1468 - A lendária família Porpício

Forte e generoso, Getúlio foi um expoente da família Porpício, do bairro Navegantes 

Seu nome era Getúlio Flores, mas todos o conheciam como Getúlio Porpício. Ele, seus irmãos e sobrinhos são conhecidos no Caí como os Porpício, como se esse fosse o sobrenome deles.
Foi a partir do pai de Getúlio, que esse nome se consagrou no Cai, a ponto de tornar-se uma lenda.
Ele se chamava Feliciano Propício Flores e trabahava na navegação fluvial, pelo rio Caí. Todos o chamavam de Porpício e esse nome se transferiu aos filhos e netos do patricarca.
A família se caracteriza pelos homens muito fortes e corpulentos. E também, pelo apego ao rio, que herdaram do avô. Todos eram excelentes nadadores e remadores.
Getúlio, por exemplo, foi pescador profissional e adorava o rio, ficando até uma semana acampado em algum ponto das suas margens, pescando. Ele trabalhou também como pedreiro. Mas a sua prioridade foi sempre o trabalho na pesca.
Era muito generoso e, não raro, doava boa parte do produto das suas pescarias para os amigos e parentes.
O mesmo espírito de generosidade o levava a atuar no resgate de cadáveres sempre que acontecia um afogamento no rio. Tornou-se famoso por isso e era chamado para fazer busca de cadáveres até mesmo em outros municípios da região. Getúlio também intervia em conflitos que ocorriam no seu bairro, o Navegantes. Se ele ficava sabendo que alguém do bairro havia sido vítima de furto, ele descobria quem foi o autor do furto e o obrigava a devolver o objeto furtado.
Pela sua robustês, tanto Getúlio como seus irmãos e alguns sobrinho atuaram muito como seguranças em festas e estabelecmentos comerciais.
Ele, ultimamente, ainda fazia segurança no Centro Espírita da Paz, cuidando dos veículos estacionados na rua, já que o local é mal iluminado.
Ele também ajudava muito as pessoas quando acontecia uma enchente. Com seu caíco ele ajudava os flagelados.
Casado há onze anos com Itamara, ele adotou como se fossem seus os filhos da companheira.
A doença que o consumiu nos últimos meses e acabou o levando à morte foi diagnosticada como bronco pneumonia. Mas não foi causada pela gripe A. Antes de morrer, ele passou 26 dias entre o Hospital Sagrada Família e sua casa. A morte surpreendeu a todos que o conheciam.