quinta-feira, 4 de outubro de 2012

1491 -Gilbert Ludwig: um desbravador do primeiro mundo

Gilbert tem uma pequena transportadora, na Califórnia

Gilbert Ludwig é natural de São José do Hortêncio. Mas, numa fase de grave crise econômica no Brasil, viu-se forçado a mudar-se para os Estados Unidos, buscando meios de proporcionar melhores condições de vida para a sua família.
Ele mesmo conta a sua história num relato que excita a nossa imaginação e provoca reflexões sobre a vida daqueles que, ao contrário dele, continuaram no Brasil.
“Eu nasci em São José do Hortêncio, em 10 de agosto de 1958. Sou filho de José Ilmo Ludwig, já falecido, e Maria Clina Ludwig. Neto de Edwino Ludwig, que foi proprietário do Salão Ludwig, que foi proprietário do Salão Ludwig, em Capela do Rosário.
Meu pai sempre foi trabalhou com produtos coloniais, na compra de porcos para frigoríficos, comércio e transporte de leite para a Corlac e Lacesa.  Tenho um irmão, Jair, que trabalha no curtume Sulino, de São José do Hortêncio, viajando a serviço do Rio Grande do Sul até a filial da empresa em Goiás. Tenho também uma irmã, Janice, que reside em Bragança Paulista, cujo marido trabalha para a Dakota, na função de implantar lojas pelo Brasil a fora.
Me formei, no ensino médio, no Caí, tendo como colegas de turma o Carlos Capuá os gêmeos Homero e Hilário Fortes e vários outros amigos.
Depois de trabalhar com meu pai até os 18 anos, até que, em 1979 comecei a trabalhar numa fábrica de calçados, como auxiliar de compras. Logo depois entrei no negócio de couros, ao qual me dediquei por muitos anos.
Comecei trabalhando para um curtume do Vale do Sinos que me mandou para Cruzeiro do Oeste, no Paraná. Lá eu fazia compras de couros salgados em frigoríficos e abatedouros do Mato Grosso e Paraná.
Depois de quatro anos, voltei ao Rio Grande do Sul e voltei a trabalhar com couro e calçados, desta vez na compra e venda de couro acabado.
Em 1989, numa viagem de negócios, sofri um acidente muito sério, em Goiás, que quase me custou a vida.
Depois disso, passei a trabalhar no Curtume Pinheiros SA, de São Leopoldo, que era o único no Brasil a produzir couro para estofamento e vestuário. Eu comprava no Brasil, Argentina e Uruguai porque, para esta finalidade, era necessário couro de qualidade superior. Depois de seis meses na empresa, fui promovido a gerente de compras. Tive de me desdobrar, trabalhar muito mais para atender à grande responsabilidade que me foi confiada.
Foi então que, em meio ao caos monetário provocado pelo governo federal, com seus planos estapafúrdios, o Rio Grande do Sul perdeu mercado para  os chineses. A maioria das empresas do ramo foram à falência. Passei a trabalhar numa outra empresa do ramo, em Novo Hamburgo, que também acabou falindo.
E foi então que, por falta de opções de trabalho, aceitei o convite de amigos americanos, compradores de calçados, que eu conheci na fase boa do calçado brasileiro. “Já que tanta gente despreparada veio para os Estados Unidos, por que não faz isso você, que é um sujeito trabalhador”,  me disseram eles. Os Estados Unidos viviam uma fase dourada, atraindo milhões de imigrantes.
E assim cheguei à cidade de Quincy, no estado de Massachussets, vizinha a Boston. Eu tinha três filhas e, como pai, achei que devia me sacrificar para dar um bom futuro a elas.
Conheci, então, um mundo completamente diferente daquele ao qual havia me acostumado.”
Gilbert continuará contando a sua grande aventura em próximas edições do Fato Novo.

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