sexta-feira, 18 de abril de 2014

3915 - José Maria Benevenuto Cuenca: o palhaço que se tornou montenegrino

Na janela de trás dessa camionete do circo Inhana, se avista a cabeça de José
Maria Benvenuto Cuenca, o palhaço Biduca
Circo do Biduca instalado no terreno do Clube do Comércio  entre as ruas 
Capitão Cruz, Olavo Bilac Capitão  Porfírio


O palhaço era, geralmente, o dono do circo Biduca. E assim aconteceu
também com José Maria Benevenuto Cuenca, o palhaço e dono do circo que levava o seu nome de artista: Circo Biduca.
José Maria nasceu em São Paulo em 1915 e, aos cinco anos, foi morar com a família em Curitiba, Paraná. 
Em 1928 já era animador de rádio e acabou no palco como contador de piadas. O dono do circo Ianhana contratou Biduca e o apresentava como palhaço. O sucesso foi tanto que ele acabou investindo num parque e num palco ambulante, que recebeu o nome de Parque do Biduca. 
Egon Schaeffer conheceu Biduca em Santo Ângelo no ano de 1947. Pois Biduca e sua família foi morar numa pensão próxima à sua casa.
O filho da dona dessa pensão, que se chamava Júlio Ferriche era amigo de Egon, que residia em Santo Ângelo, com seus pais. Assim ele conheceu a família de Biduca: a filha Abigail, o pequeno Rafael e João Carlos. 
O Parque do Biduca foi montado a uma quadra da casa de Egon, no campo do Tamoio Futebol Clube. Biduca, na época, disse para Egon que o seu objetivo, ao vir para Santo Ângelo era conhecer as ruínas de São Miguel. Sonho que ele realmente concretizou. 
O parque tinha banquinhas, onde cada um ganhava prêmios derrubando pilhas de latas com jogando uma bola, pescaria, tiro ao alvo, etc. 
No palco, José Maria apresentava-se como o famoso palhaço Biduca, que repetia o seu famoso bordão - ¨ Chebebréus na banana ¨ . 
A troupe do Biduca também encenava dramas levando o público às lágrimas. Ao partir, disse a Egon - ¨Se você não fosse tão comprometido, te levaria junto, pois o teu talento como cantor e violonista é um sucesso. 
E brincava com ele dizendo que casaria com sua filha Abigail, que tinha 11 anos, a mesma idade de Egon. 
Em 1958, quando  Egon  retornou a Montenegro, reencontrou Biduca. Este lhe contou, então, que obtou pelo circo com cobertura de zinco e que Abigail se casara,  abandonando a vida circense. 
Os filhos estudaram no Colégio São João Batista e,  em Santo Ângelo, no colégio Elementar. Um amigo de Egon, que cuidava do jogo no bar e restaurante Líder, situado na Ramiro Barcelos, disse que Biduca jogava era viciado no jogo e perdia muito dinheiro.
Quando Biduca estava jogando cartas e ouvia a sirene do circo, indicando o início do espetáculo circense, ele dizia: "Eles que esperem, vamos jogar mais algumas rodadas. 
O circo estava situado em frente à figueira do antigo Clube Chimarrão, que foi demolido. Naquele ano já se iniciava a construção do Clube do Comércio. 
Foram quatro anos de estada do Biduca na terra do tanino. Montenegro viu Biduca vestido impecávelmente no casamento do seu filho Luis Carlos com a Montenegrina Denise Goulart. 
Desse casamento surgiram uma neta com o nome de Lígia que se tornou aeromoça e um neto de apelido Preto, que seguiu a vida do avô.
Depois de Montenegro, o Circo do Biduca esteve em Passo Fundo e Tubarão (Santa Catarina), na década de 1960; em Frederico Westphalen, de 1971 até 1973; em Porto Alegre no ano de 1974, em frente a Igreja das Dores, onde Teixeirinha chegou a se apresentar no circo. No ano de 1975 Biduca estava com seu circo em São Leopoldo,  onde faleceu. 
O circo prosseguiu com o nome de Serelepe, que era o nome do palhaço vivido pelo filho de Abigail, Marcelo Benevenuto de Almeida.
E então já estava sendo preparado Chameco de Almeida, filho de Marcelo e neto de Abigail para ser seu sucessor. Os familiares de Biduca  seguiram em frente, e comenta-se que, em alguma parte do país, os seus descendentes continuam se apresentando.
Egon Schaeffer, que conheceu o Biduca pessoalmente e foi amigo pessoal dele, atesta que é ele que aparece na foto da caminhonete do circo Inhana. 

Texto de Egon Arnoni Schaeffer, com subsídios  do Baú do Guidugli, Elaine  dos Santos e Cezar do Canto

4 comentários:

  1. Esta reportagem esta ERRADA.
    O Palhaço Biduca era padrasto de Abigail.
    Abigail casou-se com o Palhaço Taréco do Circo Teatro Nh'ana.
    Sou filha de Taréco e Abigail.
    O palhaço Serelepe era primo irmão de meu pai.
    O palhaço Biduca faleceu em laguna SC.

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  2. Na foto com o carro antigo, esta o meu avô José de Oliveira, conhecido como "Mineiro"
    pai do palhaço Taréco.

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  3. Meu Deus, o que são as confusões feitas neste texto. Isso tinha que ser apagado, não poderia ser veiculado dessa forma. Marcelo Benvenuto de Almeida, que herdou o nome Serelepe de seu pai José Maria de Almeida, é filho de Lea Benvenuto de Almeida. Chameco Almeida tem nome! Que coisa...

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  4. ah, por favor, retire aquele trecho "Texto de Egon Arnoni Schaeffer, com subsídios do Baú do Guidugli, Elaine dos Santos e Cezar do Canto", não coloque o meu nome nessa aberração!

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