Os alemães tinham muito orgulho da sua cultura e da sua capacidade de trabalho. Na observação de Bernardo, “o colono alemão tinha muito capricho e não reclamava do serviço”. Por outro lado, as pessoas de origem portuguesa criticavam os alemães pelos aspectos que consideravam negativos na sua cultura. Brincavam, por exemplo, dizendo que os alemães não brigavam com suas esposas no sábado, porque este era o único dia em que eles faziam sexo. Durante a semana só pensavam em trabalhar.
Os proprietários de roça do Chapadão (tanto alemães como lusos) gostavam do trabalho do menino Bernardo porque ele, além de ser sério e trabalhador, tinha uma qualidade a mais: falava muito, o que ajudava a tornar o trabalho da turma menos tedioso. Já naquela época ele era um bom contador de histórias.
A esposa de Jacó, Lídia Stroher Gutheil, preparava um reforçado café da manhã para os trabalhadores, que era servido antes deles começarem o desgastante trabalho de capina. Era um café com leite, pão caseiro ou da venda, salame ou linguiça, schmier ou mel. A maioria desses alimentos era produzida pela própria família e seus funcionários. Este, naquela época, era um café de rico. O café do pobre tinha pão seco ou, eventualmente, com melado ou schmier. Isto na colônia. Na cidade, o café do pobre era preto (sem leite). Na casa de Bernardo, apesar de ser família pobre, o café era um pouco melhor, pois era acompanhado de leite e não faltavam a schmier e a nata, além de bananas.
No interior, se comia principalmente aquilo que era produzido pela própria família. O que se comprava na venda (armazém) era açúcar, erva e café. Comprava-se também batata inglesa, considerada um luxo para o final de semana.
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