Ramiro Barcelos foi político, administrador, médico e escritor satírico |
Na Wikipedia, é essa a biografia de Ramiro Barcelos:
"Ramiro Fortes de Barcelos (Cachoeira do Sul, 23 de agosto de 1851 — Porto Alegre, 28 de janeiro de 1916) foi um político, escritor, jornalista emédico brasileiro.
Filho de Vicente Loreto de Barcellos e de Joaquina Idalina Pereira Fortes (irmã do Barão de Viamão), Ramiro Bacellos cursou o secundário na Escola Pública de Cachoeira do Sul, vindo a concluir o curso em Porto Alegre.
Cursou a Faculdade de Medicina no Rio de Janeiro. Exerceu os cargos públicos de ministro plenipotenciário no Uruguai durante a Revolução Federalista, secretário da Fazenda, procurador do estado do Rio Grande do Sul no Rio de Janeiro e superintendente das Obras da Barra de Rio Grande.
Exerceu os mandatos de deputado provincial nos períodos de 1877 a 1878, 1879 a 1880 e 1881 a 1882; elegeu-se senador da República pelo Rio Grande do Sul de 1890 a 1899 e de 1900 a 1906. Criou, em 1902, como senador, a moeda cruzeiro, que só veio a ser adotada na década de 1940, no governo de Getúlio Vargas.
Colaborou com o jornal A Federação, desde seu primeiro número, no qual escreveu Cartas a d. Izabel, com o pseudônimo de Amaro Juvenal, que continuou sendo utilizado em poemas satíricos.
O que mais literariamente notabilizou Ramiro Barcellos foi um poemeto campestre, hoje considerado uma jóia da literatura gauchesca, elaborado entre 1910 e 1915, em razão de uma briga política contra seu primo Antônio Augusto Borges de Medeiros (1863-1961), então presidente do estado, ali retratado como Antonio Chimango.
Foi um dos apoiadores da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. Foi homenageado pelo município de Porto Alegre com a denominação da Rua Ramiro Barcelos"
10 ) Para les contar a vida
Saco da mala o bandônio
A vida de um tal Antônio
Chimango - por sobrenome,
Magro como lobisome,
Mesquinho como o demônio.
11 ) Nos cerros de Caçapava
Foi que viu a luz do dia,
À hora d'Ave-Maria,
De uma tarde meio suja;
Logo cantou a coruja
Em honra de quem nascia.
12 ) Veio ao mundo tão flaquito
Tão esmirrado e chochinho
Que, ao finado seu padrinho,
Disse espantada a comadre:
"Virgem do céu, Santo Padre !
Isso é gente ou passarinho ?"
13 ) "Você parteira e não sabe ?
Isto logo se descobre:
Terneiro de campo pobre
Não tem quartos nem papada,
É produção desgraçada,
Que não vale nem um cobre."
14 ) "Coitadinho, está tremendo
Sente frio o perereca."
"Qual sente frio, isto é seca,
Meta o guri na gamela,
Dê-le uns tirões na canela,
Pra que não fique guaipeca."
15 ) Saiu roxinho de frio,
Ansim meio encarangado,
Como um pintinho pesteado
Sai debaixo da goteira;
E o embrulhou a parteira
Nuns paninhos de riscado
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