Como diz o velho deitado... |
Muito antigamente, a cultura era transmitida de forma verbal. E algumas grandes obras literárias foram transmitidas, de geração a geração, de forma verbal, de pessoa a pessoa. O que, convenhamos, era bastante dificultoso. Depois vieram a linguagem escrita, a imprensa e os meios eletrônicos de comunicação. Agora a internet com a sua comunicação multimidiática, internacional e fácilmente produzida (e também reproduzida).
Mas a transmissão de informação e cultura através da comunicação verbal ainda foi muito forte no passado recente. E, apesar de tudo, ainda não está totalmente em desuso.
Estão por ainda por aí os ditados populares. Os velhos ditados, cujo enunciado era precedido pelo preâmbulo "como dizia o velho ditado...". Ou, como diziam alguns em forma de graça... "como dizia o velho deitado".
Procuramos reunir aqui alguns destes provérbios, como também eram conhecidas estas pérolas da sabedoria popular, antes que sejam esquecidos.
"Água morro abaixo e fogo morro acima, não tem quem segura". Frase que, numa versão mais gaiata era enunciada assim: "Água morro abaixo, fogo morro acima e mulher quando quer dar, não tem quem segura".
"O homem que quiser uma vida tranqüila, precisa possuir três coisas: uma casa sólida, um cavalo manso e uma mulher feia."
Ambos os ditados mostram sabedoria resultante da experiência. Os antigos eram muito voltados para a agricultura e o conhecimento do perigo representado pelo "fogo morro acima" e da "água morro abaixo" advinha do fato deles plantarem nas encostas de morros. A tragédia acontecida na região serrana do Rio no início desse ano (2011) comprova que, ainda hoje, não estamos conseguindo segurar a água morro abaixo.
Quanto à necessidade de ter um cavalo manso, se deve ao grande número de acidentes que ocorriam com cavalos, que era o principal meio de transporte na região colonial até meados do século XX. Muitas pessoas morreram ou ficaram inválidas em conseqüência de acidentes com cavalo. Aliás, a palavra inválido está se tornando coisa do passado. Hoje não se deveria usar mais o termo invalidez, pois uma pessoa limitada fisicamente ainda tem validade, ou seja, capacidade para produzir.
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