terça-feira, 19 de março de 2013

1778 - Tramandahy



Felipe Kuhn Braun: pouca idade, mas muito conhecimento 
sobre a história da colonização alemã
O livrro Tramandahy mostra, 152 fotos e relatos
feitos pelos veranistas do inicio do século XX
Felipe Kuhn Braun, apesar de muito jovem, já é um dos mais importantes pesquisadores da imigração alemã no Rio Grande do Sul. Tendo começado suas pesquisas quando ainda era adolescente, hoje ele acumula uma vasta bagagem de conhecimentos que o qualificam como grande pesquisador.De início, ele focou o seu trabalho na coleta de material fotográfico, escaneando fotos cedidas pelas famílias de origem germânica.
Hoje conta com 25.000 fotos antigas que são um tesouro cultural. Fotos que, se não fosse por ele, muitas seriam perdidas.
Com esse material, Felipe já editou cinco livros mostrando fotos e as explicando com textos que foram se tornando melhores na medida em que ele foi acumulando conhecimentos e aprimorando o seu texto.
Com isso, hoje, apesar dele ainda ser muito jovem, tem 25 anos, Felipe já é um dos melhores autores vivos sobre o assunto colonização alemã. Imagine como será daqui há 50, 60, 70, 80, 90 anos.
Mas não é preciso esperar tanto tempo. Seu novo livro, intitulado Tramandahy já é uma obra deliciosa e enriquecedora.
Mostra como era a ida dos nossos antepassados para a praia. Juntamente com Cidreira e Torres, Tramandahy foi uma das primeiras a atrair veranistas. E, ao contrário das duas primeiras, que foram aproveitadas principalmente por porto-alegrenses, Tramandaí (ou Tramandahy, como se escrevia naquela época) foi desbravada por moradores de Novo Hamburgo e São Leopoldo, atraindo veranistas principalmente do Vale do Sinos e do vizinho Vale do Caí. Até hoje nota-se a predominância de veranistas originários dessas duas regiões.
Os porto-alegrenses que iam a Torres serviam-se de um roteiro hidroferroviário, navegavam da capital até Palmares do Sul, pela lagoa dos Patos, usavam depois uma ferrovia que ligava essa cidade a Osório e, dali até Torres as lagoas litorâneas eram unidas por canais que permitiam a viagem de barco até as proximidades da praia de Torres.
Os veranistas de Tramandaí, não contavam com esse conforto todo. O roteiro que tinham de percorrer, dos vales do Sinos ou Caí, embora mais curtos, eram muito mais difíceis. A viagem até a praia, nos primeiros tempos, podia levar três dias.
Felipe Kuhn Braun tem fortes vínculos familiares no Vale do Caí e é profundo conhecedor da região e da sua história.  Espera-se que ele, num dia não muito distante, publique um livro sobre a nossa também bela e importante região.


O Hotel Sperb foi o primeiro de Tramandaí e seu dono era de Novo Hamburgo: 
homem arrojado e de grande visão desbravou a praia 
que se tornou reduto dos colonos dos vales do Sinos e do Caí
(cartão postal da década de 1920)


Quem hoje se queixa da Freeway congestionada, 
não imagina o que era viajar até a praia cem anos atrás

Um dos primeiros chalés de Tramandaí: ao fundo o indispensável 
cabungo (banheiro rústico).
A pequena chaminé no telhado da casa era do fogão a lenha.
No ano de 1922, esses veranistas, vindos da região colonial alemã,
tomavam banho de mar. Os mais jovens usavam roupas ousadas,
deixando o peito descoberto


Para ir do Hotel Sperb (no centro de Tramandahy) até a praia, 
os veranistas usavam uma carreta, poupando-se 
da cansativa caminhada no areial
O automóvel era privilégio das famílias mais ricas
O Hotel Sperb foi fundado em 1898 - naquela época não havia automóveis 
e os veranistas pioneiros iam do Vale do Sinos a Tramandaí em carroças,
numa viagem que durava três dias e meio



As moças expunham sua graça e beleza em trajes ousados (para a época). Naquela época, só na praia era possível ver moças expondo-se publicamente em roupas tão diminutas. Não é de estranhar-se, portanto, o facínio que a praia exercia sobre as pessoas
O passeio turístico pelo rio Tramandaí era um dos atrativos do balneário
Cartão postal mostra o rio tendo ao fundo o centro do povoado Tramandaí, com a rua Capitão Mariante (atual avenida Emancipação)

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