Qual é o certo? Na Capela ou em Capela?
Um caiense jamais diria "eu moro em Caí". Diria "eu moro no Caí". Só diz ou escreve em Caí quem não tem intimidade com a cidade ou município. Porém, será usado o "em" quando for proferido o nome completo do município: "em São Sebastião do Caí". O mesmo acontece com outros municípios. Diz, se "na Capela", mas não "na Capela de Santana". Pode se dizer "no Hortêncio", mas não "no São José do Hortêncio".
E este uso do tratamento mais íntimo é mais recomendado ainda no caso de Feliz. É bem melhor dizer "na Feliz" do que "em Feliz", pois na expressão verbal, "em Feliz" pode soa muito próximo de "in feliz". O que leva a uma associação inconveniente da cidade com a palavra infeliz.
Outros nomes de cidades (e municípios), no entanto, não se prestam tanto ao tratamento íntimo. Não se diz "no Montenegro", "no Salvador do Sul" ou "no Bom Princípio".
Esta situação não é uma peculiaridade da região. Exemplo disto é que se diz "no Rio de Janeiro" e "em São Paulo".
Um caso interessante é o de Capela de Santana. Diz-se "na Capela", mas quem utiliza o nome completo do município fala, e escreve, "em Capela de Santana".
Dos municípios do Vale do Caí, os que admitem o tratamento íntimo são:
Capela, Pareci Novo, Caí, Hortêncio, Maratá, Brochier, Harmonia, Feliz, Alto Feliz, Portão, Vale Real.
Não pode ser considerado erro usar o tratamento íntimo nesses casos. Assim como não se pode considerar errado que alguém, sem a necessária intimidade, disser "em São Sebastião do Cai" ou "em Capela".
Convém corrigir, apenas, que disser "in Feliz", pelo motivo já exposto.
Por ou pelo?
A mesma questão da intimidade influi no uso das palavras por e pelo (ou pela).
Na frase "O trem passava por Maratá", o uso da palavra por denota pouca intimidade do autor com a cidade. Fosse ele mais íntimo, diria "O trem passava pelo Maratá". Também poderia usar pela Feliz, pelo Pareci, pelo Alto Feliz, pelo Vale Reail, pela Harmonia.
Mas existem as excessões. Não poderia dizer pelo Montenegro ou pelo Bom Princípio, mesmo tendo intimidade com essas cidades. Nestes casos é imperativo o uso da palavra por.
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