domingo, 8 de agosto de 2010

901 - 50 anos de profissão

Por 50 anos, Bernardo percorreu as ruas do Cai, levando o pão a residências e casas comerciais

Bernardo trabalhou entregando pão (sempre de carroça) pela cidade e seus arrabaldes, por 50 anos. Na maior parte desse tempo trabalhou para a Padaria Princesa, mais conhecida pelo apelido de Padaria da Vila Rica.
Ele chegou a interromper o serviço entre 1978 e 1980, mas voltou a fazer entrega até 1985, quando se desentendeu com o patrão, Dary Laux, e saiu definitivamente.
Nos anos 50 e 60 o valor fixado para o salário mínimo era elevado e funcionários como ele, que trabalhavam com carteira assinada, eram bem remunerados. Assim, no início da década de 60, além de construir sua casa, Bernardo conseguiu comprar uma pequena área de terras no alto do morro do Chapadão. Ali ele pôde se dedicar à agricultura nos períodos em que não trabalhou como padeiro e continua fazendo isto agora que está aposentado.
Em 1987 Bernardo voltou a fazer entrega, mas então para a Padaria Ki Pão, estabelecida na rua João Wagner (também no bairro Vila Rica). Ficou ali até o ano 2000 e depois foi trabalhar na Padaria Vila Rica (de Roberto Stockmann), onde encerrou sua carreira de padeiro no ano de 2005.
No seu longo período de atividades como padeiro, Bernardo sempre se relacionou bem com os comerciantes. Saber tratar com as pessoas é uma das suas principais virtudes. Ele procurava se adaptar ao jeito de ser de cada pessoa, aceitando as diferenças, ignorando preconceitos. Costuma dizer que “cada pessoa tem um jeito de se chegar”.
Assim ele conseguia se entender até mesmo com os clientes que eram considerados pessoas de trato muito difícil.
Naquela época, alguns comerciantes não tinham muita preocupação em ser agradáveis com seus clientes e, menos ainda, com os seus fornecedores. Bernardo encontrou dois deles que eram homens “secos” que, costumavam tratá-lo com certa rispidez. Um deles foi Lothário Koch e outro conhecido como Fioti. Com ambos ele adotou a mesma tática. Depois de ser muito mal tratado Bernardo não retrucou. Mas, no dia seguinte, passou com a sua carroça em frente à casa comercial do comerciante descortês sem parar. Em ambos os casos a tática deu resultado. Bernardo foi chamado pelos comerciantes que falaram mais ou menos assim: “Como é, rapaz. A gente não pode nem brincar contigo?”

Um comentário:

  1. Eu tive o prazer de ler a Biografia do Sr. Bernardo, pois sou amigo do filho dele o Zé Luis, getne de primeira.

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