sexta-feira, 25 de julho de 2014

4580 - 25 de julho











Quando os imigrantes alemães chegaram ao Brasil, o governo entregou a eles áreas de terra sem condições imediatas de serem cultivadas. Elas eram cobertas de  densa mata tropical. Cabia ao colono, acompanhado de seus familiares (esposa, crianças e idosos) aprir uma clareira na mata, construir o seu ranchinho, fazer a sua roça e continuar derrubando o mato, aos poucos, para fazer os seus pastos e plantações.
Isso aconteceu desde a chegada dos primeiros colonos a São Leopoldo, em 1824, até o final do século XIX e início do século XX. Para cada nova leva de novos colonos que chegava, novas áreas de terras lhes eram destinadas, em lugares cada vez mais distantes.
A rara foto mostrada aqui apresenta a situação da família imigrante recém chegada. Foi feita, provavelmente, no final do século XIX por um colono que possuía uma máquina fotográfica, o chefe da família ali apresentada. Passados mais de 50 anos, a situação não havia melhorado muito. Pode se imaginar os problemas e perigos que essa família teve de enfrentar no seu início de vida em terras brasileiras.

Há exatamente 190 anos, no dia 25 de julho de 1824, 39 pessoas pisaram pela primeira vez, naquela que é considerada o berço da imigração alemã no Brasil, a cidade de São Leopoldo, antigamente conhecida como Real Feitoria do Linho Cânhamo. 
Essas famílias abandonaram uma pátria instável, devastada por guerras, assolada pela fome, e heroicamente suportaram por quase meio ano, uma viagem sem volta, com destino ao novo mundo. 
Deixaram seus lares e parte de suas famílias guiados pela esperança de uma vida nova, com saúde e paz. Não foram fáceis aquelas primeiras décadas e a sobrevivência só foi possível graças à fé, à persistência e ao trabalho. 
Aqui havia uma terra farta, onde tudo que se plantava era possível colher, mas havia um Império atrasado e ineficaz, que não pôde cumprir com as promessas feitas aos imigrantes. Esses alemães foram deixados à sua própria sorte, tiveram que construir escolas e igrejas, estradas e novos caminhos. 
Com muito suor, de sol a sol, eles iniciaram as bases da nossa sociedade. Implantaram os minifúndios, foram pioneiros na indústria, no cooperativismo, fundaram associações e mantiveram vivas as tradições da pátria mãe. 
O ano de 1824 é um divisor da nossa história e o dia 25 de julho a principal data desse momento histórico. Esse dia de hoje deve ser dedicado a grandes comemorações, deste passado tão sofrido e, ao mesmo tempo, de tantas superações. 
Honrados foram esses bravos imigrantes e seus descendentes, que devem ser lembrados hoje e sempre por suas histórias de lutas e determinações.

Texto de Felipe Kuhn Braun, comemorativo ao dia do colono, nos 190 anos da imigração alemã

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