho nesta caminhada de empreendedorismo. Nesse sentido, quem são seus principais aliados?
Sempre tive o apoio e o suporte da minha esposa na busca do equilíbrio emocional. Conto com meus irmãos Cláudio e Lúcia, que dividem comigo o amor pelo trabalho e pela empresa. Em 1980, empregávamos 180 funcionários. Nos modernizamos e hoje, nas três plantas produtivas no Rio Grande do Sul (localizadas nas cidades de São Sebastião do Caí, Pelotas e Eldorado do Sul) e na de Orizona, Goiás, movimentamos R$ 350 milhões anualmente e geramos mais de 2.200 empregos diretos.
O presidente das Conservas Oderich é um homem de gabinete?
Nesses mais de 30 anos de trabalho, meu grande orgulho é ter conquistado uma condição produtiva competitiva invejável no cenário mundial, por acreditar e ter tido a coragem de conhecer pessoalmente os mercados brasileiro e internacional - carregando em minha pasta de trabalho amostras e tabelas de preços para potenciais clientes. Faço corpo a corpo, como degustação de patês em latas para os japoneses. O meu trabalho sempre foi um eterno desafio. Uso uma expressão até hoje; quando alguém me pergunta como estão os nossos negócios, digo: "Estou vivo" - pois acredito que a nossa luta pela sobrevivência não nos permite parar e desfrutar as pequenas vitórias do nosso dia a dia.
Na sua opinião, como deve agir um líder?
Lideramos desde os 22 anos um grupo de trabalhadores que acreditou na força da união, na humildade e na simplicidade de saber mobilizar fornecedores, banqueiros e autoridades públicas a acreditarem que uma renovação é possível quando há coragem para mudar.
Defina sucesso:
Para mim, o grande sucesso é poder demonstrar para as novas gerações que o amor e o sonho de um projeto podem superar obstáculos considerados por muitos como impossíveis de serem transpostos."
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