quarta-feira, 30 de julho de 2014

4594 - Alunos do Sinodal no acidente do Morro do Chapéu

O Constellatio era o mais moderno avião comercial  da época


Egon Arnoni Schaeffer foi aluno do Colégio Sinodal, de São Leopoldo, nos anos de 1950 e 1951.
Na noite de 28 julho de 1950 ele se encontrava no colégio, onde era interno. Uma fria e fina chuva caía sobre a região. Eis que, em determinada hora, se ouviu um estrondo acordando todos os internos da instituição. 
Logo se ficou sabendo que um avião havia se chocado contra o morro, cujo nome era bem conhecido: o Morro do Chapéu. 
Todos  os alunos conheciam o caminho que levava até aquele local onde, muitas vezes, os alunos realizavam brincadeiras. Uma turma de rapazes ia acampar nas proximidades do morro e outra turma, à noite, ia assaltá-los. 
Na noite do acidente, além de ouvir o estrondo, os alunos viram o clarão do fogo provocado pelo acidente. Como eram conhecedores do caminho, todos os alunos foram até lá e foram os primeiros a chegar no local. 
Egon nunca havia presenciado tamanho horror, havia corpos e pedaços de fuselagem espalhados numa extensão de quilômetros.
Eles contavam com potentes lanternas e, de longe,  avistavam cadáveres e pedaços do Constellation. 
Estavam ali presentes, naquela noite fatídica, o Pastor Rudolph Saenger , que era oriundo do Vale do Caí, ex morador da Costa da Serra e Bom Princípio e os alunos  Gastão e Arnaldo Weissheimer, de Montenegro, filhos de Dona Noca, a doceira;  Irving Schüller, filho de Delfino Schüller, o construtor de gasogênio em Montenegro; Ari Aigner, também de Montenegro, das lojas Hädrich; Rui Carlos Hosterman de São Leopoldo. 
Foram também ao local professores e muitos outros alunos, como Werner Loges, Purnhagen, Udo Waht, de Porto Alegre. Todos ficaram chocados com a tragédia que presenciavam. Por impulso, iam juntando pedaços da fuselagem. 
Egon Schaeffer, mesmo vendo tamnha desgraça  não criou trauma. Dois anos depois ele fez um rápido curso no aeroclube de Santo Ângelo, ele obteve o brevê classificando-se como primeiro colocado. Recebeu convite, até, para ser piloto da VARIG.
Nesse desastre morreram 44 passageiros e seis tripulantes. Foi o maior acidente acontecido, até então, no Brasil e na América do Sul.
Muito se falou, na época, da menina que estava escrevendo o diário no momento em que ocorreu o acidente. A última frase escrita era "Estamos chegando a Porto". A tragédia a impediu de continuar escrevendo o nome da capital gaúcha.

Texto de Egon Arnoni Schaeffer

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