domingo, 22 de agosto de 2010

945 - Trabalhando fora de casa

Aposentado, Bernardo voltou à atividade agrícola, na chácara que adquiriu com suas economias

Bernardo estudou somente até o quarto ano primário e chegou a frequentar a escola da professora Elvina Laux, que ficava na atual rua Padre João Wagner, perto da Associação dos Moradores da Vila Progresso. Pelo ano de 1945 ele saiu de casa e foi trabalhar na casa do Luís (Lula) Flores, na Boa Vista, perto do cemitério (hoje conhecido como cemitério do Chapadão). Ele trabalhava na roça e ajudava as filhas de seu Luís, Naldina e Tereza em tarefas como a de tirar leite das vacas. Leite que era vendido na cidade. Mas ficou ali por pouco tempo, indo trabalhar depois na casa de Adolfo Erich, que tinha uma chácara na estrada que vem a ser hoje a rua Omiro Ledur.
Adolfo Erich tinha uma pequena fábrica de coroas fúnebres e grinaldas nupciais. As coroas eram usadas principalmente no Dia de Finados, para serem colocadas nas sepulturas dos parentes já falecidos. As grinaldas eram vendidas para lojas e serviam de adorno para as noivas no dia do casamento.
Era a esposa de seu Adolfo que comandava o trabalho na fábrica. E ela não sabia falar português. Lira Bastos, que era sua filha adotiva, servia de intérprete para transmitir as instruções a Bernardo e demais empregados da fábrica. Erica Lorscheiter, que já era uma moça, trabalhava também na fábrica de forma efetiva, junto com a dona, Bernardo e Lira. Depois de um ano trabalhando e convivendo diariamente com a família Erich, Bernardo já conseguia se comunicar com eles em alemão.
Três meses antes do Dia de Finados (2 de novembro), o trabalho na fábrica aumentava. O trabalho se estendia por muitas horas, inclusive à noite e nos finais de semana, e não dava para os funcionários irem a bailes e outras diversões. Na época de maior pique, o trabalho se estendia até a uma hora da madrugada.
Um dos poucos momentos de lazer ocorria nas tardes de sábado, quando a rádio Progresso, de Novo Hamburgo, tocava músicas de bandinha. Seu Adolfo e a esposa dançavam ao som do rádio e os funcionários dançavam junto, o que deu a Bernardo a oportunidade de aprender a dançar quando ainda era muito moço e seu pai não permitia ainda que ele fosse a bailes.

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