sexta-feira, 25 de abril de 2014

3941 - Tanino Montenegro

Domingues De Lucca fez sua residência no prédio da antiga cervejaria Jahn


Após o encerramento das atividades da Cervejaria Janh, o quarteirão no qual ela se localizava (circundado pelas ruas Capitão Cruz, São João, Capitão Porfírio e Olavo Bilac) sofreu algumas mudanças devido à herança que coube a Liselotte Janh e Helmuth Janh: os terrenos com frente para a rua Olavo Bilac, desde a esquina da Capitão Porfírio até as proximidades do atual posto de gasolina. 
Em 1950, Domingues de Lucca adquiriu o restante do imóvel cuja frente era voltada para a rua Capitão Porfírio, toda a quadra com frente  para a rua São João defronte ao Clube do Comércio e parte daqueles que tinham frente para a Capitão Cruz. Ficou assino m com a maior parte do quarteirão e utilizou essa grande área para instalar a fábrica Tanino Montenegro. Aproveitou, inclusive, a chaminé da antiga cervejaria.
No escritório dessa empresa trabalharam Ivo Koets e Maria Surda (apelido um tanto cruel, pois ela era realmente surda). O tanino produzido pela empresa era, na sua maior parte, vendido para a Tanac e Tanino Mimosa, suas mais fortes concorrentes. 
Domingues De Lucca era um homem culto e conceituado na sociedade. Foi presidente do Lions Clube de Montenegro no ano de 1959. Amante da arte, ele  tocava violão e gostava de cantar. Sua esposa, dona Cecília, tinha muito orgulho do marido e a filha Marlene também admirava muito seu o pai, que tinha, inclusive, o dom de escrever. 
Os anos passaram e Marlene casou com Hilton Green, que foi proprietário da primeira casa lotérica de Montenegro e também o primeiro gerente das lojas Incosul. Rede que havia feito uma fusão com as lojas Ibraco. 
Acontecia com frequência a formação de um dueto na família. Hilton possuia uma belíssima voz e De Lucca o acompanhava ao violão. As serestas costumavam acontecer no andar superior da esquina São João e Capitão Cruz, residência da família. 
A decadência da produtora de tanino se fez sentir no fim da década de 1950 e a empresa foi transformada em fornecedora de carvão, comprando toda a lenha disponibilizada, tanto de acácia como de eucalipto. 
Mas o negócio não pode ser continuado devido à poluição que causava. A localização da empresa, bem no centro da cidade, tornava o seu funcionamento muito inconveniente para os moradores vizinhos.
De Lucca, já com idade avançada, negociou com a construtora BRM para a construção do complexo que existe hoje na São João, com frente para a rua Capitão Porfírio. Em troca recebeu apartamentos onde sua filha Marlene vive até hoje. Outras partes do conjunto de prédios da antiga cervejaria Jahn, também pertencentes a De Lucca, foram alugados naquela mesma época.
Na década de 1990, Hilton Green morreu num acidente automobilístico, perto das pontes de Montenegro.  Logo após a perda do genro, De Lucca também faleceu. 
Seu neto, Gerson Green,  comprou um caminhão e se dedicou ao transporte de cargas. A venda do terreno em que se instalou o posto de gasolina, na esquina das ruas Capitão Cruz e Olavo Bilac, também rendeu um bom dinheiro, com o qual foi o comprado o caminhão utilizado pelo neto. 
O prédio na esquina das ruas São João e Capitão Cruz, onde De Lucca morava já era quase centenário, porém sofreu algumas reformas queo  tornaram mais apresentável. 
De Lucca, nos anos que antecederam a sua morte,  escrevia uma cronica para o jornal O Progresso intitulada " Da Minha Janelinha". Nela ele narrava tudo que observava na praça Rui Barbosa e seus arredores. Fazia isso pelo prazer que sentia ao escrever, perpetuarndo os acontecimentos da época.

Texto de Egon Arnoni Schaeffer

Um comentário:

  1. EM VEZA DE IVO KOETZ QUEM TRABALAVA NO ESCRITORIO COM MARIA SURDA ERA SEU FILHO GILBERTO KOETZ.ROMELIO

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