quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

1061 - Arroio Coitinho leva esgoto do Caí para o rio, sem tratamento

O esgoto de grande parte do Caí vai para o rio através do arroio Coitinho

A noticia publicada no Fato Novo em 5 de janeiro de 2011 mostra o Caí numa situação que não seria aceitável num país civilizado


"A água que a unidade caiense da CORSAN distribui para a população é captada do rio Caí. Mas isso é feito num local bastante impróprio: logo acima do antigo cais do porto, junto ao centro da cidade.
Como o Caí não conta com tratamento do seu esgoto, a água de despejo gerada na cidade vai diretamente para o rio ou chega a ele através de arroios e valões. 
Uma grande parte do esgoto da cidade é canalisada para o arroio Coitinho, que percorre a região mais populosa da cidade, desde o loteamento Nova Rio Branco, passando pelos loteamentos São José, Popular, Esperança, Vila Rica e margeando o centro da cidade. Esse arroio, que absorve diariamente enorme quantidade de esgoto, desemboca no rio Caí pouco mais que 300 metros acima do ponto de captação da água da CORSAN. Uma situação lamentável.
Mas isso não é novidade e não está muito fora da realidade de outras cidades brasileiras.
Para contornar esse problema, a CORSAN trata a água coletada no rio com cloro, que mata as bactérias contidas na água, deixando-a em condições de ser consumida.
TRATAMENTO
No rio, a CORSAN costuma fazer coletas de água uma vez por mês, para avaliar as condições  para a sua utilização. Foi constatada a presença de 3.000 coliformes fecais por 100 mililitros de água.
Este exame da água, chamado de exame bacteriológico, costuma apresentar índices muito variados. No mês anterior, novembro, ele havia apresentado apenas 800 coliformes por 100 mililitros.
Esta variação é causada por fatores como a ocorrência de uma chuvarada. Pode se imaginar que, quando uma chuva forte escorre pelo arroio Coitinho (levando consigo detritos que estavam empoçados), isso vai se refletir no número de coliformes na água que é coletada logo abaixo da foz do arroio.
No final de novembro e inicio de dezembro, houve um aumento de casos de diarréia na cidade. O que levou a Secretaria Municipal da Saúde a suspeitar que a causa pudesse ser a água  bebida pelos caienses. O secretário municipal Fernando Coferri buscou informação sobre o assunto e foi tranqüilizado. O índice de 3.000 coliformes fecais na água do rio não chega a ser preocupante. O tratamento com cloro consegue corrigir o problema. Como, também, o surto de diarréia terminou, a coisa ficou por isso mesmo. 
SOLUÇÃO
Mas, certamente, essa  não é uma situação ideal. A cidade de Montenegro conta com dois pontos de coleta de água para a CORSAN e os dois ficam rio a cima, livre do esgoto da cidade. Lá os índices de coliforme apurados na coleta de dezembro foram de, apenas, 230 e 300 por 100 mililitros. Mudar o ponto de coleta no Caí, portanto, poderia ser uma boa providência.
No primeiro mundo, muitas cidades enfrentaram o problema e deixaram de usar a água suja tratada com cloro para o consumo humano.
Até mesmo numa metrópole como Nova York,  a água usada pela população vem canalizada desde uma região montanhosa, no interior. Lá eles cuidam para que a água de arroios e rios não seja suja. E, assim, a água pode ser consumida na cidade sem tratamento algum."

Nenhum comentário:

Postar um comentário