E assim foi, até que numa daquelas fazendas foi construída uma capelinha. Ali, o padre da vila de Triunfo vinha, de quando em vez, rezar uma missa, ouvir confissões, crismar e batizar crianças, oficiar casamentos. Quando isso acontecia, o povo das fazendas em volta se reunia ali, para cumprir as suas obrigações cristãs e também prosear e permitir até que os moços e moças se vissem e, quem sabe, se aquerenciassem.
A capelinha foi dedicada a Santa Ana e, em torno dela foi surgindo uma bodega, uma escolinha e se criando um pequeno povoado que ganhou o nome de Capela de Santana do Rio dos Sinos.
18ª PRÓQUIA
Mas, em 1772, foi construída uma pequena igreja e a localidade de Capela de Santana começou a formar-se. Inicialmente com o nome de Santana do Rio dos Sinos.
Esta era a única igreja existente na região que hoje conhecemos como Vale do Caí. Gente de longe ia à missa, casava e era batizada na capelinha. Os mortos de toda a região eram enterrados no cemitério local.
Em 1814 a igreja e a localidade já haviam crescido e Capela se firmou como localidade mais importante da região. Nesse ano foi criada a Paróquia de Santana, com o nome de Paróquia de Sant’Ana do Rio dos Sinos. Num tempo em que São Leopoldo, Montenegro e o Caí sequer existiam. Ela foi a 18ª paróquia criada no Rio Grande do Sul. Não é exagero dizer que Capela, na época, era uma das vinte localidades mais importantes do estado.
Capela tinha até uma escola, com professor conceituado e os fazendeiros de Montenegro, Pareci, Caí e outras localidades próximas mandavam seus filhos lá, para aprender a ler, escrever e fazer contas.
Durante a Revolução Farroupilha, Capela foi um reduto de revolucionários. Que, inclusive, guerrearam contra os colonos alemães do Vale do Sinos, que se mantiveram fiéis aos império de Dom Pedro I.
Mais para o final do século XIX havia na Capela um quartel onde foram treinados recrutas que participaram da Guerra do Paraguai, inclusive rapazes de origem alemã, vindos de colônias como as de Maratá, Pareci Novo, Harmonia, Tupandi, Bom Princípio e Caí, que estavam sendo recém formadas. Capela era o centro de toda a região.
Quando foi criado o município de São Sebastião do Cai, a Capela foi integrada a ele. O Caí progrediu muito, com a navegação, mas Capela sempre foi parte importante do município. Por ela passava a estrada de ferro e havia uma estação de trem no atual bairro Estação, que ganhou seu nome por isso.
Nos anos 1940 a 1970, funcionou na Capela a maior indústria do município, chamada Arrozeira Brasileira.
Quando a fábrica fechou, a Capela caiu num certo marasmo. Até que capelenses ilustres, liderados por Pedro Odone Rodrigues da Silva, conseguiram a emancipação do distrito.
Capela, desde então, cresceu bastante e a vida da população melhorou. Mas Capela ainda está num padrão de desenvolvimento inferior ao do restante da região.
Nenhum comentário:
Postar um comentário