Ao longo da década de 50 os rádios a bateria deram lugar aos rádios de pilha. No ano de 1958, Bernardo ouviu em rádio de pilha, a transmissão dos jogos do Brasil na Copa do Mundo. Uma façanha da Rádio Guaíba, que mandou o seu narrador esportivo Mendes Ribeiro à Suécia para transmitir, ao vivo, os feitos de Pelé, Garrincha e outros grandes craques que conquistaram a primeira copa para o Brasil. A Rádio Guaíba, que havia sido inaugurada um ano antes, pertencia ao grupo Caldas Júnior (dono do então poderoso jornal Correio do Povo). Quem comprou o rádio de pilhas - ainda uma novidade - foi Pedro Costa, irmão de Bernardo.
Outro estabelecimento comercial de grande sucesso foi a Casa do Rádio, fundada em 1952. Ela pertencia a João Armênio (Lô) Diefenthaeler, que era filho de Geraldo Diefenthaeler. Geraldo, morador do Chapadão Baixo (perto do atual viaduto), era famoso jóquei das corridas locais. E seu filho Lô, quando jovem, fez um curso de radiotécnica em Porto Alegre. Depois de instruído, ele começou a vender aparelhos de rádio e, inclusive, de baterias para os mesmos. Ele acumulava o trabalho de técnico com o de venda. Foi muito bem no negócio e abriu a Casa do Rádio, que fez grande sucesso. Ela funcionava no mesmo local onde hoje existe a Joalheria e Ótica Brilhante. Lô colocava som, com vitrola, no Clube Aliança, para animar reuniões dançantes e implantou também uma espécie de “rádio” através de alto falantes colocados na praça João Pessoa (hoje Edvino Puhl) e na Estação Rodoviária. O nome desse serviço de alto falante era Aquidu e a sua programação era composta de sucessos musicais da época (gravadas em discos) e anúncios do comércio local que eram lidos ao microfone. Os principais anunciantes eram a Casa Adam, o Cine Aloma e as farmácias de João Behrens (Ideal) e Carlito Trein (Progresso). O operador do Aquidu era conhecido pelo apelido de Camisola, que usava o microfone e operava o toca-discos a partir da Casa do Rádio.
Em 1959, quando a TV Piratini (primeira emissora gaúcha) começou suas atividades, Lô Diefenthaeler colocou um aparelho de TV na porta da loja e uma verdadeira multidão se juntou em frente dele, na rua, para ver a grande novidade. Pioneiro, Lô fez muito dinheiro vendendo aparelhos de TV na região. O farmacêutico João Behrens e o empresário Helmuth Blauth (dono do Cine Aloma e da Empresa Caiense de Ônibus) foram os primeiros caienses a comprar televisores para suas casas.
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