1394 - A Família Steffen

Emílio e Angelina Steffen com suas netas Cristina Stefen (hoje casada com Tomás Kiefer) e Fabíola Scherer (casada com Rodrigo Cortezia)

O sobrenome Steffen

O nome de família alemão Steffen origina-se de um prenome. Como no caso de muitos nomes de família, esse sobrenome se origina do prenome de um dos genitores dos primitivos portadores. Do prenome do pai ou da mãe, sendo portanto, de origem paterna ou materna.

Como quer que seja, o sobrenome Steffen deriva-se do prenome Stephanus, que por sua vez, descende do grego Stephanos, que significa coroa.

Esse era o nome do primeiro mártir cristão, morto a pedradas em Jerusalém, três anos após a morte de Cristo.

Stepahan (Estêvão) era também o nome do primeiro rei húngaro, que levou seu país a converter-se ao cristianismo, que, após esse fato, passou a ser chamado de Coroa de Santo Estêvão, sendo anteriormente conhecido como Real Coroa dos Húngaros (reino dos húngaros).

Uma das mais antigas referências a esse sobrenome se encontra em um memorial sobre um tal de Oswald Steffanssun, registrado em 1454 em Sterzing. Não obstante, novas pesquisas poderão determinar um mais antigo uso desse nome.

Os mais antigos nomes alemães remontam ao século doze, sendo frequentemente grafados em sua forma latina, que seria a mais utilizada até mais tarde.
Esse nome é encontrado nos manuscritos da cidade de Colônia, onde se achou arrolados

135 nomes, dentre os quais é um dos mais antigos sobrenomes alemães registrados.
Destacam-se dentre os portadores desse sobrenome o prezado Johann Steffen (1764-1834) e o médico Johannes August Steffen, nascido em 1825.

Jacob Steffen - um imigrante

Passada a Revolução Farroupilha (1835 a 1845), iniciou um novo ciclo de colonização alemã no Sul do Brasil. E no primeiro ano deste no ciclo chegou ao Rio Grande do Sul Jacob Stephan.

Hoppstädten era a sua comunidade natal. Hoje o distrito chama-se Hoppstädten-Weiersbach e fica em Birkenfeld que é o Verbandsgemainde (o que para nós seria quase um município) na região de Birkenfeld, no estado do Rheinland-Pfalz. Hoppstädten é um vilarejo com 17,86 quilômetros quadrados e com pouco mais de 2 mil habitantes. Fica localizado ao Sul da Alemanha, quase na divisa com a França e Luxemburgo, enquadrando-se na região denominada Hunsrück.

Jacob Stephan era filho de Michael Stephan e Catharina Schwarz e nasceu em 1819. Conforme consta na sua entrada no Brasil, Jacob era agricultor e tinha 27 anos quando aqui chegou. Segundo o seu Reise Pass – Passaporte – expedido em 20 de abril de 1846, Jacob era um homem de pequena estatura 5 pés e uma polegada, o que é algo em torno de 1,55m. Consta ainda no documento a sua procedência a partir de Oldenburg (que depois recebeu o nome de Birkenfeld). Jacob tinha pele clara, olhos castanhos, barba castanha escura, queixo oval, testa e nariz longos, não tinha doença alguma e tinha uma boca pequena (levando em conta a discrição feita no documento).

Chegou a São Leopoldo em 5 de setembro de 1846, a bordo do Brigue Neptuno, com o qual viera do Rio de Janeiro. Ainda não se sabe precisar qual foi o navio em que veio de Hamburgo até o Rio de Janeiro.

Casou-se no Brasil com Regina Geis, que morava em São José do Hortêncio com os pais. O casamento aconteceu na capela de São Leopoldo, em 1 de maio de 1847, sendo um dos primeiros ocorridos neste templo, já que anteriormente as celebrações religiosas ocorriam na matriz, em Capela do Santana.

Deste casamento nasceram quatro filhos: Jacob Steffen Filho, Antônio Steffen, Carlos Steffen e Peter Steffen.

Muitos foram os seus netos e a descendência é muito grande

Segundo relato oral Jacob teria trabalhado em um estabelecimento comercial em São Leopoldo (uma espécie de restaurante), tendo lá guardado recursos e comprado terras de Guilherme Winter, na colônia que posteriormente receberia o nome de Bom Princípio. Conforme registros históricos já havia Steffen em Bom Princípio em 1853, sendo, por dedução, Jacob. Peter e Elisabeth, os dois filhos mais jovens, nasceram em Bom Princípio, enquanto os outros três devem ter nascido em São Leopoldo, sendo registrados naquela capela.

A grafia do sobrenome foi alterada com o passar dos anos, já que nos documentos de partida da Alemanha consta como Stephan. O passaporte apresenta o nome Steffens. E o documento de batismo do primogênito (Jacob Filho) apresenta o sobrenome escrito como Steffen, o que se mantém até hoje exceto erros de grafias.
Transcorridos 150 anos da chegada ao Brasil, a história dos Steffen é rica e única. Os descendentes se espalham pelos quatro cantos do país, estando também no Paraguai e Argentina.

JACOB STEFFEN

* 13-05-1830 +04-03-1910

Casado com (c.c.) 15-09-1850 – Regina Geiss

* xx-xx-xxxx +xx-xx-xxxx

O corpo estaria sepultado sob o altar mor da Igreja Matriz de Bom Princípio.

Conforme relato de Mercedes Steffen, Jacob teria chegado em Bom Princípio junto com os amigos Pedro Liesenfeld e Kelch, tendo comprado terras de Guilherme Winter. Teriam eles construído uma cabana e com ajuda de armas e cães lutado contra os bugres quando da tentativa de colonizar. Teriam sido alvo dos índios, tendo eles desferido flechas contra Steffen, Liesenfeld e Kelch. Tempos mais tarde os bugres teriam fugido da região de Bom Princípio. Antes de virem para Bom Princípio os três amigos trabalhavam em um restaurante em São Leopoldo, tendo angariado recursos ali para comprar terras de Winter.

Liesenfeld teria doado as terras para a construção da Igreja e a instalação dos colégios de padre e maristas.  Posteriormente Liesenfeld foi para São Pedro da Serra, localidade que ele fundou.

Jacob Steffen teve quatro filhos com Regina Geiss (que era filha de São José do Hortêncio), sendo agricultor.

JACOB STEFFEN FILHO

* xx-xx-xxxx +xx-xx-xxxx

c.c. Elisabeth Froener

* xx-xx-xxxx +xx-xx-xxxx

ANTÔNIO STEFFEN

* xx-xx-xxxx +xx-xx-xxxx

c.c. Maria Wusst

* xx-xx-xxxx +xx-xx-xxxx

CARLOS STEFFEN

* xx-xx-xxxx +xx-xx-xxxx

c.c. Susana Schmitz

* xx-xx-xxxx +xx-xx-xxxx

PETER STEFFEN

*26-01-1854   +18-11-1929

c.c. Franziska Ely

*29-07-1859   +02-01-1927


Texto  de Alexandre (Alex) Steffen