Numa pequena localidade é natural que exista apenas uma casa comercial e é natural, também, que este comerciante - por ser o único - procure oferecer todo tipo de produto que seus fregueses precisem. Hoje, como muitas pessoas possuem automóvel e as estradas são relativamente boas, quem mora em localidades do interior frequenta mais facilmente o comércio de cidades maiores.
Antigamente, quando as estradas eram quase intransitáveis e automóvel era privilégio dos ricos, o comércio era diferente. Um armazém colonial vendia alimentos, tecidos, calçados, ferramentas, material de construção e tudo mais de que os colonos precisassem e, inclusive, oferecia pouso para os viajantes.
Este modelo de comércio diversificado prevaleceu mesmo em cidades como o Caí até meados do século XX. Mas, aos poucos foi sendo substituído por estabelecimentos mais especializados. Este era o caso das agências Ford e International, que vendiam veículos e ofereciam serviço de oficina.
E eram essas novas lojas mais especializadas que traziam produtos originados por novas tecnologias. As agências de veículos eram um exemplo e cabia a elas, inclusive, o serviço de carregar as baterias dos rádios. Como muitas localidades e bairros, mesmo na década de 50, não eram alcançadas pelas redes de energia elétrica e as pilhas de lanterna ainda não existiam, os rádios funcionavam com a energia de baterias de automóvel.
Contava-se na época a anedota de um colono que foi à agência Ford para carregar a bateria do seu rádio e fez um pedido:
- Se der, faz o favor de não botar tanta propaganda de Melhoral.
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