segunda-feira, 6 de maio de 2013

1944 - A morte de Hélio Alves de Oliveira






O falecimento do prefeito Hélio Alves de Oliveira foi assim noticiado pelo jornal Fato Novo:

Montenegrinos se despedem 
de Hélio Alves de Oliveira

EX-PREFEITO, DEPUTADO E NA ÚLTIMA SEMANA PATRONO DA FEIRA DO LIVRO, ELE FALECEU AOS 91 ANOS 

Pela primeira vez a Câmara de Vereadores, no prédio da antiga usina, recebeu um velório. Como o legislativo é "a casa do povo", nada mais justo do que acolher a despedida de uma das mais ilustres personalidades de Montenegro e da região. Um ex-vereador, que depois foi duas vezes prefeito (1955/1959 e 1963/1966), deputado estadual e secretário de Estado substituto. Por duas vezes projetou o nome de Montenegro como um dos cinco municípios de maior progresso no país, recebendo os diplomas das mãos do então presidente da República, Juscelino Kubitschek.

Hélio Alves de Oliveira faleceu na manhã da última quarta-feira, aos 91 anos. Apesar da idade, estava em plena atividade. Escrevia cerca de dez artigos por dia, sobre diversos assuntos. Foi colunista do Fato Novo e ainda permanece como colunista do jornal O Progresso e de seu blog na internet, já que deixou pronto um vasto material que será aproveitado. Também preparava o lançamento de mais um de seus cerca de 50 livros, e na última semana teve uma de suas últimas e maiores emoções: foi patrono da Feira do Livro de Montenegro. Seu coração parou de bater após tomar o café da manhã e estar lendo jornais em sua poltrona. Ambulâncias do Samu e do SOS Unimed ainda foram chamadas, mas o doutor Hélio já havia partido, de uma forma tranqüila como era o seu jeito. Sempre prestativo e dinâmico, não foi só reconhecido como um grande administrador, mas também como pai exemplar.

A casa do ex-prefeito, no centro, é uma verdadeira biblioteca, com centenas de livros e materiais de pesquisa que contam a história de Montenegro, região e do Brasil. Ele foi prefeito numa época que Montenegro tinha uma vasta extensão territorial, já que ainda não haviam ocorrido as emancipações. Com visão de futuro, asfaltou ruas e melhorou estradas, reorganizou o ensino, abriu a estrada até o topo do morro São João, o Balneário Municipal, levou eletrificação e telefonia ao interior, implantou programas de assistência, fundou a Biblioteca Pública que depois passou a levar o seu nome, doou a área para o campo do Municipal, que também leva o seu nome, entre tantas outras obras que o deixaram imortalizado. Na sua administração, contratou estudos para a contenção das enchentes do rio Caí, um projeto (canal extravasor) que é discutido até hoje.

Nascido em 4 de setembro de 1916, há quinze anos era viúvo de Adela Kerhwal de Oliveira, com quem teve cinco filhos: Celiza, Sérgio, Aurélio, Romélio e Adriano. Economista e Técnico de Administração, foi ainda gerente do Banco do Estado e professor.

O prefeito Percival de Oliveira destaca que Hélio Alves estava muito feliz ao ser convidado para ser o patrono da feira do livro que ocorreu de 3 a 6 de outubro. Ele compareceu na abertura e tocou a sineta de abertura do evento. "Foi uma justa homenagem", cita o prefeito. Já o deputado Paulo Azeredo salienta o legado deixado pelo doutor Hélio. "Temos que reverenciar a história deste grande homem público, que ajudou a construir o presente e que é motivo de orgulho dos montenegrinos, frisou, lembrando que o ex-prefeito também foi deputado e secretário de Estado. "Era um homem sempre à frente do seu tempo", cita a diretora da Biblioteca Pública, Simone Dörr.

No velório, realizado na Câmara, o caixão foi coberto com as bandeiras do Estado e do município. O sepultamento ocorreu na quinta-feira, com grande acompanhamento.

Matéria de Guilherme Schaurich Baptista para o jornal Fato Novo

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