domingo, 22 de agosto de 2010

932 - Na profissão de padeiro

A maior dificuldade de Bernardo, no início, foi a sua dificuldade para fazer as contas. A matemática que havia aprendido nos quatro anos de escola já estava um tanto esquecida e ele não sabia fazer a conta de multiplicação necessária para cobrar dos fregueses o pão que fornecia.
Por sorte, logo na primeira entrega contou com a ajuda de um freguês, o comerciante Pupinho Blauth (irmão do grande empresário Helmuth Blauth) que escreveu numa folha de papel uma tabela com o valor que ele teria de cobrar conforme a quantidade de pães que vendia.
Vencida esta barreira, o resto foi fácil. Bernardo logo revelou ter talento para a atividade comercial. O que ficou demonstrado quando ele, ainda novato, ousou tentar a conquista de um novo cliente: o comerciante Miruca Coelho.
Chegando ao armazém, Bernardo lhe perguntou:
- Quando é que nós vamos negociar?
Miruca, que não era de muito papo, respondeu:
- Amanhã tu vem aí.
No outro dia, Bernardo voltou e disse:
- Tô aqui, seu Miruca.
Ao que o comerciante retrucou:
- O que é que tu tem aí?
Bernardo respondeu prontamente:
- Tenho bolacha, rosquinha, pão de quarto de quilo e de meio-quilo.
E assim saiu o pedido:
- Me dê dois de tudo que tu tem aí.
O que, para os padrões da época, era uma grande venda.
Ao sair Bernardo perguntou:
- Quando é que eu posso passar aí de novo?
E ouviu a resposta que ele desejava:
- Passa amanhã.
Quando chegou o dia seguinte, Bernardo descarregou a mercadoria e o comerciante perguntou:
- Tu vai poder me fornecer todo dia?
- Sim - respondeu o padeiro.
- Então eu vou ficar contigo.
E assim Bernardo conquistou um grande freguês. Estava mostrando para si mesmo e para seus patrões que tinha jeito para fazer aquele serviço.

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