Nessa época Bernardo morava com a família Erich. Sua jornada de trabalho começava às cinco e meia da manhã, quando ele ajudava a ordenhar as seis ou sete vacas da chácara. E esse trabalho do leite não parava nem no sábado e domingo. A ordenha e a entrega aos clientes tinha de ser feita todos os dias.
Às quatro da tarde também era tirado leite das vacas e cabia a Bernardo levar o leite na casa dos compradores, pela cidade. Assim, com aproximadamente 13 anos de idade (pelo ano de 1946) ele começava a percorrer diariamente as ruas da cidade. O que mais tarde viria a ser uma rotina para ele ao longo de cinco décadas, no seu trabalho como padeiro, fazendo a entrega do pão nas casas e no comércio da cidade.
Além de entregar o leite, Bernardo também vendia verduras e frutas produzidas na chácara de Adolfo Erich. O que ele mais vendia era o aipim.
Depois que passava o dia de finados, o trabalho diminuía na fábrica de coroas. E, então, como prêmio, o casal Erich levava os funcionários da fábrica aos bailes nos salões do Nelo e do Vardelena, que ficavam na estrada que hoje se transformou na avenida Osvaldo Aranha. E Bernardo, ainda um pré-adolescente, ia junto.
Os dois salões ficavam próximos um do outro: o do Nelo na altura do número 888 da Osvaldo Aranha e o do Vardelena (Valdo Lenhard) pelo número 750. Havia uma combinação entre os dois proprietários para não fazer seus bailes na mesma época. Quase todo mês acontecia um baile num desses salões. Nos mesmos prédios (que eram de madeira e funcionavam também, diariamente, como armazéns). Ocorriam bailes, também, no armazém Hess, em Arroio Bonito, e no de Acilo Peters, no Rio Branco. No centro da cidade, os bailes ocorriam na Sociedade Ginástica (depois Clube Aliança).
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