quarta-feira, 22 de maio de 2013

2017 - Vista do Caí pelo ano de 1930



Áreas da cidade que hoje são densamente ocupadas, em 1930 apenas 
começavam a receber construções
Esta foto foi feita do alto do Morro do Hospital (ou Morro do Martim, como foi mais conhecido no passado). Isso aconteceu por volta do ano de 1930. A torre da igreja católica era quase igual ao que é hoje, mas o restante da igreja mudou muito. Foi bastante ampliada. Como se vê pela foto, o Caí era muito menos povoado naquela época e a igreja não precisava ser grande para acolher os fiéis.  Vários prédios que aparecem na foto ainda existem. É o caso do prédio que hoje abriga a Livraria Caiense, na esquina da rua 13 de maio com a Marechal Deodoro. Também na rua 13 de Maio, vemos o prédio de meia-água, na esquina com a atual avenida Egydio Michaelsen. Esse é um prédio muito antigo, que aparece em fotos feitas em data próxima à passagem do século XIX para o XX.
Chama atenção o pequeno número de casas no quarteirão da Livraria. As poucas casas ali existentes na época tinham frente para a rua Marechal Deodoro. Nota-se os telhados do atual Country Clube, aos fundos da igreja. Ali, na época, funcionava uma sociedade chamada Liga Esportiva.
A praça ainda tinha poucas árvores e o piso era de areia branca. Adiante da praça, estão os prédios que depois de reformados e integrados, foram incorporados formaram o Ginásio São Sebastião (Atual Escola Estadual São Sebastião). 
Em direção ao bairro Vila Rica, apenas a rua Marechal Deodoro tinha bom número de construções. Chama atenção o grande galpão existente no local onde, mais tarde, funcionou o armazém de Osvino  Müller (atual Mercado Central, em frente à loja Kranz). 
Talvez seja esse  galpão o local onde os imigrantes italianos eram alojados quando chegavam ao Caí vindos dos seus países de origem (predominantemente a Itália) e antes de seguirem adiante, pela Estrada Visconde de Rio Branco, até o Campo dos Bugres (atual cidade de Caxias do Sul).
Logo adiante, se avista o prédio de esquina onde funcionou o Club Tesoura. 
Seguindo mais adiante, em direção à Vila Rica (pela rua Marechal Deodoro) encontramos a mansão da família Guimarães e, imediatamente após, o prédio em que funcionou a delegacia de polícia até a década de 1980. Ambos os prédios demolidos em anos recentes. No local da velha delegacia, está sendo erguido o edifício Boreale.
No espaço entre a rua Marechal Deodoro e o morro do Hospital pouco havia construído.  O terreno ali era de banhado, impróprio para construções. Numa foto de 1880 (publicada nesse blog) se vê esse terreno todo alagado. Ainda hoje se observa isso quando ocorrem chuvas muito fortes na cidade (enxurradas). A água se empoça no local e invade o prédio da Secretaria de Obras (na avenida Egídio Michaelsen), pois a tubulação de esgoto é insuficiente para escoar a água acumulada. Parada a chuva, o escoamento acaba acontecendo. Antigamente, como não havia encanamento ou valo que permitisse esse escoamento, a água ficava empossada formando um pequeno lago.
Esse terreno deve ter sido drenado nas primeiras décadas do século XX, com o fim de venda dos terrenos em lotes. Por isso existem ali uma ou outra casa. A maior delas, com nove aberturas (janelas e portas) visíveis, ainda existe hoje. Reformada, mas com características originais razoavelmente preservadas, ela se encontra na rua Henrique D'Ávila no meio da quadra que vai da loja CR Diementz até o Centro Médico.
Embora não apareça na foto, por estar encoberta pela vegetação do morro (em primeiro plano), encontrava-se ali a bela residência da família Mentz, situada no terreno em que, hoje, se ergue o edifício Piereto (Centro Médico).  Como os Mentz eram grandes empreendedores, pode se imaginar que tenham sido eles os loteadores dessa área.
A antiga estrada Rio Branco, vê-se por essa foto, não passava pela atual avenida Egydio Michaelsen, mas sim pela atual rua Marechal Deodoro.
Veja-se que a atual rua João Pereira não existia ainda. No entanto, na área a que nos referimos as ruas estavam traçadas de forma retilínea. O que reforça a impressão de que a área ali foi preparada para loteamento.

Foto do acervo de Paul Karohl, disponibilizada por Rubem Schneider

Um comentário:

  1. renato,estas tres fotos antigas de cai,a igreja,
    a enchente e esta de cai em 1930 estao ESPETACULARES,PARABENS PELAS POSTAGENS,
    ROMELIO

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