sábado, 3 de janeiro de 2015

5111 - Nos passos desenvolveram-se as cidades

O  Passo do Tristão foi a origem da cidade de Montenegro


A primeira ponte construída sobre o rio Caí foi a ponte de ferro da Feliz. Só pelo final  dos anos 1950 e meados da década seguinte foram construídas as pontes de Montenegro e de Bom Princípio.
Antes disso, os viajantes que precisavam atravessar o rio precisavam  dos serviços de um barqueiro, que ficava na beira do rio, esperando a chegada de algum passageiro. Assim como fazem os taxistas, ainda hoje.
É interessante notar que onde havia um passo, geralmente surgia uma cidade. Foi assim com Montenegro, que teve o seu desenvolvimento inicial no ponto em que havia o passo.
Ele ficava no local onde começa a rua Doutor Flores, que estendia-se até o local da antiga igreja matriz (que ficava no que é hoje a pracinha defronte  à catedral). Observando com atenção a foto acima o leitor verá, ao fim da rua, a imagem distante da velha igreja.
Foi em torno dessa rua que a cidade começou a formar-se.
A foto é do século XIX e pode se notar que o porto (inaugurado em 1904) ainda não existia e não estava sequer em obras. Vê-se o barranco do  rio, principalmente no lado direito da foto.
Nota-se que barquinhos de diversos tipos prestavam o serviço da travessia. O maior deles, no qual estão dois homens, talvez conseguia levar um cavalo ou mula (que eram os veículos mais usados na época).
OUTRAS CIDADES
As cidades que hoje existem na beira do rio Caí desenvolveram-se em locais onde haviam passos. Até porque onde haviam passos, haviam estradas.  Foi assim no Pareci Novo, onde uma barca ainda funcionava até a década de  1960, no Caí, onde ela resistiu até 1970, na Feliz (até 1900) e em Vale Real. Em todos esses locais existem estradas, que eram importantes e movimentadas na época. Essas cidades surgiram ali por causa do passo e não o contrário. Tanto em Montenegro como na Feliz, tem-se registros de que o barqueiro foi o primeiro morador do local. Era uma época em que as terras eram abundantes e tinham pouco valor. Possuir terras não era sinal de riqueza, naquela época. Tristão Fagundes foi dono das terras que são hoje o centro da cidade de Montenegro, mas ele se dispunha a trabalhar como barqueiro, proporcionando a travessia do rio para os viajantes.

Foto do acervo de Romélio Oliveira

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