Ode à Bergamota
Irineu Guarnier Filho
Publicado em Zero Hora, no dia 19/1/13
Se existe uma fruta que é a “cara” do Rio Grande do Sul, ela é a Bergamota. Não por acaso, só nós, gaúchos, a chamamos assim - no resto do país, é mexerica, ou coisa que o valha.
Em qualquer pátio do Estado há um pé de bergamota. Brota de qualquer jeito (claro que o cultivo comercial é outra história, exige os cuidados de qualquer cultura agrícola). Fruta rica em vitamina C, abundante e bonita, a humilde bergamota ajuda a criançada de todas as classes sociais a atravessar invernos rigorosos livre de gripes.
Pablo Neruda teria lhe dedicado uma de suas magníficas odes, se a conhecesse por este nome. Fácil de descascar, comer seus gomos suculentos, “lagarteando” ao sol, é um dos grandes prazeres de quase todo gaúcho, de qualquer idade.
Até o óleo essencial que lhe transmite o cheiro característico, que muitos desdenham, entra na composição de sofisticados perfumes importados. Sem seca, a safra deste ano pode mais do que dobrar em relação à passada. Logo, as esquinas de Porto Alegre estarão repletas de vendedores de bergamota. Mais trabalho e saúde para a população.
Nota do editor: E o suco de bergamota é melhor, mais sutil, que o da laranja. A fruta é profundamente ligada ao Vale do Caí e existem variedades como a bergamota montenegrina e a Caí que são típicas da região.
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