domingo, 22 de agosto de 2010

952 - No Chapadão

Enquanto o pai trabalhava para a empresa Oderich, a mãe de Bernardino cuidava da casa, dos muitos filhos e da rocinha que mantinha nos fundos da casa.
Era uma vida pobre, que melhorou um pouco quando a família mudou-se para o Chapadão, onde foram morar numa pequena área de terra herdada por Dona Rosalina.
A área de terra em que Bernardino foi viver, ainda na infância, era uma fração das terras de seu avô por parte de mãe, Januário Flores. Ela ficava pelo final da grande lomba na estrada que liga o Caí a São José do Hortêncio. Ao lado direito (para quem segue no sentido Caí-Hortêncio), perto das instalações da empresa Agrocaí.
O pai de Bernardino construiu nela uma casinha modesta e a família passou a viver ali do trabalho agrícola. O que não dava muito rendimento mas era melhor do que a vida que a família tinha antes, quando moravam no Quilombo. Uma das principais vantagens foi a de não precisar mais pagar aluguel.
Olímpio trabalhava na roça, tanto na sua pequena propriedade como nas de vizinhos. A esposa e os filhos, mesmo pequenos, ajudavam na plantação de aipim e mandioca, na criação e no plantio da cana, que era o único produto que a família vendia para o alambique de Omiro Ledur. Esse alambique estava instalado na atual rua Omiro Ledur, na altura do número 600 e pouco e depois foi transferido para a atual avenida Osvaldo Aranha, na altura do número 900, ao lado da atual padaria Vila Rica.
Omiro Ledur era um homem muito sério e de visão avançada para os negócios. Seu alambique produzia a cachaça Estrela do Sul. Posteriormente ele se dedicou à perfuração de poços artesianos, sendo um pioneiro dessa atividade na região. Ele também teve aviário na mesma área de terras do alambique e da atual padaria. Plínio Weissheimer, que trabalhou com Omiro na perfuração de poços, depois passou a desenvolver essa atividade de forma independente (não confundir com o homônimo Plínio Weissheimer que trabalhou na Blavel, foi despachante e corredor de rústicas).
Seu Olímpio era contratado, também, para trabalhos eventuais na conservação de estradas estaduais, principalmente na região de Vigia. Ele trabalhou também na abertura ou melhorias na estrada Rio Branco, no trecho situado entre Vigia e Escadinhas. Essa estrada ligava o Caí à Feliz e servia como alternativa à estrada mais antiga, que margeava o rio passando pelas localidades de Caí Velho e Bela Vista e que sofria interrupções frequentes em virtude das enchentes (hoje chamada de estrada do Caí Velho). Quem contratava os operários para este tipo de trabalho era o Departamento (DAER - Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem).

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