segunda-feira, 6 de maio de 2013

1943 - Carlos Thompson Flores: biografia


Montenegrino nato, o ministro Thompson Flores 
foi também juiz da comarca de Montenegro

Carlos Thompson Flores nasceu na cidade de Montenegro, no Rio Grande do Sul, em 26 de janeiro de 1911. Filho de Luiz Carlos Reis Flores e de D. Francisca Borges Fortes Flores, foram seus avós paternos o desembargador Carlos Thompson Flores e D. Luiza Elvira Reis Flores; e maternos o Dr. João Pereira da Silva Borges e D. Ofélia Abott Borges Fortes. Foi casado com Dona Ana Lacroix Flores, com quem teve duas filhas: Mariza, diplomada em letras e professora de Inglês do Curso Médio, casada com o Dr. Otmar Lens, Juiz do Trabalho, Presidente da 2ª Junta de Conciliação e Julgamento, de São Leopoldo, RS, professor da Universidade do Rio dos Sinos (UNISINOS), e Beatriz, diplomada em Direito pela UFRGS, na assessoria do Presidente do Tribunal de Justiça, casada com o Dr. Flávio Brinckmann, Engenheiro de Minas pela UFRGS, Professor da mesma Universidade, e Diretor Técnico da Companhia Rio-grandense de Mineração (CRM).
Fez o curso primário no Colégio Público Elementar "14 de julho", na cidade de Montenegro; o ginásio no Colégio Júlio de Castilhos, em Porto Alegre, e o curso superior na Faculdade de Direito de Porto Alegre. Aluno do CPORPA, arma de Infantaria, foi declarado Aspirante a Oficial em 1931 e, como tal, estagiou no então 8º Batalhão de Caçadores, em São Leopoldo. 
Inicialmente, foi Juiz Distrital de Herval do Sul, assumindo esse cargo a 30 de outubro de 1933. Foi removido, através de permuta, para Triunfo, em 17 de julho de 1935. Em concurso público, foi nomeado Juiz de Direito da Comarca de Santa Vitória do Palmar, de 1ª entrância, assumindo em 18 de setembro de 1938. Posteriormente, foi removido, a pedido, para Rosário do Sul. Por merecimento, foi promovido para a Comarca de Montenegro, de 2ª entrância. Também por merecimento, foi promovido para Livramento, Comarca de 3ª entrância e, a seguir, pelo mesmo critério, para Porto Alegre, Comarca de 4ª entrância, tendo assumido na 5ª Vara Criminal a 27 de maio de 1951. A pedido, foi removido para a Vara dos Feitos da Fazenda Pública.
Designado para integrar, em sua formação originária, no ano de 1945, na classe dos Juízes de Direito, como membro efetivo do Tribunal Regional Eleitoral, assumiu a 16 de junho do mesmo ano, sendo efetivo até o advento da Constituição Federal de 18 de setembro de 1946. Em 13 de abril de 1953, foi convocado para substituir o Desembargador Homero Martins Batista na 1ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça. A 3 de junho de 1953, por merecimento, foi promovido a Desembargador do Tribunal de Justiça.
Eleito, na classe dos Desembargadores, membro efetivo do Tribunal Regional Eleitoral, empossou-se em dezembro de 1954, sendo reeleito pelo último biênio admitido na Constituição. Findou seu mandato a 28 de dezembro de 1958, como Presidente daquele Colégio, onde exerceu também as funções de Vice-Presidente.. Nomeado Ministro do Supremo Tribunal Federal, por decreto de 16 de fevereiro de 1968, do Presidente Costa e Silva, para a vaga deixada pelo Ministro Prado Kelly, tomou posse em 14 do mês subseqüente.
Tomou posse no cargo de Ministro Substituto no Tribunal Superior Eleitoral: 1º biênio - a partir de 6 de novembro de 1969; 2º biênio - a partir de 29 de março de 1972. Como Ministro efetivo no Tribunal Superior Eleitoral: 1º biênio - a partir de 17 de agosto de 1972; 2º biênio - a partir de 17 de agosto de 1974. Eleito Vice-Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, para o período de 12 de fevereiro de 1973 a 11 de novembro de 1973.
Assumiu a Presidência do Tribunal Superior Eleitoral, em 12 de novembro de 1973, exercendo essa função até 11 de novembro de 1975. Eleito Vice-Presidente do Supremo Tribunal Federal, para o período de 1975-1976.
Assumiu a Presidência do Supremo Tribunal Federal, em 14 de fevereiro de 1977, cargo que exerceu até 14 de fevereiro de 1979. Durante sua gestão, foi comemorado o sesquicentenário de criação do Supremo Tribunal de Justiça, antecessor do Supremo Tribunal Federal, em sessão solene realizada em 18 de setembro de 1978, com a presença do Presidente da República, Ernesto Geisel, e as mais altas autoridades da República. Também foi providenciada a remoção para Brasília e a restauração dos móveis que guarneciam o antigo Plenário da Corte, no Rio de Janeiro, e instalado o Museu do STF.
Aposentado, por implemento de idade, em 26 de janeiro de 1981, tendo exercido a Magistratura por quase quarenta e oito anos. A carta que dirigiu, despedindo-se do Supremo Tribunal Federal, foi lida em 2 de fevereiro seguinte, quando da reabertura dos trabalhos, pelo Presidente, Ministro Antonio Neder.
Foi homenageado em sessão de 11 de março de 1981, sendo saudado pelo Ministro Soares Muñoz, em nome da Corte, pelo Dr. Firmino Ferreira Paz, Procurador-Geral da República, e pelo Dr. Waldemar Zweiter, representando o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.
Após a sua aposentadoria, dedicou-se, como jurisconsulto, ao estudo do Direito, emitindo pareceres em inúmeras questões forenses, sendo que vários desses trabalhos encontram-se publicados em repertórios jurídicos: "Eleição dos Membros da Mesa da Assembléia Legislativa - Interpretação do art. 31 da CF", inRevista Forense 303/128; "Responsabilidade Civil Contratual", in Revista de Direito Civil, nº 42/147; "ICM e Compra com Cartão de Crédito", in Revista de Direito Tributário, nº 34/86; "Desapropriação ­- Empresa de ônibus", in Revista de Direito Público, nº 95/42; "Imunidade Tributária das Listas Telefônicas", in O Estado de São Paulo, edição de 1-11-87, p. 38; "Ação Popular - Pressupostos Processuais", in Revista de Processo, nº 61/218.
Em 24 de agosto de 2000, o Ministro Thompson Flores ofereceu ao Museu do Supremo Tribunal Federal, todas as condecorações e medalhas com as quais foi agraciado, sendo representado na ocasião por seu neto, atual Desembargador Federal Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz. Faleceu em Porto Alegre, no dia 16 de abril de 2001 e foi sepultado no cemitério João XXIII.
Texto extraído do site do STF

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