O Caí, mesmo nas épocas em que andou um tanto “por baixo”, sempre preservou a característica de ser um centro regional. A população dos municípios vizinhos sempre foi atraídas para o Caí, por encontrarem nela coisas que nas outras, menores, não existiam. Inclusive diversão.
No final do século XX, o inovador Bar & Bar, de Vando Coelho, atraiu a juventude do Vale do Caí com festas memoráveis. Mas, falando-se de coisas mais antigas, também pelos meados do século, outros pontos de encontro (e de namoro) caiense se tornaram célebres.
Este foi o caso dos dois cinemas que, ao longo de grande parte do século, foram famosos locais de diversão e pontos de encontro para a juventude.
Um deles foi o Cine Gaúcho, que funcionava na esquina das ruas Pinheiro Machado com 1° de Maio. Quase em frente à casa do Doutor Cassel. Depois veio o Cine Aloma, na Marechal Deodoro. O prédio no Calçadão Caiense, no qual funcionou, até recentemente, o supermercado Agliardi.
O Caí teve também alguns bares que se tornaram célebres. Antes do Bar & Bar, eles não eram dançantes, mas nem por isso deixavam de ser pontos de encontro importantes, que faziam parte da vida (e da fantasia) das pessoas.
Um deles, mais antigo, foi o bar A Tafona, instalado no prédio que, até hoje, existe dentro da praça Edwino Puhl.
Quando menino, Bernardo vivia no Chapadão e raramente ia ao centro do Caí. Mas lembra que em 1941, quando fez a sua primeira comunhão, na igreja matriz, já existia o bar A Tafona. O dono mais antigo do bar, pela memória de Bernardo, era conhecido como Webinha (diminutivo abrasileirado do sobrenome Weber). Mais tarde, ele passou a pertencer a Dari Luchesi, que era cunhado do padeiro Otto Schaeffmacher.
Otto, por sinal, foi um dos primeiros padeiros caienses e o seu estabelecimento funcionava no mesmo local em que hoje se encontra a agência Bradesco. E Bernardo ouviu falar, também, de um outro padeiro antigo chamado Roberto Padeiro, cujo estabelecimento ficava num prédio situado no quarteirão hoje ocupado pela Escola São Sebastião.
O bar A Tafona tinha mesa de biliar, um famoso sorvete e mesas em ambiente interno, além de outras (de ferro) na rua, à sombra das árvores. Tinha uma sala reservada aos homens, mas era também frequentado por senhoras e crianças. Um ambiente familiar, numa época em que mulheres sérias e crianças não entravam em bares.
Outro bar famoso foi o El Farolito, instalado ao lado do Cine Aloma. O prédio (do cinema e do bar) pertencia ao empresário Helmuth Blauth (proprietário da Empresa Caiense de Ônibus Ltda - Ecol).
O Cine Aloma era grande e teve o seu auge nas décadas de 50 e 60, mas se manteve aberto até os anos 80 (ultimamente com o nome mudado para Cine Brasil). O nome Aloma vem do filme Aloma, a Virgem Prometida, produção de 1941 estrelada por Dorothy Lamour.
Renato: Faltou comentar sobrte o "Por Que Não?", um bar alternativo, rock and roll, que atariu gente de todos os pontos da Grande Porto Alegre nos anos 90. De propriedade do nosso estimado Sílvio Nasário, era um espaço em que arte, boa música e conversas infinitas se encontravam madrugada adentro... Saudades desse tempo!!!
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