domingo, 8 de agosto de 2010

897 - Ajudando no nascimento do MDB caiense

Dary Laux fundou o MDB caiense, com a ajuda do padeiro Bernardo

Dary Laux trouxe a lista de assinaturas e faltavam 17 nomes.
Bernardo saiu com ela para a entrega de pão no bairro Rio Branco e conseguiu seis assinaturas (de três casais). Depois, voltando à cidade, foi falando com os seus fregueses de pão e, em dois dias, conseguiu os 17 nomes. E foi até fácil.
Deu até pra “tocar uma flauta” no Dary:
Bernardo fazia brincadeiras até com o sisudo delegado Homero. Certa vez o provocou:
- Quando o senhor veio aqui só falava no Brizola (ex-governador que tinha posição contrária ao governo militar). Agora só fala no Meneghetti (então governador, que apoiava o governo militar).
- Antes, o Brizola era o meu chefe - respondeu o delegado. - Agora é o Meneghetti.
Depois de ver a lista de nomes coletada por Bernardo, o delegado Homero falou:
- Padeiro, vou te falar a verdade: gente fina está na tua lista. Pro meu lado veio até ladrão de galinha.
Assim aconteceu a primeira eleição municipal caiense pós 1964, ocorrida em 1969. Bernardo, mesmo sendo filiado e um dos fundadores do partido no Cai, não concorreu. Atuou, entretanto, como fiscal do partido. E quem ganhou a eleição foi Heitor Pedro Selbach, do MDB.
Somente em 1976, incentivado por amigos que o consideravam muito popular e capaz de eleger-se, Bernardo resolveu se candidatar. Antes de tomar essa decisão, perguntou a 50 pessoas se poderia contar com o seu voto e todas disseram que sim. Então ele se animou e fez até um investimento na campanha: mandou imprimir um pequeno folheto com os dizeres “Para vereador Bernardino Costa 2212 MDB”. E, também, o seu slogan de campanha: “Fica comigo, que sou seu amigo.”
Ele não se elegeu mas obteve a expressiva soma de 206 votos. Mais do que algumas figuras destacadas da cidade, como Celso Moraes, que foi presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais e obteve 204 votos. Bernardo foi o terceiro suplente do partido, atrás de Ataíde Silva (filho de João Silva, o Pai João) e de Elói dos Santos.
Depois disso Bernardo concorreu também nas três eleições seguintes, mas não conseguiu se eleger e foi se desgostando da política. Ele não tinha dinheiro para investir na campanha e ficava difícil concorrer com outros candidatos mais abonados.

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