domingo, 22 de agosto de 2010

943 - Diversões da época

Participar de reuniões dançantes era uma das principais diversões de Brunilda e Bernardo

A casa do ferreiro José Lorscheitter ficava perto da chácara da família Erich e do atual Clube Rio da Mata. Ali aconteciam festas de vizinhos e amigos, principalmente na época de São João. Festinhas assim eram animadas por músicos amadores, tendo um gaiteiro como músico principal. João Silino e Plínio Brandt eram os mais solicitados nas festas do bairro Vila Rica.
Os jovens dançavam a meia-canha, que funcionava assim. Primeiro a guria cantava um verso pro rapaz e depois ele respondia, cantando de improviso.
Dançavam, também, a dança da vassoura. Começava com todo mundo dançando. Entrava, então, uma pessoa com uma vassoura na mão. Ela batia três vezes o cabo da vassoura no assoalho e largava a vassoura. Todos, então, tinham de trocar de par, inclusive aquele que bateu a vassoura. Com isto alguém ficava sobrando e cabia a este bater a vassoura novamente.
Outra atração nestas festas era a “marca do espelho”. Enquanto os casais dançavam, um rapaz ou moça ficava sentado com um espelho no meio do salão. Uma outra pessoa conduzia uma guria, ou rapaz até aquela que tinha o espelho, para ser o seu par. Se não gostava da oferta, ela baixava o espelho. Na terceira oferta, tinha a obrigação de aceitar. Então o espelho ficava com aquela pessoa que antes conduzia os possíveis pares para a pessoa que antes segurava o espelho.
Danças como a da vassoura e a do espelho serviam de oportunidade para os casais se conhecerem e iniciarem um namoro.
Outra festa da época era a surpresa. Quando alguém estava de aniversário, os amigos batiam na sua casa de repente. O grupo, contando sempre com um gaiteiro, entrava na casa do aniversariante já tocando e cantando. Os móveis da sala eram removidos para liberar o espaço e acontecia assim um baile que ia até o amanhecer. A música que tradicionalmente encerrava o baile era “A barra do dia aí vem/Coitado de quem namora/Coisa triste do mundo/É quando a gente leva o fora”

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