Brunilda trabalhava na fábrica Conservas Oderich e, quando o namoro engrenou, o casal começou a economizar. O que lhes permitiu comprar um terreno por Cr $ 15.000,00, em prestações.
Da mesma forma ele comprou a casa, de madeira, do comerciante Verno Hess. O terreno e a casa são os mesmos em que Bernardo mora até hoje, no início da rua Omiro Ledur (nº 30). Bem perto da padaria onde trabalhava (hoje Padaria Vila Rica) e num local livre de enchente. A casa toda, de seis metros por sete, custou Cr$ 17.500,00, incluindo tábuas de madeira de pinho bem maduro, as telhas francesas, pregos e alguns outros materiais.. Os tijolos, para o alicerce, Bernardo ganhou de João Bagatini, em troca de um pequeno serviço de empreitada.
Omiro Ledur ofereceu-se para perfurar um poço artesiano, já que, naquele tempo, a rede de abastecimento de água não chegava ao bairro Vila Rica. Pela amizade com Bernardo, Omiro fez uma oferta especial. O poço seria perfurado a um preço bem especial, aproveitando uma ocasião em que seus funcionários não tivessem outro serviço para fazer. O pagamento podia ser feito aos poucos, quando pudesse. O custo total foi de Cr$ 11.000,00. Como se vê, perfurar poços artesianos naquela época era um grande negócio. O poço custou quase tanto quanto a casa.
Coube a Bernardo comprar a casa, enquanto Brunilda, com o seu salário, ia comprando os móveis.
O pai da noiva, como era carpinteiro, encarregou-se da construção da casa, cobrando um preço abaixo do padrão: R$ 380,00. Além disso, Bernardo pagou ainda Cr$ 200,00 para Felipe Dill, que foi o ajudante na obra.
Com a casa pronta e mobiliada, Bernardo e Brunilda puderam casar, em 1960.
Mas, para tanto, ele ainda precisava comprar uma fatiota (um terno). Foi até a loja do comerciante Erich Mentz (em frente à prefeitura), que vendia as confecções Renner, e falou francamente:
- Eu quero comprar uma fatiota, mas não tenho dinheiro.
Seu Erich vendeu a roupa em cinco prestações e ficou resolvido o problema.
Depois do casamento, Brunilda deixou o emprego na fábrica, passando a cuidar apenas dos afazeres da casa.
Ali o casal criou seus seis filhos.
O primeiro, José Luís, levou os nomes do pai de Bernardo e do pai de Brunilda. Ele tornou-se gráfico e mora hoje em Curitiba, no Paraná. Nasceu ainda no primeiro ano do casamento. Um ano depois veio Lúcia Maria, que permaneceu solteira e mora hoje com o pai e o irmão mais novo. Ela foi funcionária das fábricas Eran, Vachi e Azaléia, na qual se destacou ganhando o título de operária padrão. A terceira chamou-se Madalena e casou com Alexandre Henemann. Essa também trabalhou na Eran, Vachi e Azaléia. Depois veio Maristela, que permanece solteira. Ela trabalhou na Vachi e depois se tornou empresária, sendo sócia da fábrica de calçados femininos Mina D’Cristal, em Estância Velha. Pedro Eduardo, o quinto filho, hoje trabalha com gráfica, em Viamão. E o mais novo é Geraldo, nascido em 1975, que atua como técnico em eletrônica.
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