domingo, 22 de agosto de 2010

955 - Bernardo Costa: uma vida caiense

Entregando pão, diariamente, Bernardo viu a história caiense acontecer

Seu nome é Bernardino Ernani da Costa, mas os caienses costumam chamá-lo simplesmente de Bernardo Padeiro.
Sua vida não foi tão extraordinária quanto à das pessoas que normalmente são biografadas.
Como todo ser humano, Bernardino tem suas virtudes e também os seus defeitos. Mas nem suas virtudes nem os seus defeitos são tão notáveis a ponto de fazer dele um personagem do tipo que costuma ser escolhido para ser o tema de uma biografia.
Ele é um homem comum. Mas, como todo homem comum, tem características notáveis e passou - ao longo da vida - por experiências dignas de serem narradas. E ele tem virtudes admiráveis que o fizeram ser um homem de sucesso, dentro daquilo que era a sua aptidão e o seu ideal de vida.
É justamente o fato de Bernardino ser um ser humano tão parecido com todos os outros, que deverá fazer desta uma obra rara e extraordinária. O que aqui se apresenta aos leitores é uma biografia diferente, pois ela não conta a história de um herói ou de um gênio. O que ela narra é a história de um homem como bilhões de outros. Um homem que foi agente transformador da sua comunidade, ao mesmo tempo que foi resultado das influências que a coletividade exerceu sobre ele.
Mas o personagem desta história real não é, também, tão comum assim. Afinal, não se escreveria um livro sobre ele se Bernardo não tivesse algumas qualidades excepcionais. Ele é persistente sem ser desagradável ou inconveniente. E assim se torna persuasivo. A ponto de conseguir que o autor deste livro, apesar de muito ocupado, dedicasse centenas de horas de trabalho a escrever este livro. A capacidade de convencer pessoas é uma característica marcante do padeiro caiense. Virtude que fez dele um grande vendedor.
Extrovertido e comunicativo, Bernardino interage intensamente, há quase 80 anos, com a coletividade de São Sebastião do Caí. E, com isto, a personalidade comum caiense ficou impressa nele. Registrada na sua memória e no seu modo de agir e pensar. Exercendo a profissão de padeiro ao longo de 50 anos, ele andava o tempo todo pelas ruas da cidade e, com o seu espírito amistoso, conversava - ao longo de cada um desses dias - com centenas de pessoas. Por isto, Bernardo foi - talvez - quem melhor conheceu o Caí e os caienses ao longo da segunda metade do século XX. E assim, a vida e a memória de Bernardino, que aqui procuramos reproduzir sinteticamente, pode ser entendida como um retrato - uma imagem - da vida dos caienses ao longo desse período.
Além disso, apesar de nunca haver exercido uma função pública ou de haver se elegido para qualquer cargo de governo, Bernardo sempre teve um forte e profundo espírito comunitário. Ele sempre esteve pronto para ajudar a quem precisasse e a agir em favor da coletividade. Por isso os prefeitos Bruno Cassel e Heitor Selbach, que se alternaram como prefeitos de São Sebastião do Cai por longo período (de 1964 a 1988) sempre o ouviam em assuntos de interesse do município. E até lhe confiavam missões que ele executava com satisfação, mesmo sem ganhar para isto. Mesmo tendo sido homem de confiança daqueles dois prefeitos, Bernardo nunca pediu emprego público para si e nem para os seus filhos.
O autor deste livro aproveitou a oportunidade para acrescentar à obra informações relativas à história caiense no período correspondente às memórias de Bernardino Costa. Com isso, pretende ajudar a suprir a carência de obras publicadas sobre a história do município nesse período.

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