terça-feira, 13 de maio de 2014

4013 - Salão 13 de Maio: o salão dos negros

O  Doutor Cassel , médico e prefeito, de óculos escuros. Ao seu lado, Tomé
Flores, que foi policial civil e vereador, o padre Edvino Puhl e Cilon Flores. 

O presidente do 13 de maio, Adelar Caetano, conhecido pelo apelido de Cabo, 
(na foto com terno azulado), convidava líderes brancos que, ao comparecer 
à festa dos negros, mostravam a sua consideração e respeito por eles.
O padre Edvino Puhl, que foi vigário do Caí nas décadas de 1950 a 1980, era 
sempre convidado para a festa do 13 de maio. Assim como o contabilista  
Cilon Flores (à esquerda do padre, que também era vereador).
O menino é Jackson Raymundo, acompanhado de sua mãe
O Salão 13 de Maio era o clube social da comunidade negra caiense. Na data
de 13 de maio, sempre havia uma festa que era conhecida como baile dos
negros. A comunidade negra precisava ter o seu clube porque o ingresso
em clubes como o Aliança era mal vista. Não havia uma proibição formal ao

ingresso dos negros, mas eles não se sentiam bem naquele ambiente. Bem à
esquerda, o primeiro que aparece é Vanusa, com seus cabelos cacheados 
e blusão multicolorido. Na frente dele, no outro lado da mesa, estão Tomé 
Flores (com a mão junto ao queixo) e, ao seu lado, o Pítia (Armin Pedro Mentz)
"O 13 de maio é uma data carregada de simbologia e que nunca deixo passar despercebida. Desde pequeno, aprendi que era o dia da abolição da escravidão, mas também um SALÃO. Ou melhor, o salão. 
Um mágico salão onde dei meus primeiros passos, onde muito corri e brinquei. Um espaço que parecia gigante e eterno. Um paraíso para qualquer criança!
O salão do Clube 13 de Maio, clube social negro de São Sebastião do Caí, ficava junto da casa dos meus avós. O meu vô (que não era biológico, mas afetivo) e a minha vó, durante mais de três décadas, realizaram bailes e almoços alusivos à Abolição e à cultura negra - numa região de colonização portuguesa e germânica. Quando o salão começou a se deteriorar fisicamente, outros espaços sediaram as festas.
No salão 13 de maio, aprendi a liberdade. Ele não existe mais (e nem os meus avós), mas deixou lições que ficaram para sempre."

Os organizadores do anual Baile dos Negros, no dia 13 de maio, eram Adelar Caetano e sua esposa Miguelina Pereira Brito (à sua direita, na foto).
Texto entre aspas de Jackson Raymundo e fotos do seu arquivo

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