quarta-feira, 27 de agosto de 2014

4700 - Estevan Lutz tem seu primeiro livro traduzido para o inglês

Estevan Lutz já tem livros publicados no sistema tradicional e, agora, 
seu primeiro livro foi traduzido para o inglês e lançado a venda 
para todos os países do mundo
Estevan Lutz é caiense. Ele formou-se em eletrotécnica no Instituto Liberato, de Novo Hamburgo, e trabalha como projetista elétrico numa empresa multinacional, em Canoas. Publicou seu primeiro livro, O Voo de Ícarus, em 2010.
Depois disso, Estevão teve vários contos seus publicados em antologias (junto com obras de outros autores) e outros livros seus estão sendo preparados para publicação.
Agora sua carreira literária deu mais um passo importante, com a publicação de seu primeiro livro em ebook (livro eletrônico vendido através da internet), traduzido para o inglês. Com isso, sua obra passa a ser acessível para os admiradores da ficção científica em todo mundo. 
O seu livro, em inglês, pode ser adquirido ao preço de R$ 9,90 nas grandes livrarias virtuais Amazon, Buqui, Cultura, Jetebooks, Kobo, Moby Dick e Travessa. O nome, em inglês, é Icarus Flight e a editora é a Página 42.
Com 33 anos de idade, Estevan é filho de Elemar e Maria Luiza Lutz e já está preparando dois novos livros para breve publicação.

ENTREVISTA:
Nessa entrevista concedida recentemente ao jornal Primeira Hora, Lutz manifestou o desejo de ver uma obra sua traduzida para diversos idiomas. Um sonho que já começa a ser realizado.

• Ficção é uma possível utopia para construir novas realidades?


A ficção que preza pelo rigor da ciência, costuma fazer a previsão de tecnologias vindouras. Temos como exemplo Julio Verne que narrou de forma verossímil uma viagem à Lua em pleno século 19, Arthur C. Clarke que praticamente criou o sistema de comunicação via satélite e Isaac Asimov que foi um precursor idealista da automação e robótica. Mas não é só utopia que compõe a ficção científica, a distopia também se faz presente em grandes obras de Aldous Huxley e George Orwell, esse último, na obra “1984”, explorou um sistema de governo totalitário onde todas as pessoas são monitoradas severamente pelo estado maior, enquanto Huxley em célebre frase definiu que “a organização em excesso transforma em autômatos homens e mulheres, reprime o espírito criador e elimina a própria possibilidade de liberdade. Como sempre, o único caminho seguro está no meio-termo, entre o excesso do laissez-faire, num dos topos da escala, e o controle total, no outro extremo.” 

• A ficção não corre o risco de ser apontada como gênero literário alienante, uma vez que sua matéria prima remete a situações improváveis, ou seja, fruto do imaginário puro? 

Muitas vezes a ficção é taxada de alienação, mas somente por aqueles que nunca leram o gênero. Pouco se recomenda esse tipo de literatura nas escolas por que os professores tem certo preconceito com o assunto, mas isso se dá também pela falta de familiaridade com essas obras. O tema ficção científica, em essência, é um pretexto para críticas sociais, exploração do comportamento humano em situações adversas e, sobretudo, visa especular benefícios e riscos de tecnologias polêmicas.


• Qual a tua posição sobre OVNIs? Já se falou tanto de discos voadores, mas nunca efetivamente e as supostas fotos não são comprovadas.

A pergunta veio em boa hora, pois estou desenvolvendo uma pequena novela que envolve o tema para uma antologia para a qual fui convidado recentemente a participar junto com alguns grandes autores nacionais. Há muitas explicações para o fenômeno OVNI, temos os relâmpagos esféricos (bolas de luz dos mais variados tamanhos que se formam em condições atmosféricas eletricamente carregadas), pequenos corpos celestes que se incendeiam em contato com a atmosfera, protótipos da aviação militar com design atípico sendo testados em áreas isoladas, alucinações individuais e coletivas e, o que se vê muito por aí, a falsificação de fotos e vídeos por pessoas que buscam o sensacionalismo. Existem alguns raros casos que ainda carecem de explicação, mas muitos imediatamente atrelam o assunto aos alienígenas quando se poderia atribuir explicações mais simples e até mais lógicas. Convenhamos, uma civilização com tecnologia para empreender viagens interestelares viria até nós para fazer desenhos em plantações de trigo, mutilar animais, escravizar povos antigos para empilhar pedras de pirâmides e seqüestrar pessoas sem depois conseguir apagar totalmente a memória delas? Um dos pensamentos que empreguei no livro O Voo de Icarus foi “não existem assombrações, mas, sim, mentes assombradas”. Por assombração, podemos entender também o assunto em questão.


• Por que tantas pessoas gostam deste tipo de literatura?

As pessoas normalmente cansam do cotidiano. E esse é o tema literário que mais inspira a criatividade. Aí não entra somente a ficção científica, mas também o realismo fantástico, a fantasia e o terror. Outro fator é que, geralmente, o andamento do enredo desses gêneros é mais dinâmico e prende o leitor com mais facilidade.

• Qual o autor, ou relato, que te inspirou a navegar pela ficção?
Sem dúvida, foram algumas obras literárias de Arthur C. Clarke (autor de 2001 – Uma Odisséia no Espaço) e alguns filmes como Jornada nas Estrelas, Guerra nas Estrelas, Matrix, entre outros. Cito também aquela que considero a melhor obra de ficção nacional, a Trilogia Padrões de Contato do jornalista científico Jorge Luiz Calife (ele inclusive ajudou Arthur C. Clarke a escrever a continuação de 2001). Calife e eu estaremos juntos na antologia sobre alienígenas que citei anteriormente.

• Se os ETs de fato viessem ao Brasil, que tipo de operação/transformação gostaria que eles fizessem?

Seria apropriado se eles fizessem uma “infusão intracraniana” de conhecimento e espírito crítico permanentes em nosso povo. Somos um país no qual as pessoas ainda vão aos aeroportos protestar contra seu time de futebol que está chegando depois de uma derrota enquanto políticos corruptos aprovam leis apenas para próprio o benefício com o consentimento da maioria. Sabe-se tudo sobre estatísticas de futebol, mas quase nada sobre a organização política do país. Muitos ficam mais preocupados com a votação do Big Brother do que com a votação no congresso de uma PEC que pode prejudicar a população. Apesar de termos ciclos de protestos contra a sujeira de nossa nação, não há uma cobrança contínua para a melhora do nosso sistema educacional e dos serviços de segurança e saúde, diferente do que ocorre nos países de primeiro mundo. A complacência é uma doença! Precisamos de uma cura, se não, continuaremos vítimas da corrupção e da demagogia.


• A possível existência de vida humana em outros planetas instiga a ciência. Desde os anos 70 também inspira o cinema na produção de séries. Acreditas que possa mesmo haver algum tipo de vida, mesmo inteligente, em algum outro ponto da galáxia?
Mesmo afirmando que os OVNIs que circulam por aí não devem ser de procedência extraterrestre, a vida em outros planetas é matematicamente comprovada. Através do telescópio Kepler (conhecido como “o caçador de planetas”), a NASA descobriu recentemente que pode haver cerca de 60 bilhões de planetas capazes de abrigar alguma forma de vida, apenas em nossa galáxia. Ponderando uma estimativa pessimista de somente em 0,01% desses planetas a vida ter evoluído para níveis mais altos de inteligência, a perspectiva ainda é ótima.

• Do que existe no gênero na TV, o que mais aprecias em termos de ficção científica?

Gosto muito das séries e dos longas metragens da franquia “Jornada nas Estrelas”, pelo fato dos enredos procurarem seguir as ciências exatas. Esse tipo de ficção é o que se chama de estilo “hard”, pois prima pelo rigor científico. As coisas precisam ter embasamento, ao menos em teorias especulativas da comunidade científica. Essa é a ficção que me fascina e é essa a que eu procuro escrever. 

• Apesar de todos os incentivos, ainda se lê muito pouco no Brasil? O que dá para fazer para mudar esta realidade?
De fato, os números sobre a leitura no Brasil são deprimentes. Cinquenta por cento da população se considera não leitora e, para os que lêem, a média é de apenas 4 livros por ano. È uma das proporções mais baixas da América Latina. É preciso incentivar mais o público infanto-juvenil à leitura, pois este pode reverter esse cenário. Nas bienais e feiras do livro de que participo, vejo mais adolescentes comprando livros e interagindo com escritores, porém, ainda falta muito. Pais deveriam presentear mais seus filhos com livros. Nas escolas, os professores deveriam diminuir um pouco o catálogo de leitura obrigatória e fomentar a busca por livros que sejam do agrado de cada estudante, fazendo-os ler mais e mais. A diversidade de gêneros literários está aí pra isso.

• Uma definição de mundo

Paz entre nações e união pelo desenvolvimento tecnológico sem prejudicar a natureza.

• Um sonho

Ver histórias minhas publicadas em diversos idiomas.

• Uma experiência que ainda gostaria de ter

Uma viagem ao redor do mundo estilo “mochileiro”.

• Momento que marcou
O lançamento do meu 1° livro e o de outros livros que participei em co-autoria.
• Programa de TV

Real Time With Bill Maher.

Estevan, gostaria também que relatasses dados da tua vida pessoal e profissional – formação, família ...)

Foto publicada na página de Facebook de Estevan Lutz

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