Casa comercial e residência construída por Johann Weissheimer pelo ano de 1850
A área a ser vendida para imigrantes alemães foi dividida em 139 colônias, todas situadas a direita do rio. O início da picada correspondia aproximadamente ao que é hoje a rua Santa Catarina, passando em frente à igreja católica e subindo pela encosta do Morro das Batatas, onde passava em frente à igreja luterana e ao hospital Schlatter. Chegando ao alto do morro, prosseguia para o Campo dos Bugres (atual Caxias do Sul).
A área de terras adquirida por Johann ficava na confluência do que seriam depois a Rua Santa Catarina (antiga Rua Velha) com a Voluntários da Pátria (antiga Rua do Comércio). Ali existia uma casa de pau-a-pique deixada por um tal Rocha, talvez Antônio José da Rocha Junior (depois vereador em São Sebastião do Cai). Ele pode ter sido um dos sesmeiros (1) que perdeu a posse das terras por não ter cumprido o compromisso de colonizar e explorar as terras em dois anos. Foi nesta casa que Johann se instalou inicialmente. E foi no mesmo local que, a partir de junho 1849, construiu sua casa comercial, prédio em estilo enxaimel que foi recentemente demolido.
O desenvolvimento da comunidade fez com que o colono Johann Simon, dono da colonia nº 1 (a primeira da Picada Feliz, pelo lado direito), abrisse uma rua paralela ao rio, que recebeu o nome da Rua da Praça (uma parte para cima desta rua teve que ser deixada abandonada e foi assim chamada de “praça”, pois não havia condições de se construir nela, já que era um pantanal, onde só se criavam sapos. Esta rua tem hoje o nome de Pinheiro Machado. Johann Simon também abriu uma rua perpendicular ao Rio (paralela a atual Santa Catarina) que foi chamada de São João (hoje Tomé de Souza). Formou-se assim uma quadra delimitada pelas ruas São João (hoje Tomé de Souza), a lete; Rua Velha (hoje Santa Catarina), a oeste; Rua do Comércio (hoje Voluntários da Pátria, ao Sul) e Rua da Praça (hoje Pinheiro Machado), ao Norte.
Vindo a falecer Johann Simon, as terras, inclusive a quadra acima, passaram para seus herdeiros (filhos, genros, noras).
Adaptação de texto de Egídio Weissheimer
1 - Sesmeiro é o dono de uma sesmaria, ou seja, uma área de terras que era doada pelo governo em regiões ainda desabitadas, como era grande parte do Vale do Caí até o início do século XIX. A concessão era dada com uma exigência, o sesmeiro precisava ocupar a área e torná-la produtiva. Este foi o meio que o governo português utilizou para incentivar imigrantes (vindos de Portugal ou de outras regiões do Brasil) a ocupar territórios e consolidar o domínio português sobre eles.
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