A Escola Felipe Camarão encontra-se hoje no centro comercial da cidade. Ocupa um terreno valiosíssimo, de quase um quarteirão inteiro. Na época em que foi construída (em 1944), a maioria dos prédios da cidade ainda estava situada mais próxima ao rio.
A atual avenida Egydio Michaelsen era uma estrada e, entre ela e o morro o que mais havia era campo. Utilizado, inclusive para a realização de carreiras (corridas) de cavalo.
HISTÓRICO
O marco inicial da Escola Felipe Camarão ocorreu em 3 de outubro de 1909, com a abertura do Colégio Elementar. A escola funcionava na rua Tiradentes, esquina com General Osório, no prédio do atual Sindicato da Alimentação. Logo foi transferido para o prédio da Liga Esportiva, no qual se encontra hoje o Country Clube. Todas as turmas ficavam juntas, no espaço hoje ocupado pelo salão principal do clube. Além do mais, o prédio é sujeito a ser invadido por enchentes. A situação, portanto, era muito insatisfatória.
Isso aconteceu na época em que Egydio Michaelsen era o prefeito (ele governou o Caí de 1937 a 1944). Egydio foi um político muito influente. A ponto de, na década de 1960, tornar-se ministro da indústria e comércio no governo federal (do presidente João Goulart).
Em 10 de outubro de 1940, o Colégio Elementar de São Sebastião do Caí foi transformado em Grupo Escolar Felipe Camarão.
O secretário estadual da educação, José Pereira Coelho de Souza mobilizou a comunidade caiense para a construção de um novo prédio. O terreno foi doado pelo caiense João Martim Adam, dono do Hotel Adam e da maior parte das terras do Morro do Hospital, conhecido na época como Morro do Martim. Essas terras chegavam até a atual avenida Egydio Michaelsen e foi uma parte dela que ele doou para a construção do grande prédio do Grupo Escolar.
Certamente a influência de Egydio foi importante para a decisão do governo de construir um novo e grande prédio para o Grupo Escolar.
A inauguração do prédio aconteceu em 15 de Novembro de 1944, com a presença do secretário Coelho de Souza.
O secretário era grande defensor da nacionalização do ensino. Até aquela época, na região colonial, eram muito numerosas as escolas que ensinavam os alunos nas línguas alemã e italiana. No Caí mesmo a escola mantida pela igreja luterana ensinava nos dois idiomas: o alemão e o português. Para muitos jovens da época era o português que lhes parecia uma língua estrangeira. Já que suas famílias, em casa, só falavam o alemão.
O combate a essa desnacionalização na educação empolgava o secretário. Ainda mais depois que o presidente Getúlio Vargas declarou guerra à Alemanha, Itália e Japão, em 1943. Os alemães passaram a ser considerados inimigos do Brasil e falar alemão em público passou a ser proibido no Brasil.
Esta situação pode ter estimulado o secretário a empenhar-se na construção de uma bela escola na qual se ensinava apenas no idioma nacional numa cidade de forte influência germânica, como era o Caí naquela época. de uma bela escola na qual se ensinava apenas no idioma nacional. Note-se que o prefeito caiense na época era Clóvis Kroeff, que era de origem alemã, assim como Michaelsen e o doador do terreno, Martim Adam.
Em 1982, o Grupo Escolar Felipe Camarão passou a chamar-se Escola Estadual de 1º Grau Felipe Camarão, sendo que o primeiro grau foi estendido de cinco para oito anos.
Em 2004 mudou novamente de nome, passando a ser Escola Estadual de Ensino Médio Felipe Camarão. Mas o ensino médio só começou a ser oferecido, efetivamente, no ano de 2007, com turmas de primeiro e segundo ano. Em 2008 ocorreu a primeira formatura de segundo grau.
Atualmente, a escola conta com 630 alunos.
A construção da escola Felipe Camarão deu impulso à ocupação da área mais
próxima ao morro, que permanecia quase desocupada (foto de meados da década de 1950) Foto colorida do acervo de Pio Rambo |
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