domingo, 16 de junho de 2013

2149 - Bar 30 de Julho




A história não é feita só de grandes monumentos, grandes homens, grandes realizações. Num bar montenegrino chamado 30 de julho também existe muita história.
Vejam essa cerquinha de madeira, tão bem retratada. Nas primeiras décadas do século XX, e antes disso, havia madeira sobrando por aí. Os matos precisavam ser derrubados para os colonos fazerem suas plantações de feijão, milho, alfafa, acácia e eucalipto. Plantas que foram, no passado, as maiores riquezas da região.
Com isso, a madeira existia em abundância e era vendida a preço baixo.
No Caí, até a metade do século XX, tropas de gado (bovino e suíno) passavam pelas ruas da cidade e os terrenos precisavam ser cercados, para evitar que animais desgarrados da tropa invadissem o terreno (ou até a casa) causando destruição.
Montenegro também teve os seus abatedouros. O maior deles foi o Renner, junto ao cais do Rio Caí. Será que também por algumas ruas de Montenegro ocorria o tropeio de suínos?
As plaquinhas de propaganda também são história. A que está pendurada no telhado do bar informa, além do nome do estabelecimento comercial, o nome da empresa que pagou pela plaquinha: a cervejaria Serramalte, que teve fábrica na Feliz e forte distribuição por todo o Vale do Caí.
Mais evoluídas, eram as placas presas na parede, junto à porta do bar. Uma da Pepsi-Cola, já globalizada naquela época (anos 1950?).
A outra, à esquerda da porta, é uma placa de propaganda de cigarro. Possivelmente da Souza Cruz, maior empresa do ramo, grande potência na época. Refrigerantes, cervejas e outras bebidas alcoólicas, juntamente com os automóveis eram os produtos mais propagandeados na época. Todos eles vistos, hoje, com mais restrições do que na época.
E essas graciosas meninas que, da calçada, viam quase nada passar? Quem foram? O que são, se ainda são? 
A história é a vida. Fazemos história da humanidade, embora que, no passado, também se falava em história natural.  Por que não se fala mais em história natural? Será que nos tornamos egoístas e hoje só queremos conhecer a nossa história, esquecendo das plantas, dos outros animais e minerais?
Entender a história é entender a vida. Conhecendo o passado, temos mais chance de prever o futuro, tomar precauções e fazer planos.
Onde? Em que rua? Em que bairro ficava esse bar, pelo qual tanta história passou?

Foto do acervo de  JB Cardoso

Nenhum comentário:

Postar um comentário