No mesmo ano de 1952 Bernardo estava de volta ao Caí e foi trabalhar na roça, no Chapadão.
Os irmãos Manecão, Bastião e Zecão Flores faziam questão de que Bernardo trabalhasse com eles, pois gostavam de ouvir os seus casos durante o trabalho, para amenizar a dureza e monotonia do trabalho com a enxada. Duas vezes por semana ele trabalhava como ajudante do Antônio Fontoura, que tinha um caminhão International L160 e carregava casca do Portão para a TANAC, em Montenegro.
Por aquele tempo o empreendedor Omiro Ledur já havia aberto uma padaria na Vila Rica, na qual produzia o famoso pão do Miro, que era sovado e redondo. Mas acabou vendendo o negócio para abrir um alambique, também na Vila Rica. Foi então que Lauri Rangel e Antoninho Martinês, que eram cunhados e entendiam e tinham experiência de padaria em Porto Alegre, compraram a padaria de Omiro. Eles não tinham dinheiro e quem financiou o negócio foi o sogro deles, que era pai de Zeli Rangel, esposa de Lauri, e de Natalina Martinês, casada com Antônio.
Antônio acabou desistindo do negócio e vendeu a sua parte na padaria para Dary Laux. Surgiu assim a firma Laux & Rangel, proprietária da Padaria Princesa. A figura de uma mulher com coroa na cabeça servia de símbolo para a empresa e seus produtos.
Laurindo Lorscheitter e Sérgio Machado eram funcionários da padaria. Mas eles não se davam muito bem com o serviço de entrega do pão e, então, sugeriram aos patrões que contratassem Bernardo para esta tarefa, ficando eles na produção.
Dary e Lauri foram procurar por Bernardo e se dirigiram ao Chapadão com a camioneta Dodge da empresa. O encontraram trabalhando na produção de schmier no Engenho Grande, que era de propriedade de vários vizinhos e usado coletivamente por eles. Fizeram o convite e Bernardo aceitou. Começou assim a sua longa carreira como padeiro, que teve 50 anos de duração e fez dele uma pessoa muito popular na cidade. Isto aconteceu em dezembro de 1952.
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