domingo, 15 de setembro de 2013

2715 - Sobrado do Engel




Este prédio, que ainda hoje existe, embora esteja um tanto arruinado, foi o mais alto do Caí por quase um século (exceto as igrejas católica e luterana). 
Ele está situado na esquina das ruas Tiradentes com General Câmara. Foi construído ainda no século XIX e pertenceu ao comerciante Frederico Engel (Fritz Engel), sobre o qual Helena Conelius fortes escreveu o seguinte, na sua obra Reminiscências:

A primeira loja de então, 
de Fritz Engel, lá na praia (1), 
vendia desde a botina
até o gorgurão (2) pra saia, 
desde o brim mais reforçado
à mais delicada cambraia.

Hoje (3) este belo sobrado
com seus sólidos andares
serve pra Destacamento
de Policiais Militares
O único em cem anos 
com quase quatro andares.

Frederico Engel foi o principal investidor quando da criação de uma indústria de tecelagem criada no Caí, em 1911. Essa empresa teve como sócios os maiores empresários caienses da época.

Segundo conta Contou Gunter Axt  na sua biógrafia de A J Renner, 
"Christian Trein e Frederico Mentz reuniram um grupo de investidores locais oriundos das atividades mercantis e incorporaram uma tecelagem. Acompanharam-nos Adolfo e Carlos Oderich, Frederico Engel, Reinaldo Selbach, João Elias Nabinger, F. J. Michaelsen, Felipe Ritter, Frederico Mueller e Rudolf Kallembach. Em meio à reacomodação geral, Renner decidiu abandonar as trilhas do cavaleiro dos mostruários e converteu suas ações para a participação no novo negócio.
Em 2 de janeiro de 1911, sob a razão social de Frederico Engel & Co., a tecelagem entrou em operação. Instalou-se num vetusto galpão que servira de pousada para os tropeiros da Serra. 
A fabricação começou então em rudimentares teares de madeira, confeccionados pelo sócio e marceneiro Rudolf Kallembach. Porém, ao cabo de quase um ano, sucessivas tentativas frustras consumiram o capital inicial, sem lograrem tecidos de qualidade. O técnico de produção, Augusto Bonsch, foi dispensado. Desanimado, o sócio titular (Frederico Engel) resolveu mudar-se para a Capital.
A. J. Renner tinha depositado ali suas esperanças e economias. Por isso, na
reunião dos acionistas que decidiria o futuro da tecelagem, propôs seu nome para a
direção. Interpelado por Frederico Mentz, admitiu desconhecer os detalhes da fabrica-
ção de tecidos, mas prometeu vencer os desafios se merecesse a confiança dos sócios.
Renner tinha a aprovação de Mentz, pois chegara a ocupar um cargo de gerência na Christian J. Trein & Co. sob os auspícios daquele. Nascia assim, em 2 de fevereiro de
1912, a A. J. Renner & Cia."

Fotos do acervo do jornal O Município, disponibilizadas no Facebook 
por Lu Bohn

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